terça-feira, 27 de maio de 2025

Localização de gás impulsiona a formação estelar em galáxias distantes

Os astrônomos descobriram que não é a quantidade de gás que uma galáxia tem, mas onde esse gás está localizado, que determina a formação de novas estrelas.

 © ICRAR (NGC 4897)

Na imagem a cor vermelha mostra o conteúdo de gás hidrogênio atômico da galáxia NGC 4897 sobreposto à imagem óptica.

Os pesquisadores do ICRAR (International Centre for Radio Astronomy Research) fizeram esta descoberta sobre as galáxias estudando a distribuição do gás que ajuda a criar estrelas.

Utilizando o radiotelescópio ASKAP (Australian Square Kilometre Array Pathfinder) da CSIRO (Commonwealth Scientific and Industrial Research Organisation), situado em Inyarrimanha Ilgari Bundara, Austrália Ocidental, os pesquisadores exploraram a distribuição de gás em cerca de 1.000 galáxias no âmbito do levantamento WALLABY (Widefield ASKAP L-band Legacy All-sky Blind surveY). 

As descobertas dão novas perspectivas sobre a forma como as estrelas nascem do gás. Enquanto os estudos anteriores só conseguiam mapear a distribuição do gás em algumas centenas de galáxias, o levantamento WALLABY conseguiu mapear o gás hidrogênio atômico numa amostra significativamente maior de galáxias. O levantamento revelou que a existência de mais gás numa galáxia não significa automaticamente que esta criará mais estrelas. Ao invés, as galáxias que estão formando estrelas têm normalmente uma maior concentração de gás nas áreas onde residem as estrelas.

A pesquisao mostrou que a capacidade de efetuar observações de rádio mais detalhadas é fundamental para ajudar os cientistas a compreender como as galáxias crescem e mudam ao longo do tempo. A equipe analisou as ondas de rádio e a luz visível de galáxias próximas para determinar a quantidade de gás nas partes da galáxia onde as estrelas estão nascendo.

Um artigo foi publicado no periódico Publications of the Astronomical Society of Australia.

Fonte: International Centre for Radio Astronomy Research