segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Encontrada estrela constituída de zircônio

Recentemente, um grupo de cientistas do Observatório de Armagh na Irlanda do Norte descobriu uma estrela que é envolvida por nuvens brilhantes de zircônio!
ilustração da estrela LS IV-14 116
© Natalie Behara (ilustração da estrela LS IV-14 116)
A estrela focalizada é uma anã branca denominada LS IV-14 116, que está localizada a 2.000 anos-luz. Na imagem as nuvens brancas são ricas em zircônio, que estão situadas acima da superfície azulada da estrela.
Usando um espectroscópio acoplado ao telescópio de 3,9 metros foi possível identificar a presença de zircônio que só deveria existir numa temperatura de 20.000 ºC.
A abundância de zircônio é causada pela formação de camadas de nuvem na atmosfera da estrela, cuja concentração é 10.000 vezes da encontrada no Sol. A estrela LS IV-14 116 não tem uma coroa como o Sol, e o excesso de zircônio está localizado na fotosfera.
O estágio de evolução desta estrela demonstra a ocorrência da transição de uma gigante fria e brilhante para uma anã quente e tênue. Agora, esta estrela é mais um coadjuvante no processo de evolução estelar.
Fonte: Universe Today

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Encontrado primeiro exoplaneta rico em carbono

Uma equipe de cientistas da Universidade de Princeton, dos Estados Unidos, descobriu que o planeta WASP-12b, um dos exoplanetas mais quentes já descobertos, tem uma relação carbono-oxigênio maior que a vista no nosso sistema solar. Os especialistas chegaram a essa conclusão após analisar a luz que o planeta reflete.
moléculas presentes no exoplaneta WASP-12b
© NASA (moléculas presentes no exoplaneta WASP-12b)
O diagrama acima mostra a presença de moléculas (água, metano e monóxido de carbono) no exoplaneta WASP-12b através da relação do brilho relativo e o comprimento de onda.
O WASP-12b orbita uma estrela ligeiramente mais quente que o Sol a uma distância quarenta vezes mais próxima que aquela que a Terra tem do Sol, por isso é considerado um dos exoplanetas mais quentes conhecidos até o momento, com uma temperatura de superfície de 2.200ºC, mostra o estudo.
É possível que o planeta tenha altas quantidades de grafite, diamante e ainda outras formas não conhecidas de carbono em seu interior. Até o momento, astrônomos não têm a tecnologia para observar o interior dos exoplanetas, mas suas teorias trazem possibilidades intrigantes.
O planeta Terra tem muitas rochas, como o quartzo, que são feitas de sílica, oxigênio e outros elementos. Mas o planeta onde o carbono fosse predominante seria um lugar muito diferente. Isso significa que, nesse mundo o diamante não seria uma pedra preciosa.
O carbono é um componente comum nos sistemas planetários e um ingrediente chave para a vida na Terra. A medição da relação carbono-oxigênio tem a finalidade de obter uma ideia da composição química dos astros.
Fonte: Nature

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Água lunar parece ser um pouco salgada

A sonda LCROSS (NASA Lunar Crater Observing and Sensing Satellite) se chocou com a cratera Cabeus no polo sul lunar no dia 9 de Outubro de 2009. A colisão levantou e tornou visível aproximadamente 300 kilogramas de água congelada que estava no fundo da cratera, de acordo com a equipe da LCROSS.
cratera Cabeus
© NASA (cratera Cabeus)
Ela também adicionou aproximadamente 1,5 kilogramas de sódio, um dos elementos do sal (cloreto de sódio) à pluma de água, relatou a equipe do Goddard Spaceflight Center da NASA em Greenbelt, Maryland. Na revista Geophysical Research Letters a equipe relatou observações feitas com o telescópio McMath-Pierce no Arizona que revelaram um espectro químico dessa pluma.
Análises futuras são necessárias para determinar a origem do sódio e da água nos polos lunares, mas há suspeita de que o sódio estava quimicamente misturado com outros elementos voláteis no gelo de água da cratera e se liberou como sódio livre somente quando a temperatura atingiu 1000 graus Celsius devido ao impacto da sonda LCROSS.
Fonte: Geophysical Research Letters

