quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Asteroide detectado nos arredores da Terra

O telescópio espacial Wide-field Infrared Survey Explorer (WISE), lançado em dezembro de 2009, detectou o primeiro asteroide de centenas que a Nasa, agência espacial americana, espera encontrar nos arredores da Terra nos próximos anos. A sonda Wise, responsável por fazer o mapeamento fotográfico do cosmos, foi colocada em órbita por um foguete Delta II, a uma distância de 525 km da Terra. A Nasa informou que o recém-batizado 2010 AB78, descoberto em 12 de dezembro passado, não apresenta nenhum risco de colisão com o planeta. O asteroide é o ponto vermelho na parte superior da imagem a seguir.
2010 AB78
© NASA (2010 AB78)
Atualmente, o objeto de aproximadamente 1 km de diâmetro está a cerca de 158 milhões de km da Terra. Segundo a Nasa, o asteroide tem a órbita elíptica e chega perto do Sol como a Terra, mas por causa de sua trajetória inclinada, não deve se aproximar por muitos séculos. Apesar de não causar riscos, os cientistas continuarão monitorando a rocha espacial.
Centenas de asteroides e cometas passam relativamente próximos à Terra anualmente - alguns com tamanho reduzido ingressam na órbita terrestre, mas acabam se desintegrando ao atingir a atmosfera. Em casos raros de impacto com um objeto de maior proporção, o dano na superfície da Terra pode ser catastrófico. A teoria mais aceita diz que um asteroide com cerca de 10 km de largura mergulhou no planeta há 65 milhões de anos, matando todos os dinossauros e provocando um cataclisma mundial.
Fonte: NASA

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Estrelas órfãs em galáxia com duas caudas

A galáxia ESO 137-001 encontra-se a caminho do centro do enorme enxame de abelhas Abel 3627. O efeito gravitacional do enxame arrancou grandes quantidades de gás da galáxia ESO 137-001 de forma que esta agora apresenta uma cauda que se estende por mais de 200.000 anos-luz. Esta cauda foi observada pelo telescópio SOAR (Southern Astrophysical Research Telescope) no óptico e pelo observatório Chandra (NASA) nos raios-X. A seguir uma imagem mostrando a composição do espectro visível, H-alfa e raios-X.
 galáxias abell 3627
© NASA / SOAR
As observações indicam que o gás na cauda já formou milhões de estrelas. Este resultado surpreendeu os astrônomos que, até agora, pensavam ser difícil haver formação de estrelas sem ser dentro das galáxias, devido à necessidade de grandes quantidades de gás e poeira. Não é a primeira vez que se observa a formação de estrelas no espaço entre galáxias, mas nunca se tinha constatado um número tão elevado destas estrelas "órfãs".
As evidências de formação de estrelas incluem 29 regiões de hidrogênio ionizado que brilha na luz visível, e que se julga ser devido às estrelas recém-formadas. Estas regiões encontram-se ou na cauda de gás, ou muito próxima desta. O Chandra também revelou duas fontes de raios-X próximas destas regiões, o que reforça a teoria da atividade de formação de estrelas. As estrelas teriam se formado há cerca de 10 milhões de anos. Pelos padrões astronômicos, estas estrelas estão muito isoladas.
O gás que deu origem às estrelas órfãs foi arrancado da galáxia pela pressão induzida pelo movimento da galáxia através do gás quente (a vários milhões de graus) que permeia o espaço intergaláctico do enxame de galáxias Abel 3627. Com a aproximação ao enxame de galáxias, mais gás vai sendo arrancado a ESO 137-001 até que esta galáxia não tenha mais gás para formar novas estrelas.
As caudas de gás em galáxias são raras no universo atual, mas podem já ter sido comuns, há bilhões de anos, quando as galáxias eram mais jovens e mais ricas em gás.
Este trabalho de investigação, liderado por Ming Sun (Universidade Estatal do Michigan, EUA) será publicado na revista científica The Astrophysical Journal.
Fonte: NASA e SOAR

