Usando a visão em infravermelho do telescópio espacial Hubble, os astrônomos revelaram as origens anteriormente ocultas dos quasares, os objetos mais brilhantes e longínquos do Universo.
© Michael S. Helfenbein (ilustração da colisão de galáxias)
Um novo estudo descobriu que os quasares efetivamente surgem quando as galáxias colidem entre si e sua matéria alimenta os supermassivos buracos negros centrais.
“As imagens do Hubble confirmam que os quasares mais luminosos do Universo são resultados de fusões violentas entre galáxias, cuja matéria alimenta o crescimento do buraco negro central supermassivo, que transforma e modela a morfologia das galáxias hospedeiras,” disse Megan Urry, professora de Astronomia e Astrofísica da Universidade Yale.
“Estas galáxias fundidas serão também os locais das futuras fusões de seus buracos negros, fenômenos que esperamos que um dia sejam visíveis a partir de observatórios com sensores de ondas gravitacionais,” disse Urry.
Os quasares emitem uma luz tão brilhante com uma luminosidade que pode equivaler à de um trilhão de estrelas. Ao longo das últimas duas décadas, os pesquisadores concluíram que a energia dos quasares tem origem nos buracos negros supermassivos no interior dos núcleos das galáxias distantes.
Mas, onde é que os buracos negros supermassivos obtêm seu energético combustível?
Os astrofísicos anteriormente julgavam que essa energia poderia vir a partir da fusão de duas galáxias. O novo estudo confirma esta hipótese usando a sensibilidade do Hubble em comprimentos de onda do infravermelho próximo para ver no passado do Universo o intenso brilho dos quasares, hospedados pelas suas galáxias anfitriãs.
“As observações via Hubble nos informam que o pico de atividade dos quasares no início do Universo é impulsionado por galáxias em colisão que, em seguida, se fundiram. Estamos vendo os quasares na sua juventude, quando eles estão crescendo rapidamente, de forma violenta e caótica,” disse Eilat Glikman, doutor da Universidade Yale e principal autor do estudo.
Glikman decidiu procurar pelos “quasares avermelhados pela poeira” em várias pesquisas de rastreamento de todo o céu nos espectros do infravermelho e do rádio, fornecidas por telescópios terrestres. Os quasares se apresentam envoltos em poeira, que obscurece a sua luz visível, mas que deixa passar o infravermelho e o rádio.
Usando a câmera WFC3 (Wide Field Camera 3) do Hubble, Glikman e sua equipe investigaram 11 desses quasares no pico da era de formação estelar do Universo, há 12 bilhões de anos.
“As novas imagens captam a fase de transição onde ocorreu a remoção da poeira cósmica dentro do cenário da fusão dos buracos negros. As imagens do Hubble são tanto belíssimas quanto descritivas,” disse Glikman.
O estudo foi publicado no periódico The Astrophysical Journal.
Fonte: Yale University
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