Descoberto 4º planeta na estrela mais próxima do Sistema Solar

Foi localizado, por astronômos canadenses, um quarto planeta que orbita a estrela HR 8799, a mais próxima do nosso Sistema Solar.
ilustração do exoplaneta HR 8799
© ESO (ilustração do exoplaneta HR 8799)
O planeta tem aproximadamente a mesma massa que os outros três planetas que orbitam ao redor da citada estrela, mas a formação dos quatro estão sendo analisadas.
Segundo o cientista Christian Marois, do Conselho Nacional de Pesquisa do Canadá, centenas de planetas fora de nosso sistema foram detectados, mas poucos são suficientemente grandes e brilhantes para que seja possível obter imagens diretas.
Há dois anos, Marois e seus colegas divulgaram imagens em infravermelho de três planetas gigantes que orbitavam em torno da estrela HR 8799, que de alguma maneira lembravam os três planetas mais afastados do nosso Sistema Solar, mas muito maiores.
As novas imagens, feitas em um período de 15 meses, revelam a presença deste quarto planeta gigante no sistema HR 8799, mas está mais perto da estrela que os outros três.
Estes quatro planetas parecem ter cinco vezes a massa de Júpiter, agregam os astrônomos.
Fonte: Nature

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Tempestade cria enorme filamento no Sol

Uma tempestade solar, que começou no domingo, criou uma enorme massa de plasma que se estende por todo o resto da estrela, gerando um filamento solar que entrou em erupção.
filamento solar
© NASA/SDO (filamento solar) 
Com uma extensão de aproximadamente 700 mil quilômetros, quase o dobro da distância entre a Terra e a Lua, o filamento cruzou a região sul do Sol, segundo registros com luz ultravioleta do Observatório Solar Dinâmico da NASA. A proeminência estava visível há duas semanas antes de começar a sair do campo de visão. Filamentos são nuvens de gases suspensas acima do Sol por forças magnéticas e são de movimentação instável.
A estrutura maciça é um alvo fácil para ser visto de telescópios amadores. Para isso, os observadores não podem olhar diretamente para o Sol ou pelo telescópio, já que o ato provoca pode prejudicar a visão; há necessidade de equipamento para filtros e óculos especiais.
Como outros fenômenos do gênero, o filamento não deve durar muito tempo. Até agora, a estrutura maciça paira quieta acima da superfície solar, mas já mostra sinais de instabilidade.
Fonte: NASA

sábado, 4 de dezembro de 2010

Magnetismo em estrelas jovens

Foi encontrada a primeira evidência de um campo magnético em um jato de material ejetado por uma jovem estrela. A descoberta proporciona a ruptura de um paradigma sobre o entendimento da natureza de todos os tipos de jatos cósmicos e da função dos campos magnéticos na formação estelar.
campo magnético em jatos de ondas de rádio em estrelas jovens
© NASA/NRAO (campo magnético em jatos de ondas de rádio)
No Universo os jatos de partículas subatômicas são ejetados por três fenômenos: os buracos negros supermassivos no centro das galáxias, buracos negros pequenos ou estrelas de nêutrons consumindo material de uma estrela companheira e de estrelas jovens que ainda estão no processo de agregar massa de suas redondezas. Anteriormente, campos magnéticos foram identificados nos dois primeiros exemplos, mas até agora, campos magnéticos não tinham sido confirmados nos jatos de estrelas jovens.
“Nossa descoberta nos fornece uma forte pista que todos os três tipos de jatos se originam através de um processo comum”, disse Carlos Carrasco-Gonzalez do Astrophysical Institute of Andalucia Spanish National Research Council (IAA–CSIC) e da National Autonomous University of Mexico (UNAM).
Os astrônomos usaram o rádio telescópio Very Large Array da National Science Foundation (VLA) para estudar uma estrela jovem, localizada a 5500 anos-luz de distância da Terra, chamada IRAS 18162-2048. Essa estrela, possivelmente tem 10 vezes a massa solar e está ejetando um jato que tem um comprimento de 17 anos-luz.
Observando esse objeto por 12 horas com o VLA, foi possível observar que as ondas de rádio desses jatos se originavam quando elétrons se movendo rapidamente interagiam com os campos magnéticos. Essa característica dos jato, denominada polarização, fornece um alinhamento preferencial para os campos elétricos e magnéticos das ondas de rádio.
A descoberta pode permitir a evolução do entendimento sobre a física dos jatos bem como da função que os campos magnéticos possuem no processo de formação de estrelas. Os jatos de estrelas jovens, diferente dos outros tipos emitem radiação que fornece informações sobre as temperaturas, as velocidades, e as densidades dentro dos jatos. Essa informação, combinada com os dados nos campos magnéticos, podem propiciar a compreensão do funcionamento dos jatos, e consequentemente avanço no entendimento do processo de formação de estrelas.
Fonte: Astronomy

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Descoberta pode triplicar o número de estrelas no Universo