domingo, 17 de janeiro de 2010

O menor objeto do Cinturão de Kuiper

O Telescópio Espacial Hubble descobriu o menor objeto já visto em luz visível no cinturão de Kuiper, a região do Sistema Solar que se estende para além da órbita de Netuno e que abriga planetas-anões como Eris e Quaoar. Mesmo o Hubble não tendo fotografado este KBO (Kuiper Belt Object – Objeto do Cinturão de Kuiper), a sua detecção ainda foi bem impressionante. O objeto tem apenas 975 metros de diâmetro, e está à 6,7 bilhões de km de distância. O menor KBO visto anteriormente em luz refletida tinha cerca de 48 km de diâmetro, ou 50 vezes maior. Isto providencia a primeira evidência observacional de uma população de objetos do tamanho de cometas no Cinturão de Kuiper. O objeto detectado pelo Hubble é tão fraco (35ª magnitude) que é 100 vezes mais fraco do que o Hubble pode ver diretamente.
kuiper belt object
© NASA (KBO – concepção artística)
Então como o telescópio espacial poderia descobrir tal objeto? A assinatura do pequeno objeto foi extraído de dados do Hubble, não através de fotografia direta. Quando o objeto passou na frente de uma estrela, os instrumentos do Hubble registraram a ocultação.
O Hubble tem três instrumentos ópticos chamados de Fine Guidance Sensors (FGS). O FGS providencia informações de navegação de alta precisão para os sistemas de controle de altitude do observatório através da observação de estrelas-guia. O sensor explora a natureza de onda da luz para realizar medições precisas da localização das estrelas.
Foram selecionados 4,5 anos de observações do FGS, onde foram analisadas em torno de 50.000 estrelas. O Hubble passou um total de 12.000 horas durante esse período olhando para uma faixa do céu a até 20 graus do plano eclíptico do Sistema Solar, onde a maioria dos KBOs deve estar. Procurando no imenso banco de dados, foi encontrado um único evento de ocultação que durou 0,3 segundos. Isto só foi possível porque os instrumentos do FGS gravam mudanças na luz das estrelas 40 vezes por segundo. A duração da ocultação foi curta principalmente por causa do movimento da Terra ao redor do Sol. A distância do KBO foi estimada pela duração da ocultação, e a quantidade de luz bloqueada foi usada para calcular o tamanho do objeto.
A descoberta é uma poderosa ilustração da capacidade de produzir importantes descobertas novas através dos dados arquivados do Hubble.
Fonte: Nature

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Eclipse anular do Sol mais longo do milênio

O mais longo eclipse anular do Sol do terceiro milênio foi observado nesta sexta-feira da África Central à China, onde as Maldivas foram o melhor lugar para ver o fenômeno. O Instituto de Mecânica Celeste de Paris e a Nasa informam que este fenômeno não se repetirá com a mesma duração (11 minutos e 8 segundos) antes de 23 de dezembro de 3043.
eclipse anular do Sol
© Associated Press
O eclipse anular do Sol é um tipo especial de eclipse parcial. Durante um eclipse anular a Lua passa em frente ao Sol, mas acaba por não tapar completamente o astro. O Sol estando mais próximo da Terra em janeiro e a Lua, atualmente muito longe, não conseguirá cobri-lo totalmente; um anel do disco solar ficará visível quando a Lua se intercalará entre a Terra e o Sol.
O periélio, o ponto da órbita em que a Terra está mais próxima do Sol, ocorreu neste ano em 2 de janeiro, quando o planeta chegou a 146 milhões de quilômetros do Sol, cerca de 5 milhões de quilômetros mais próximo do que no ponto de maior afastamento, o afélio, que ocorre no início de julho.
E é em julho, mais precisamente no dia 11, que ocorre o segundo eclipse do Sol deste ano. Este será total: a sombra da Lua cobrirá o Sol por completo, deixando visível apenas a chamada corona, ou atmosfera, solar.
Eclipses totais são considerados mais interessantes pelos cientistas, porque permitem a observação direta da corona, que normalmente é obscurecida pela luz intensa do disco solar. O eclipse total será visível, na América do Sul, em partes do Chile e da Argentina.
Fonte: Associated Press

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Descoberto segundo menor exoplaneta

