Uma equipe de especialistas internacionais, conhecida por desmascarar várias descobertas de buracos negros, encontrou um buraco negro de massa estelar na Grande Nuvem de Magalhães, uma galáxia vizinha à nossa.
A estrela que deu origem a este buraco negro desapareceu sem qualquer sinal de uma explosão poderosa. A descoberta foi feita graças a seis anos de observações obtidas com o instrumento FLAMES (Fibre Large Array Multi Element Spectrograph), montado no Very Large Telescope (VLT) do Observatório Europeu do Sul (ESO).
Apesar de terem sido propostos outros candidatos a buracos negros similares, a equipe afirma que este é o primeiro buraco negro de massa estelar "adormecido" a ser detectado inequivocamente fora de nossa galáxia. Buracos negros de massa estelar são formados quando estrelas massivas chegam ao fim de suas vidas e colapsam sob sua própria gravidade. Em um binário, um sistema de duas estrelas girando em torno uma da outra, este processo deixa para trás um buraco negro em órbita com uma estrela companheira luminosa.
O buraco negro agora descoberto tem, pelo menos, nove vezes a massa do nosso Sol e orbita uma estrela azul quente com 25 vezes a massa solar. Os buracos negros adormecidos são particularmente difíceis de detectar uma vez que não interagem muito com o meio que os rodeia e não emitem altos níveis de raios X.
Para encontrar o sistema VFTS 243, foram observados quase 1.000 estrelas massivas na região da Nebulosa da Tarântula, localizada na Grande Nuvem de Magalhães, sendo procuradas aquelas que podiam ter buracos negros como companheiros. Identificar estes companheiros como sendo buracos negros é extremamente difícil, já que existem muitas outras alternativas.
A descoberta também deu à equipe uma visão única dos processos que acompanham a formação dos buracos negros. Os astrônomos acreditam que um buraco negro de massa estelar se forma quando o núcleo de uma estrela massiva moribunda colapsa, mas não sabem bem se este evento é ou não acompanhado por uma violenta explosão de supernova.
Esta descoberta foi publicada na revista Nature Astronomy.
Fonte: ESO
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