terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Descoberto o mistério da coroa solar ser mais quente que a superfície

Um dos maiores mistérios do Sol acaba de ser solucionado: o fato de sua coroa ser milhões de graus mais quente que sua superfície. Cientistas descobriram a maior fonte de gás quente que reabastece a coroa lançando jatos de plasma acima da superfície solar.
espículas no Sol observadas pela sonda SDO
© NASA (espículas no Sol observadas pela sonda SDO)
A descoberta foi publicada na revista Science e chama atenção para uma questão fundamental na astrofísica: como a energia se move do interior do Sol para criar calor na atmosfera.
"Sempre foi um quebra-cabeças descobrir por que a atmosfera solar é mais quente que a superfície", diz Scott McIntosh, físico solar do NCAR (Centro Nacional de Pesquisa Atmosférica). Identificar como esses jatos inserem plasma na atmosfera solar aumenta o conhecimento sobre a sutil influência do Sol na atmosfera terrestre.
"Estas observações fornecem uma nova compreensão sobre a produção de energia do Sol e outras estrelas", diz Rich Behnke, da Divisão de Ciências Atmosféricas e Geoespaciais.
A pesquisa estava focada em jatos de plasma conhecidos como espículas, fontes de plasma propagados da superfície solar para a atmosfera. Por décadas os cientistas acreditaram que as espículas poderiam mandar calor para a coroa, até a década de 80, quando se descobriu que as espículas não alcançavam as temperaturas da coroa.
O aquecimento das espículas a milhões de graus nunca foi diretamente observado, então seu papel no aquecimento da coroa foi abandonado.
Em 2007, De Pontieu, McIntosh, e seus colegas identificaram uma nova classe de espículas que se moviam muito mais rápido, frequentemente a 100 Km por segundo, e tinham uma vida média menor que as tradicionais.
O rápido desaparecimento desses jatos sugeriram que o plasma carregado poderia ser muito quente, mas a observação desse processo estava faltando. Os pesquisadores usaram então a observação da sonda SDO (Solar Dynamics Observatory) da NASA.
A alta resolução espacial e temporal dos novos instrumentos foi crucial para revelar, pela primeira vez, a conexão entre o plasma a milhões de graus e as espículas que inserem esse plasma na coroa.
Fonte: Science

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