Astrônomos americanos detectaram o segundo menor exoplaneta conhecido até o momento, com uma massa de apenas 4,2 vezes a da Terra. "Esta é uma descoberta notável porque mostra que encontramos planetas fora de nosso sistema solar cada vez menores", disse o astrônomo Andrew Howard, da Universidade da Califórnia em Berkeley, ao revelar o novo exoplaneta no encerramento da 215ª conferência da American Astronomical Society.
exoplaneta
© Luís Calçada (ESO)
Este planeta longíquo, batizado de HD156668b, fica em um sistema estelar a 80 anos luz da Terra, na constelação de Hércules. Gravita ao redor de seu astro em 4,6 dias. O exoplaneta mais conhecido até hoje, chamado Gliese 581, tem duas vezes a massa terrestre. Foi detectado em abril de 2009 por um astrônomo suíço e fica a 20,5 anos luz da Terra. Mas fica em órbita muito perto de seu astro, ou seja, fora da zona habitável, com temperatura elevada.
A amplitude da variação da velocidade radial induzida pelo planeta na estrela é de apenas 1.89 m/s. A descoberta foi feita pela equipe do projeto Eta-Earth-Survey, liderada pelo conhecido Geoffrey Marcy. Para o efeito foi utilizado o espectrógrafo HIRES instalado no Observatório Keck que, juntamente com o HARPS, é o mais preciso da atualidade, sendo capaz de detectar variações de apenas 1 m/s na velocidade radial das estrelas.
Os dados do gráfico da velocidade em função da fase orbital confirma a existência do exoplaneta HD156668b.
gráfico
© Andrew Howard (Universidade da Califórnia)
No início da semana, a equipe científica do novo telescópio espacial americano Kepler, lançado em março de 2009 em busca de planetas similares à Terra fora do sistema solar, anunciou na conferência a descoberta de cinco novos exoplanetas, todos de grandes dimensões e muito quentes, com temperaturas de 1.200 a 1.648 graus centígrados.
Mas a comunidade astronômica manifestou confiança de que exoplanetas do tamanho da Terra sejam descobertos através do novo telescópio Kepler e com o Corot lançado previamente pelos europeus.
Fonte: W. M. Keck Observatory

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Satélite capta conjunto de estrelas

A Nasa, agência espacial americana, divulgou imagem com milhares de estrelas que cobrem uma região na Constelação de Carina, perto da Via Láctea. A imagem foi captada por um sofisticado satélite lançado no dia 14 de dezembro. Segundo a Nasa, a região cobre uma área três vezes maior que o tamanho da Lua.
constelação carina
© NASA/UCLA (constelação de Carina)
 Com o objetivo de fotografar bilhões de objetos, incluindo asteórides potencialmente perigosos, o Wide-field Infrared Survey Explorer (WISE), usará seus raios para definir a localização e o tamanho de aproximadamente 200.000 asteroides, e dará aos cientistas uma ideia mais clara de quantas rochas espaciais há nas proximidades da órbita terrestre e que perigo representam.
"Quando os encontrarmos, passaremos a informação aos responsáveis pelas políticas para decidir o que fazer para tentar evitar que estes asteroides próximos à Terra colidam com nosso planeta", indicou J. D. Harrington, da Nasa, à AFP. O WISE orbitará a 500 quilômetros acima da superfície da Terra durante 10 meses, em busca de dados e objetos de luz fraca como nuvens de poeira, estrelas anãs marrons e asteroides.
O satélite escaneará o cosmos com raios infravermelhos, cobrindo todo o céu uma vez e meia - completar uma órbita da Terra levará seis meses - e, tirará fotografias de tudo, desde asteroides próximos à Terra até galáxias longínquas com novas estrelas. "A última vez que escaneamos todo o céu com estes comprimentos de onda infravermelha em particular foi há 26 anos", indicou Edward Wright, da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA), principal pesquisador da missão.
"A tecnologia infravermelha percorreu um longo caminho desde então. As velhas fotografias infravermelhas eram como pinturas impressionistas. Agora teremos imagens que serão vistas como as fotografias atuais", acrescentou. Harrington explicou ainda que os antigos satélites com infravermelho tinham apenas 62 pixels por "câmera", enquanto o WISE tem uma resolução de quatro milhões de pixels, o que resultará em imagens muito mais nítidas.
Fonte: AFP e NASA