Astrônomos determinaram que uma população de estrelas pequenas e de luz fraca, as chamadas anãs vermelhas, é muito maior do que se imaginava. Os novos dados indicam que o total de estrelas do Universo pode ser três vezes maior do que se imaginava.
anã vermelha com planeta em sua órbita
© NASA (lustração de estrela anã vermelha)
Por serem tão fracas, as anãs vermelhas dificilmente são detectadas fora da Via-Láctea e de galáxias próximas. Por conta disso, a participação dessa população no total de estrelas das galáxias em geral era desconhecido.
Agora, usando instrumentos do observatório Keck do Havaí, astrônomos detectaram sinais de anãs vermelhas em oito galáxias elípticas localizadas entre 50 milhões e 300 milhões de anos-luz. Eles descobriram uma abundância muito maior que a esperada.
"Ninguém sabia quantas dessas estrelas existiam. Diferentes modelos teóricos previam diversas possibilidades", disse Pieter van Dokkum, astrônomo da Universidade Yale.
A equipe determinou que há cerca de 20 vezes mais anãs vermelhas em galáxias elípticas do que na Via-Láctea. Essa descoberta terá um grande impacto na compreensão da formação e evolução das galáxias. Elas poderiam conter menos matéria escura do que as medições anteriores sugeriam, já que a contribuição da massa das anãs vermelhas pode ser maior do que se imaginava.
Além de aumentar o número de estrelas no espaço, a descoberta também aumenta o número possível de planetas e, assim, o total possível de locais capazes de abrigar vida.
Fonte: Nature

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Exoplaneta pode ter nuvens ou água em sua atmosfera

O planeta GJ 1214b, que tem menos de três vezes o raio da Terra e cerca de sete vezes a massa de nosso planeta, não apresenta sinais de hidrogênio em sua atmosfera, de acordo com análise recente. O GJ 1214b passa periodicamente pela linha de visão entre sua estrela e nós, e cientistas tentaram determinar a composição de sua atmosfera analisando a forma como a luz estelar é filtrada pelos gases durante esses trânsitos.
ilustração da luz de estrela na atmosfera de planeta
© ESO (ilustração da luz de estrela na atmosfera de planeta)
A ausência de sinal do gás hidrogênio na luz que chega à Terra sugere que a atmosfera do planeta ou é excessivamente densa, indicando um forte componente de vapor d'água, ou é dominada por nuvens e neblina.
Quando o raio e a massa do planeta, localizado a 40 anos-luz, foram determinados em 2009, cientistas imaginaram três cenários que poderiam descrever as características de GJ 1214b: um planeta envolto num envelope de vapor d'água; um planeta semelhante a Netuno, com um pequeno núcleo rochoso encoberto por uma imensa atmosfera de hidrogênio; e um planeta rochoso com uma atmosfera contendo hidrogênio e também outras moléculas, que formariam nuvens e neblina.
ilustração do exoplaneta GJ 1214b em trânsito
© ESO (ilustração do exoplaneta GJ 1214b em trânsito)
A nova descoberta, dizem seus autores, permite eliminar a hipótese "Netuno". A atmosfera do planeta deve ou ser abundante em vapor, ou dominada por nuvens como Vênus ou Titã, no nosso Sistema Solar.
"Embora ainda não possamos dizer exatamente de que a atmosfera é feita, trata-se de um passo adiante poder reduzir as opções a vapor ou neblina", disse um dos autores da descoberta, Jacob Bean, do Instituto de Astrofísica Harvard-Smithsonian.
Até agora, já foram descobertos mais de 500 planetas fora do Sistema Solar.
Fonte: Nature

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Nuvens de dióxido sulfúrico em Vênus

