Novas imagens, obtidas pelo telescópio espacial James Webb, revelam pela primeira vez galáxias com barras estelares - características alongadas de estrelas que se estendem dos centros das galáxias para os seus discos exteriores - num momento em que o Universo tinha apenas 25% da sua idade atual.
© NASA (galáxia EGS23205)
O poder do JWST em mapear galáxias em alta resolução e em comprimentos de onda infravermelhos mais longos do que o Hubble, permite-lhe olhar através da poeira e revelar a estrutura subjacente e a massa de galáxias distantes. Isto pode ser visto nestas duas imagens da galáxia EGS23205, vista como era há cerca de 11 bilhões de anos atrás. Na imagem do Hubble (esquerda, tirada com o filtro infravermelho próximo), a galáxia é pouco mais do que uma mancha em forma de disco obscurecida pela poeira e impactada pelo brilho de estrelas jovens, mas na imagem do Webb correspondente no infravermelho médio, é uma bela galáxia em espiral com uma clara barra estelar.
A descoberta das chamadas galáxias barradas, semelhantes à nossa Via Láctea, tão cedo no Universo, vai exigir que os cientistas refinem as suas teorias sobre a evolução galáctica. Antes do Webb, as imagens do Hubble nunca tinham detectado barras em épocas tão jovens.
A equipe identificou outra galáxia barrada, EGS-24268, há cerca de 11 bilhões de anos, o que faz com que duas galáxias barradas existam mais longe no tempo do que qualquer outra galáxia anteriormente descoberta. Este estudo destaca estas duas galáxias e mostra exemplos de quatro outras galáxias barradas vistas há mais de 8 bilhões de anos.
As barras desempenham um papel importante na evolução galáctica ao canalizarem gás para as regiões centrais, impulsionando a formação estelar. Uma barra transporta poderosamente gás para a região central, onde o gás é rapidamente convertido em novas estrelas a um ritmo tipicamente 10 a 100 vezes mais depressa do que no resto da galáxia. As barras também ajudam a fazer crescer buracos negros supermassivos nos centros das galáxias, canalizando o gás pelo caminho.
A descoberta de barras durante tais épocas iniciais abala de várias maneiras os cenários de evolução galáctica. E a própria existência destas primeiras barras desafia os modelos teóricos, uma vez que precisam de acertar a física galáctica a fim de prever a abundância correta de barras. A equipe irá testar diferentes modelos nos seus próximos trabalhos.
O telescópio espacial James Webb pode desvendar estruturas em galáxias distantes melhor do que o Hubble por duas razões: em primeiro lugar, o seu espelho maior dá-lhe mais capacidade de recolhimento de luz, permitindo-lhe ver mais longe e com maior resolução. Em segundo lugar, consegue ver melhor através da poeira, pois observa em comprimentos de onda infravermelhos mais longos do que o Hubble.
Um artigo foi aceito para publicação no periódico The Astrophysical Journal Letters.
Fonte: University of Texas
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