Explosão no espaço ameaça vida na Terra

Cientistas identificaram uma estrela a 3.260 anos luz da Terra que pode se transformar em uma supernova e, nesse caso, ameaçar a camada de ozônio do planeta tornando-o inabitável. Os astrônomos americanos que identificaram a "bomba relógio" a partir de imagens do telescópio Hubble anunciaram a descoberta na reunião da Sociedade Americana Astronômica (AAS, na sigla em inglês), nesta semana, em Washington DC.
 estrela t pyxidis   
© NASA (estrela T Pyxidis)
De acordo com o astrônomo Edward Sion, da Villanova University, na Filadélfia, a estrela T Pyxidis parece destinada a explodir com força para se transformar em uma supernova, que são corpos celestes que surgem depois de explosões de estrelas com mais de 10 massas solares.
A esta distância, dizem os astrônomos, a explosão poderia destruir a camada de ozônio da Terra, deixando o planeta vulnerável a radiações. A estrela já apresentou explosões menores no passado, em intervalos constantes de aproximadamente 20 anos, em 1890, 1902, 1920, 1944 e 1967. Mas a estrela não apresenta explosões há 44 anos, e os astrônomos não sabem a explicação.
Um novo estudo usando informações do satélite International Ultraviolet Explorer mostrou que a T Pyxidis está muito mais próxima da Terra do que se imaginava e que se trata, na verdade, de um sistema com duas estrelas em que uma delas atua como sol, e a outra, menor e mais densa, como anã branca.
A anã branca está ganhando massa com o gás vindo da estrela vizinha. Se sua massa ultrapassar 1,4 vezes a massa do sol, o chamado Limite de Chandresekhar, ela está destinada a sofrer uma poderosa explosão termonuclear que a destruiria e que poderia afetar também a Terra.
O evento, chamado supernova Tipo Ia, liberaria 10 milhões de vezes mais energia do que a explosão de uma nova (quando estrelas comuns chegam ao fim de sua vida útil), que dá origem às anãs brancas. As explosões que originam novas são muito mais comuns no universo do que as que originam as supernovas.
Segundo os astrônomos responsáveis pelo estudo, as imagens do Hubble mostram que a T Pyxidis parece destinada a virar uma supernova. Mas apesar do risco, os astrônomos afirmam que não há motivo para pânico, já que a estrela só deve chegar ao limite de Chandresekhar, provocando a massiva explosão em 10 milhões de anos.
Fonte: BBC Brasil

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Buraco negro no centro da Via Láctea

A Nasa (agência espacial norte-americana) divulgou nesta quarta-feira a imagem de um buraco negro localizado no centro da Via Láctea, conhecido como Sagitário A.
sagitário a
© NASA
Medindo 114 anos-luz, o Sagitário A é supermassivo, ou seja, possui uma massa muito maior que a da maioria das estrelas, com cerca de 100 massas solares. Ele está localizado a cerca de 26 mil anos-luz da Terra, na constelação de Sagitário e pode ser observado desde o nosso planeta.
Segundo a Nasa, os cientistas afirmam que as regiões centrais de praticamente todas as galáxias - como é o caso da Via Láctea, onde fica a Terra - contêm um buraco negro supermassivo como este, mas com milhão de massas solares ou mais.
Ainda de acordo com os astrônomos da Nasa, este buraco negro é um "devorador" fraco. O seu combustível vem de ventos originados em estrelas jovens, localizadas à uma distância relativamente longa da Sagitário A, onde a sua influência gravitacional é fraca.
A imagem foi produzida ao se utilizar diferentes faixas de energia de Raios-X do observatório da Nasa Chandra e utilizando códigos coloridos para representá-las. Os dados são de uma série de observações que duram no total um milhão de segundos, ou quase duas semanas.
Fonte: NASA

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Imagem mais profunda do Universo

O Telescópio Espacial Hubble bateu seu recorde anterior de distância observada e conseguiu detectar quatro galáxias a 13 bilhões de anos-luz de distância. As fotos dos objetos, apresentadas no encontro anual da AAS (Sociedade Americana de Astronomia), mostram como eram as estruturas numa época em que o Universo era muito jovem, com apenas 700 milhões de anos.
Como a luz demora para chegar à Terra ao viajar grandes distâncias, os astrônomos enxergam objetos distantes como uma janela para o passado, que permite entender como era o Universo naquela época. Círculos destacam três das galáxias antigas em foto do Hubble; equipamento bateu recorde em distância observada no Universo.
 galáxias distantes
© NASA
Segundo os cientistas que apresentaram a novidade ontem, as galáxias descobertas agora pelo Hubble eram pequenas, com apenas 1% da massa da galáxia da Terra, a Via Láctea. As estrelas que elas continham, por sua vez, não eram nada parecidas com o Sol.
"Elas eram tão azuis que deviam ser extremamente deficientes em elementos químicos pesados. Portanto, representam uma população com características primordiais", afirmou em comunicado à imprensa Rychard Bouwens, da Universidade da Califórnia em Santa Cruz, um dos cientistas que anunciaram a descoberta.
O achado foi feito após uma análise de imagens tiradas com a nova câmera sensível à luz infravermelha do Hubble, instalada por astronautas em maio do ano passado. Imagens da mesma região já haviam sido feitas pelo Hubble, mas em luz visível, indo a até 12,7 bilhões de anos-luz de distância.
A descoberta de galáxias relativamente bem estruturadas a 13 bilhões de anos de distância, segundo os cientistas, é também um indício de que as primeiras estrelas do Universo devem ter se acendido antes do que astrônomos estimavam, de 500 milhões a 600 milhões de anos depois do Big Bang, o fenômeno "explosivo" que deu origem ao Universo.
 Fonte: NASA

