sexta-feira, 16 de outubro de 2020

Metal vaporizado na atmosfera de um exoplaneta

Uma equipe internacional de pesquisadores, liderada pelo NCCR PlanetS (National Centre of Competence in Research PlanetS) da Universidade de Berna e pela Universidade de Genebra, estudou a atmosfera do exoplaneta ultraquente WASP-121b, encontrando vários metais gasosos.

© STScI/G. Bacon (ilustração do Júpiter ultraquente WASP-121b)

O WASP-121b é um exoplaneta localizado a 850 anos-luz da Terra, que orbita a sua estrela em menos de dois dias. O WASP-121b está muito perto da sua estrela, cerca de 40 vezes mais perto do que a distância Terra-Sol. Esta proximidade é também o principal motivo da sua temperatura extremamente alta, cerca de 2.500 a 3.000 graus Celsius. Isto torna-o um objeto de estudo ideal para aprender mais sobre mundos superquentes. 

Os astrônomos examinaram dados que foram recolhidos pelo espectrógrafo HARPS de alta resolução, sendo capazes de mostrar que existem na atmosfera de WASP-121b um total de pelo menos sete metais gasosos.

O WASP-121b tem sido estudado extensivamente desde a sua descoberta. Presumindo que os planetas ultraquentes têm atmosferas bastante simples porque poucos elementos químicos complexos se conseguem formar num calor tão abrasador. Então, como é que o WASP-121b atingiu esta complexidade tão inesperada? 

Suspeitava-se que as moléculas contendo o metal relativamente raro vanádio era a principal causa da complexa atmosfera de WASP-121b. No entanto, isto só faria sentido se um metal mais comum, o titânio, estivesse ausente na atmosfera. Então, os pesquisadores começaram à procura de outra explicação. Porém, foi encontrada fortes assinaturas de vanádio nas observações e também não havia titânio.

Mas a equipe fez outras descobertas inesperadas. Além do vanádio, descobriram recentemente seis outros metais na atmosfera de WASP-121b: ferro, crômio, cálcio, sódio, magnésio e níquel.

Estes resultados tão detalhados, por exemplo, permitem obter conclusões sobre os processos químicos que ocorrem em tais planetas. Esta é uma capacidade crucial para um futuro não muito distante, quando forem desenvolvidos telescópios e espectrógrafos maiores e mais sensíveis. Estes permitirão estudar as propriedades de planetas rochosos, menores e frios, parecidos com a Terra. 

Os resultados foram publicados recentemente na revista Astronomy & Astrophysics.

Fonte: Universität Bern

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