sábado, 19 de dezembro de 2015

Uma estrela abriga um exoplaneta potencialmente habitável

Astrônomos da Universidade de Nova Gales do Sul (UNSW), na Austrália, descobriram o mais próximo exoplaneta potencialmente habitável, orbitando uma estrela a apenas 14 anos-luz de distância.

  aglomerado globular M107 e a estrela Wolf 1061

  © UNSW/Aladin Sky Atlas (aglomerado globular M107 e a estrela Wolf 1061)

A área do céu, na constelação de Ofíuco, perto da estrela anã vermelha Wolf 1061, que inclui também o bonito, mas sem relação, o aglomerado globular Messier 107 (M107). Wolf 1061 está a 14 anos-luz de distância.
O exoplaneta, com mais de quatro vezes a massa da Terra, é um dos três que foi detectado ao redor de uma anã vermelha chamada Wolf 1061.
"É uma descoberta particularmente interessante porque todos os três planetas têm massa pequena o suficiente para serem potencialmente rochosos e para terem uma superfície sólida, e o planeta do meio, Wolf 1061c, está situado dentro da zona habitável da estrela, onde é possível a existência de água líquida e, quem sabe, até vida," explica o Dr. Duncan Wright, autor principal do artigo científico que divulga a descoberta.
"É fascinante olhar para a vastidão do espaço e pensar que uma estrela tão perto de nós pode hospedar um planeta habitável. Enquanto alguns outros planetas já foram descobertos orbitando estrelas mais próximas de nós que Wolf 1061, esses planetas não são considerados, nem remotamente, habitáveis," explica o Dr. Wright.
Os três planetas recém-detectados orbitam a pequena, relativamente fria e estável estrela a cada 5, 18 e 67 dias, respectivamente. As suas massas são de pelo menos 1,4, 4,3 e 5,3 vezes a da Terra, respectivamente.
O maior e mais exterior dos planetas está mesmo para além do limite exterior da zona habitável e é também provavelmente rochoso, enquanto o planeta mais pequeno e interior está demasiado perto da estrela para ser habitável.
A equipe da Universidade de Nova Gales do Sul usou observações de Wolf 1061 recolhidas pelo espectrógrafo HARPS acoplado ao telescópio de 3,6 metros do ESO em La Silla, no Chile.
"A nossa equipe desenvolveu uma nova técnica que melhora a análise dos dados recolhidos por este instrumento preciso e construído para caçar planetas, e estudamos mais de uma década de observações de Wolf 1061," explica o professor Chris Tinney, líder do grupo de Ciência Exoplanetária da mesma universidade.
"Estes três planetas aqui à nossa porta juntam-se ao pequeno, mas cada vez maior grupo de mundos rochosos potencialmente habitáveis que orbitam estrelas próximas mais frias do que o nosso Sol."
Sabemos agora que pequenos planetas rochosos como o nosso são abundantes na Galáxia, e os sistemas multiplanetários também parecem ser comuns. No entanto, a maioria dos exoplanetas rochosos descobertos até agora estão a centenas ou milhares de anos-luz de distância.
Uma exceção é Gliese 667Cc que fica a 22 anos-luz da Terra. Orbita uma anã vermelha a cada 28 dias e tem pelo menos 4,5 vezes a massa da Terra.
"A proximidade dos planetas no sistema Wolf 1061 significa há uma boa chance que estes planetas passem em frente da sua estrela. Se tal acontecer, poderá então ser possível estudar as atmosferas destes planetas no futuro para ver se são apropriados para a vida," conclui o Dr. Rob Wittenmyer, membro da equipe.
A descoberta será publicada na revista The Astrophysical Journal Letters.

Fonte: University of New South Wales

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