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Novos planetas fora do Sistema Solar

O telescópio americano Kepler, da Nasa, agência espacial americana, descobriu cinco exoplanetas, planetas que se localizam fora do Sistema Solar, todos muito quentes para acolher uma forma de vida como concebemos na Terra, anunciaram nesta segunda-feira responsáveis da missão. A sonda foi lançada em março de 2009 com o objetivo de descobrir exoplanetas. A imagem a seguir mostra a comparação dos cinco exoplanetas com os planetas Terra e Júpiter.
planetas Kepler
© NASA
"Estas observações permitem compreender melhor como se formam e evoluem os sistemas planetários a partir dos discos de gás e poeira cósmica para o nascimento das estrelas e de seus planetas", disse William Borucki, do centro de pesquisa Ames, da Nasa, responsável pela equipe científica do Kepler.
"Estas descobertas mostram ainda que os instrumentos funcionam bem e que o Kepler poderá cumprir com seus objetivos", destacou Borucki, por ocasião do 215º congresso da Sociedade de Astronomia americana (AAS), em Washington.
A missão Klepler observará uma região do céu por anos para achar astros habitáveis perto de estrelas localizadas até 3.000 anos-luz do Sol.
Fonte: AFP

quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Lua Azul ocorrerá na véspera de Ano-Novo

A véspera do Ano-Novo, 31 de dezembro de 2009, reserva grandes e belas surpresas. Nessa noite, ocorrerá um fenômeno chamado de Lua Azul. Segundo definição popular, uma Lua Azul é a segunda Lua Cheia em um mesmo mês. A frequência de acontecimento é de 1 vez a cada 2 ou 3 anos.
No entanto, o nome não está relacionado com a cor do corpo celeste e não têm nenhum significado astronômico. A Lua Cheia ocorreu em 2 de dezembro e aparecerá novamente a tempo de contagem regressiva do Ano-Novo, na quinta-feira.
lua cheia
© NASA
O fenômeno será visível nos Estados Unidos, Canadá, Europa, América do Sul e África. O hemisfério oriental poderá comemorar a virada do ano com um eclipse lunar parcial. O eclipse não será visível nas Américas.
O fenômeno é raro e não acontece todos os anos. A última vez ocorreu dia 31 de maio de 2007. Luas New Year's Eve azuis são ainda mais raras, ocorrendo a cada 19 anos. A última vez foi em 1990, o próximo será em 2028. O fato ocorre devido ao ciclo lunar de 29.5 dias, o que torna perfeitamente possível que em um mesmo mês sua fase se apresente cheia por duas vezes.
Fevereiro é o único mês impossível de se ter a Lua Azul, mesmo em anos bissextos. Inclusive é possível um ano não ter Lua Cheia no mês de fevereiro, nesses anos, acontece uma Lua Cheia no final de janeiro e a outra no início de março, ou seja, 2 Luas Azuis no mesmo ano, em janeiro e março. Isto ocorre em média a cada 35 anos.
O nome surgiu de uma interpretação errada da revista Sky & Telescope, em 1946. Naquele ano, o astrônomo James Hugh Pruett usou a expressão - até então utilizada apenas pelo "Almanaque do Fazendeiro do Maine" para designar a terceira Lua cheia de uma estação do ano - para dar o nome ao fenômeno.
Fonte: The Huffington Post e Portal Terra

