Usando métodos engenhosos de análise de dados, os pesquisadores do Instituto Max Planck de Física Gravitacional e para Radioastronomia descobriram um pulsar nos dados do telescópio espacial de raios gama Fermi.
© NASA/Fermi/Cruz de Wilde (ilustração de um pulsar)
A imagem acima mostra a radiação gama (violeta) muito acima da superfície dos restos compactos da estrela, enquanto as ondas de rádio (verde) são emitidos ao longo dos pólos magnéticos sob a forma de um cone. A rotação varre as regiões de emissões em toda a linha de visão terrestre, fazendo a luz pulsar-se periodicamente no céu.
Os pulsares são astros cósmicos que giram sobre seus eixos muitas vezes por segundo, emitindo ondas de rádio e radiação gama no espaço. Os pulsares de raios gama são difíceis de serem identificados porque as suas características, tais como a sua posição no céu, o período de rotação e sua mudança no tempo, são desconhecidas. E os astrônomos podem apenas determinar a sua posição aproximada no céu a partir das observações originais do Fermi, requerendo uma grande quantidade de tempo de computação.
Esta é a única maneira de encontrar uma periodicidade oculta nos tempos de chegada dos fótons de raios gama. Mesmo computadores de alto desempenho rapidamente atingem o seu limite neste processo. Portanto, os pesquisadores usaram algoritmos originalmente desenvolvidos para a análise de dados de ondas gravitacionais para realizar uma caçada particularmente eficiente através dos dados do Fermi.
O pulsar recém-descoberto, denominado J1838-0537, é muito jovem, com menos de 5.000 anos de idade. Ele gira sobre seu próprio eixo aproximadamente sete vezes por segundo e sua posição no céu está na direção da constelação Scutum.
Durante o período de observação, o pulsar experimentou alteração em sua rotação. Uma análise mais detalhada resolveu este mistério do pulsar J1838-0537; ele sofreu uma falha súbita, girando 38 milionésimos de um Hertz mais rápido do que antes. Essa diferença pode parecer desprezível, mas é a maior falha já medida para um pulsar de raios gama.
A causa exata das falhas observadas em muitos pulsares jovens é desconhecida. Os astrônomos consideram os "terremotos estelares" da crosta da estrela de nêutrons ou interações entre o interior superfluido estelar e a crosta possam ser as possíveis explicações.
Detectando um grande número de falhas fortes no pulsar possibilita aprender mais sobre a estrutura interna desses corpos celestes compactos.
Após a descoberta os pesquisadores apontaram o telescópio de rádio em Green Bank, West Virginia (EUA) na posição celestial do pulsar de raios gama. Na observação da fonte não encontraram quaisquer indícios de pulsações na região do rádio, indicando que o pulsar J1838-0537 é apenas um raro pulsar de raios gama.
Um artigo desta descoberta será publicado no periódico The Astrophysical Journal Letters.
Fonte: Max Planck Institute
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