Os cientistas foram capazes de provar a existência de buracos negros pequenos e de buracos negros supermassivos, mas a existência de um tipo elusivo, conhecido como buraco negro de massa intermédia, é muito debatida.
© Hubble/Chandra (galáxia 6dFGS gJ215022.2-055059)
A imagem acima mostra a galáxia 6dFGS gJ215022.2-055059 (a grande mancha amarelo-esbranquiçada no centro da imagem) obtida pelo telescópio espacial Hubble, e de várias galáxias vizinhas, combinada com observações de raios X de um buraco negro nos arredores da galáxia (a pequena mancha roxa-esbranquiçada para baixo e para a esquerda) obtidas pelo observatório de raios X Chandra da NASA.
Uma nova pesquisa da Universidade de New Hampshire mostra a evidência mais forte, até à data, de que este buraco negro intermediário existe, captando um em ação por acaso, no ato de devorar uma estrela.
No estudo os pesquisadores usaram imagens de satélite para detectar pela primeira vez este sinal significativo de atividade. Encontraram uma enorme explosão de radiação, em vários comprimentos de onda, nos arredores de uma galáxia distante. O brilho do clarão diminuiu ao longo do tempo, exatamente como esperado para a perturbação/dilaceração de uma estrela por um buraco negro. Este dado fornece uma das poucas maneiras robustas de pesar ou determinar o tamanho do buraco negro.
Os pesquisadores usaram dados de um trio de telescópios de raios X em órbita, o observatório de raios X Chandra e o satélite Swift, ambos da NASA, e o XMM-Newton da ESA, para encontrar as erupções de radiação em vários comprimentos de onda que ajudaram a identificar os de outra forma incomuns buracos negros de massa intermediária.
A característica de uma erupção longa fornece evidências da destruição de uma estrela a que se dá o nome de evento de ruptura de maré. As forças de maré, devido à intensa gravidade do buraco negro, podem destruir uma estrela que passe demasiado perto. Durante um evento de ruptura de maré, alguns dos detritos estelares são lançados para fora a altas velocidades, enquanto o restante cai em direção ao buraco negro. À medida que viaja para dentro, e é ingerido pelo buraco negro, o material aquece até milhões de graus e forma um distinto clarão em raios X. Segundo os cientistas, estes tipos de erupções podem facilmente alcançar a luminosidade máxima e são uma das formas mais eficazes de detectar buracos negros de massa intermediária.
Devido à baixíssima taxa de ocorrência deste tipo de explosões estelares por um buraco negro de massa intermediária, os cientistas pensam que a sua descoberta significa que podem existir muitos buracos negros de massa intermediária num estado latente nas periferias das galáxias espalhadas pelo Universo local.
O estudo foi publicado na revista científica Nature Astronomy.
Fonte: University of New Hampshire
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