sábado, 26 de dezembro de 2009

Descoberta a origem de estrelas azuis

Astrônomos anunciaram que desvendaram a origem de uma classe de objetos cósmicos que vinha intrigando a ciência: as estrelas errantes azuis.
Por serem portadoras de uma massa muito maior do que se previa para astros de sua categoria, seu mecanismo de formação não era bem entendido. Agora, dois estudos mostram que elas surgem tanto de colisões estelares quanto de sistemas em que uma estrela suga material de outra aos poucos.
estrelas errantes azuis
© B.R. Carlsen/Universidade de Wisconsin
O enigma das errantes azuis é que elas aparentam ter uma idade menor do que efetivamente possuem, um valor que pode ser inferido a partir da idade de outras estrelas próximas. Outra estrelas gigantes azuis em geral morrem e perdem brilho antes de suas "irmãs" nascidas num mesmo aglomerado, pois astros mais maciços consomem mais rápido seu material interno por meio de fusão nuclear.
Algumas errantes azuis, porém, chegam a ter 7 bilhões de anos, e são mais velhas até do que o Sol, que tem 5 bilhões.
Para explicar isso, cientistas vinham debatendo havia tempos as hipóteses da colisão e da matéria sugada. Esses eventos dariam a estrelas de vida curta um suprimento extra de matéria para fusão nuclear, prolongando assim seu tempo de brilho. Mas ninguém conseguia dizer qual das duas coisas estava efetivamente ocorrendo.
Em um par de estudos hoje na revista "Nature", astrofísicos da Universidade de Bolonha (Itália) e da Universidade de Wisconsin-Madison (EUA) mostram que uma hipótese não exclui a outra. Francesco Ferraro, autor principal do trabalho italiano, analisou diversas errantes azuis e descobriu que aquelas de tom azulado mais acentuado são as formadas em colisões. As outras, mais avermelhadas, surgem quando a gravidade de uma estrela rouba massa de outra próxima.
 Fonte: Nature

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Mistério nos confins do Sistema Solar

Astrônomos dizem que o nosso Sistema Solar está atravessando uma nuvem de material interestelar que não deveria estar aqui. Mas as velhas sondas Voyager ajudaram a resolver o mistério. A nuvem é denominada "Nuvem Interestelar Local". Tem cerca de 30 anos-luz de diâmetro e contém uma insignificante mistura de átomos de hidrogênio e hélio.

nuvem local interestelar
© Linda Huff e Priscilla Frisch (concepção artística)
Estrelas vizinhas, que explodiram há cerca de 10 milhões de anos atrás, deveriam ter esmagado ou dispersado esta nuvem.
Então o que está mantendo esta nuvem no seu lugar?
Usando dados das Voyager, foi descoberto um forte campo magnético, além do Sistema Solar. "Este campo magnético sustenta a nuvem interestelar e resolve o antigo mistério da sua existência. A nuvem é muito mais magnetizada do que se pensava anteriormente. Este campo magnético pode dar a pressão extra necessária para resistir à destruição",  explicou Merav Opher, pesquisador convidado pela NASA, da Universidade George Mason.
Opher e seus colegas explicam a descoberta na edição de 24 de Dezembro da revista Nature.
As duas sondas Voyager da NASA já navegam para fora do Sistema Solar há mais de 30 anos. Estão agora bem além da órbita de Plutão e à beira do espaço interestelar. Durante a década de 90, a Voyager 1 tornou-se no objeto mais longínquo feito pelo Homem.
As duas Voyager, viajando em direções opostas, revelaram, entre outras coisas, que a bolha em torno do nosso Sistema Solar é achatada.
A nuvem interestelar local está mesmo além dos confins do Sistema Solar e é contida pelo campo magnético do Sol, que é "inchado" pelo vento solar numa espécie de bolha magnética com mais de 10 bilhões de quilômetros. Denominada "heliosfera", esta bolha protege o Sistema Solar interior dos raios cósmicos galáctios e das nuvens interestelares. As duas Voyager estão localizadas na camada exterior da helioesfera, onde o vento solar diminui de velocidade devido à pressão do gás interestelar.
A Voyager 1 entrou nesta região em Dezembro de 2004. A Voyager 2 seguiu-a em Agosto de 2007. Estas travessias providenciaram dados fundamentais para o novo estudo.
Outras nuvens interestelares podem também estar magnetizadas, assume Opher e seus colegas. E podemos eventualmente colidir com algumas.
"Os seus fortes campos magnéticos podem comprimir a helioesfera ainda mais do que está agora," afirma a NASA. "Uma maior compressão pode permitir com que um maior número de raios cósmicos alcancem o Sistema Solar interior, possivelmente afetando o clima terrestre e a capacidade dos astronautas viajarem em segurança pelo espaço."
Fonte: NASA

