sexta-feira, 8 de julho de 2022

Descoberta galáxia fóssil ultrafraca na periferia de Andrômeda

Foi descoberta uma galáxia anã incomum e ultrafraca na periferia da galáxia de Andrômeda, utilizando várias instalações do NOIRLab (National Optical-Infrared Astronomy Research Laboratory).

© NOIRLab (galáxia anã ultrafraca Pégaso V)

A galáxia, chamada Pégaso V, foi inicialmente detectada como parte de uma busca sistemática por anãs de Andrômeda coordenada por David Martinez-Delgado do Instituto de Astrofísica da Andaluzia, Espanha, quando o astrônomo amador Giuseppe Donatiello encontrou uma interessante "mancha" em dados dos Levantamentos do Legado DESI. 

A imagem foi obtida com a DECam (Dark Energy Camera), montada no telescópio Víctor M. Blanco de 4 metros do CTIO (Cerro Tololo Inter-American Observatory). Os dados foram processados pelo "pipeline" comunitário que é operado pelo CSDC (Community Science and Data Center) do NOIRLab.

Observações mais profundas de acompanhamento por astrônomos utilizando o telescópio Gemini North de 8,1 metros com o instrumento GMOS revelaram estrelas fracas em Pégaso V, confirmando que se trata de uma galáxia anã ultrafraca na periferia da galáxia de Andrômeda. O Gemini North no Havaí é uma metade do Observatório Internacional Gemini.

As observações com o Gemini revelaram que a galáxia parece ser extremamente deficitária de elementos pesados em comparação com galáxias anãs semelhantes, o que significa que é muito antiga e susceptível de ser um fóssil das primeiras galáxias do Universo.

As galáxias mais fracas são consideradas fósseis das primeiras galáxias que se formaram e estas relíquias galácticas contêm pistas sobre a formação das primeiras estrelas. Apesar de os astrônomos esperarem que o Universo esteja repleto de galáxias fracas como Pégaso V (a galáxia tem este nome porque é a quinta galáxia anã descoberta na direção da constelação de Pégaso. A separação, no céu, entre Pégaso V e a Andrômeda é de cerca de 18,5 graus), ainda não descobriram tantas como as suas teorias preveem. Se existirem realmente menos galáxias fracas do que o previsto, isto implicaria um sério problema na compreensão da cosmologia e da matéria escura. 

Estas galáxias extremamente fracas têm poucas das estrelas brilhantes que normalmente utilizamos para as identificar e medir as suas distâncias. A forte concentração de estrelas antigas que a equipe encontrou em Pégaso V sugere que o objeto é provavelmente um fóssil das primeiras galáxias. Quando comparado com as outras galáxias fracas ao redor de Andrômeda, Pégaso V parece ser unicamente velha e pobre em metais, indicando que a sua formação estelar cessou muito cedo.

Pégaso V foi testemunha de uma época na história do Universo conhecida como reionização e outros objetos que datam desta época serão em breve observados com o telescópio espacial James Webb. Os astrônomos também esperam descobrir outras galáxias fracas no futuro usando o Observatório Vera C. Rubin, um programa do NOIRLab, que realizará um levantamento óptico do céu sem precedentes, com a duração de uma década, chamado LSST (Legacy Survey of Space and Time). 

Fonte: NOIRLab

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