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Descoberto planeta parecido com a Terra

Um grupo de astrônomos descobriu um novo planeta muito parecido com a Terra, maior do que ela, e que poderia ter mais da metade de sua superfície coberta por água, mostra um estudo publicado na revista especializada Nature. A "Super-Terra", como está sendo chamado o planeta (cujo nome oficial é GJ 1214b), está a 42 anos-luz de distância em outro sistema solar, e seu raio é 2,7 vezes maior que o da Terra.
Sua descoberta, relatada no estudo do Centro Harvard-Smithsonian de Astrofísica, representa "um grande passo à frente" na busca por mundos semelhantes à Terra, estimou Geoffrey Marcy, da Universidade da Califórnia, que escreveu um comentário sobre a "Super-Terra" na Nature. O que ainda falta descobrir é a composição gasosa de seu entorno, destacou.
exoplaneta
© ESO (exoplaneta - ilustração)
O GJ 1214b tem uma órbita de 38 horas em torno de uma estrela pequena e fraca, que foi vista pela primeira vez por oito telescópios terrestres comuns, não muito maiores daqueles usados por observadores amadores, de acordo com o Centro Harvard-Smithsonian.
Sua relativa proximidade torna possível estudá-lo a ponto de determinar sua atmosfera. "Isso faria dele a primeira 'Super-Terra' com atmosfera confirmada, mesmo que esta atmosfera provavelmente não seja boa para a vida como a conhecemos", explicou David Charbonneau, que coordenou a equipe de pesquisa.
A temperatura do novo planeta, no entanto, é muito alta para abrigar formas de vida como as terrestres. Sua densidade sugere que "é composto por cerca de três quartos de água e gelo, e um quarto é rocha", segundo a pesquisa. "Há também fortes indícios de que o planeta possua uma atmosfera gasosa".
O GJ 1214b possui uma temperatura entre 120 e 280 graus Celsius, apesar da estrela central de seu sistema solar ter cerca de um quinto do tamanho do Sol. "Apesar de sua temperatura alta, este parece ser um mundo de água", disse Zachory Berta, estudante que primeiro identificou indicações da presença do planeta.
"É muito menor, mais frio e mais parecido com a Terra do que qualquer outro exoplaneta", indicou Berta em uma nota. Exoplaneta ou planeta extra-solar é qualquer um localizado fora do nosso Sistema Solar. Berta explicou que parte da água da "Super-Terra" provavelmente está em estado cristalino, que existe em ambientes com pressão atmosférica pelo menos 20 mil vezes superior à encontrada ao nível do mar em nosso planeta.
Entretanto, numa comparação com o CoRoT-7b, outro planeta descoberto pelos cientistas que apresenta semelhanças com a Terra, GJ 1214b é bem mais fresco, segundo os astrônomos. O CoRoT-7b, por outro lado, tem densidade próxima à da Terra (5,5 gramas por centímetro cúbico) e parece ser rochoso, enquanto o novo planeta aparenta ser bem menos denso, com 1,9 grama por centímetro cúbico.
"Para manter a densidade do planeta tão baixa assim é preciso que contenha grandes quantidades de água", afirmou Marcy. "Deve haver uma enorme quantidade de água, pelo menos 50% de sua massa".
Fonte: AFP e Nature

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Explosão da supernova SN2007bi

Astrônomos assistiram à morte violenta daquela que constituía provavelmente a estrela de maior massa que já foi detectada. A explosão da supernova, que durou meses, foi estimada como tendo gerado o equivalente a mais de 50 sóis de diferentes elementos, que no futuro poderão se tornar componentes na formação de novos sistemas solares.
A explosão designada SN2007bi foi avistada como parte de um levantamento digital cujo objetivo era a busca de supernovas, empreendido por astrônomos do Observatório de Palomar, perto de San Diego, Califórnia.
SN2007bi
© Nature (SN2007bi)
Uma das supernovas observadas era especialmente digna de atenção, recorda Avishay Gal-Yam, astrônomo do Instituto Weizmann de Ciência, em Rehovot, Israel, e membro da equipe que conduziu o levantamento.
A detonação foi observada pela primeira vez em 6 de abril de 2007 mas, diferentemente da maioria das supernovas, seu brilho não desapareceu em questão de semanas, e ela continuou queimando por meses, em ritmo muito forte.
"Foi um processo muito, muito lento", disse Gal-Yam. "Voltei a observar depois de uma semana, depois de duas semanas, depois de um mês e depois de cinco meses, e o brilho continuava mais ou menos o mesmo".
Observações posteriores com alguns dos mais poderosos telescópios disponíveis no planeta, entre os quais os do Observatório W. M. Keck, no topo do Mauna Kea, Havaí, e os do Observatório de Paranal, no Chile, revelaram uma supernova que diferia de todas as demais.
Em artigo para a revista Nature, Gal-Yam e seus colegas reportam que a explosão provavelmente envolveu uma estrela supermaciça, com pelo menos 200 vezes mais massa que o nosso Sol. O tipo de supernova produzido pela detonação, uma supernova de "instabilidade provocada por partes de partículas", já havia sido previsto em teoria, mas jamais observado.
A explosão gerou volume diversas vezes superior ao do Sol de níquel-56, radiativo, e vastas quantidades de elementos mais leves, como carbono e silício. O decaimento nuclear do níquel que manteve o brilho da explosão por meses.
"Trata-se definitivamente de algo que jamais havíamos visto no passado", diz Gal-Yam. "Não existem estrelas desse porte em nossa galáxia ou nas galáxias mais próximas. Tratava-se de uma estrela realmente espetacular".
Alguns astrônomos sugeriram que seria impossível que estrelas crescessem a tamanhos mais que 150 vezes maiores que a massa do Sol, em parte porque os poderosos ventos solares serviriam para dispersar o material excedente. Uma pesquisa com as estrelas de nossa galáxia, a Via Láctea, parecia sustentar essa ideia de que existe um limite para o tamanho das estrelas.
As estrelas da Via Láctea são feitas principalmente de hidrogênio e hélio, e contêm apenas um pequeno percentual de elementos atômicos mais pesados como parte de sua massa. No entanto, as estimativas quanto às estrelas de maior massa no universo são de que elas contenham proporções ainda menores de elementos mais pesados, o que permitiria que crescessem mais e tivessem brilhos muito superiores, antes de expirarem em forma de espetaculares supernovas de instabilidade provocada por pares de partículas.
Os fótons gerados no interior da estrela exercem pressão para fora e impedem que essas gigantes entrem em colapso, pelo menos até que elas envelheçam a ponto de perder o brilho. Assim que a estrela começa a se contrair, sua temperatura interna sobe, o que faz com que os fótons se convertam em pares de elétrons e pósitrons (as antipartículas dos elétrons). Essas novas partículas não exercem a mesma pressão de expansão sobre a estrela que os fótons originais exerciam, e o resultado é um colapso cada vez mais acelerado, seguido por uma imensa explosão do núcleo estelar.
As supernovas de instabilidade provocada por pares de partículas haviam sido previstas teoricamente décadas atrás mas nenhuma havia sido avistada até agora, disse Norbert Langer, astrofísico da Universidade de Bonn, na Alemanha.
Além de oferecer confirmação quanto a uma velha teoria, a nova supernova pode também permitir novas percepções sobre a juventude do universo. Os astrônomos acreditam que o universo fosse quase inteiramente formado de hidrogênio e hélio pouco antes do Big Bang. A ideia é de que esses elementos tenham formado estrelas gigantescas que arderam por breves períodos, com brilho intenso, antes de explodir, criando elementos mais pesados que no futuro viriam a resultar na formação de planetas, e pessoas.
"Existe um interesse já antigo na evolução e morte dessas primeiras estrelas", diz Langer. A morte da supernova pode propiciar algumas pistas.
E também suscita algumas questões, acrescenta Langer. A mais notável é que a supernova parecia não conter hidrogênio. Já que os elementos leves são considerados importantes em uma estrela como essa, é "algo de estranho" que o hidrogênio não esteja presente na supernova, disse Langer.
Gal-Yam concorda: "Deveríamos tê-lo detectado com certa facilidade", afirma. "Creio que tenha sido removido, com grande eficiência, por algum mecanismo (desconhecido)".
Fonte: Nature