Uma misteriosa camada de dióxido sulfúrico de grande altitude descoberta pelo satélite Venus Express, da ESA (agência espacial europeia), em Vênus, foi finalmente explicada, após dois anos de sua descoberta. Segunda a ESA, a descoberta serve como um aviso contra a ejeção de gases na nossa atmosfera.
nuvens de dióxido sulfúrico em Vênus
© ESA (nuvens de dióxido sulfúrico em Vênus)
Vênus é coberto por ácido sulfúrico que bloqueia a visão de sua superfície. As nuvens são formadas entre 50 e 70 km de altura, quando o dióxido sulfúrico dos vulcões se junta ao vapor de água, formando o ácido sulfúrico. O dióxido que sobra do processo deveria ser destruído pela intensa radiação solar. Portanto, quando, em 2008, o satélite Venus Express detectou a existência dessa camada, criou-se um mistério. De onde esse dióxido sulfúrico sai para formar a camada que fica entre 90 km e 110 km da superfície do planeta?
Simulações de computador feitas por Xi Zhang, do Instituto de Tecnologia da Califórnia, Estados Unidos, e outros cientistas do país, da França e de Taiwan, mostram que gotas de ácido sulfúrico podem evaporar em grandes altitudes, liberando gases de ácido que se quebram na luz do Sol e que se transformam em dióxido sulfúrico.
Com essa nova descoberta, a preocupação sobre as mudanças climáticas da Terra aumentam. As experiências para a diminuição das mudanças, segundo os cientistas, podem não estar funcionando, como pensado originalmente. "As novas descobertas também significam que o ciclo atmosférico do enxofre é mais complicado do que pensávamos", diz Håkan Svedhem, cientista do projeto Venus Express.
O vencedor do prêmio Nobel, Paul Crutzen, defendeu recentemente que ejetar artificialmente grandes quantidades de dióxido sulfúrico na atmosfera da Terra a 20 km de altura para conter o aquecimento global resulta no aumento de gases que causam o efeito estufa. Esse gás forma pequenas gotas de ácido sulfúrico, iguais aos encontrados em Vênus. Essas gotas formam uma camada que reflete os raios do Sol, gelando o planeta em aproximadamente 0,5 °C.
Contudo, o estudo indica que a evaporação de ácido sulfúrico em Vênus sugere que esse projeto pode não dar certo, já que não é conhecido quanto tempo essa camada protetora levará para se transformar em dióxido sulfúrico. E o pior, uma camada desse gás pioraria o efeito estufa, já que permite a passagem de todos os raios solares.
"Nós precisamos estudar detalhadamente as potenciais consequências de uma camada artificial de enxofre na atmosfera da Terra", diz Jean-Loup Bertaux, da Universidade de Versailles-Saint-Quentin, na França, que também participa do projeto.
Para esse estudo, o satélite Venus Express passa a ser de fundamental importância, pois como a natureza causa, também, a existência da camada de gases, os cientistas ainda não precisam realizar experimentos mais detalhados, podem apenas examinar os efeitos pelo satélite.
Fonte: ESA

domingo, 28 de novembro de 2010

Densidade de filamentos entre galáxias

Astrônomos obtiveram um vislumbre de uma galáxia incomum, o que ajudou a descobrir novos detalhes a respeito de um "banco de areia" celestial que conecta duas grandes ilhas de galáxias. A pesquisa foi realizada com o Telescópio Espacial Spitzer. 
deformação nos jatos de material de galáxia
© NASA (deformação nos jatos de material de galáxia)
Esses filamentos cobrem vastas distâncias entre aglomerados de galáxias e formam uma espécie de treliça conhecida como a teia cósmica. Embora imensos, os filamentos são difíceis de ver e estudar em detalhe. Há dois anos, o Spitzer revelou que desses fios intergalácticos, contendo galáxias em processo de formação de estrelas, ligava os aglomerados  Abell 1763 e Abell 1770.
Agora, essas observações foram reforçadas pela descoberta, no interior do mesmo filamento, de uma galáxia que tem um raro formato de bumerangue e que emite luz de modo incomum. O gás quente está golpeando a galáxia errante, forçando-a a assumir a forma atual à medida que cruza o filamento, o que oferece um novo modo de medir a densidade desse fio da teia cósmica.
Cientistas esperam que outras galáxias semelhantes, com forma recurvada, possam sinalizar a presença da teia.
A galáxia defornada foi avistada a cerca de 11 milhões de anos-luz do centro de Abell 1763. A galáxia bumerangue apresentava uma proporção incomum entre suas emissões de ondas de rádio e infravermelho.
Isso se deve, em parte, ao fato de a galáxia ter jatos de material sendo emitidos em direções opostas por um buraco negro supermassivo em seu centro. Esses jatos expandem-se em gigantescos volumes de material emissor de ondas de rádio.
As zonas de emissão parecem dobradas para trás em relação à trajetória da galáxia através do filamento. Esse desvio é causado pelas partículas do filamento, que empurram o gás e a poeira dos jatos. 
Ao medir o ângulo de desvio dos jatos, é possível calcular a pressão exercida pelo filamento e determinar a densidade  do meio. De acordo com os dados, a densidade no interior do filamento é cerca de 100 vezes superior à densidade média do Universo!
Fonte: NASA

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Reia tem atmosfera de oxigênio e CO2

A lua Reia de Saturno com 1.500 km de diâmetro e composta basicamente de rocha e gelo, tem uma atmosfera tênue que é composta por 70% de oxigênio e 30% de gás carbônico, dois gases que, na Terra, são essenciais para as formas mais complexas de vida. A descoberta foi realizada pela sonda Cassini, da NASA.
Reia
© NASA/Cassini (Reia)
Embora o oxigênio existente hoje na atmosfera da Terra seja produto da atividade de seres vivos que fazem fotossíntese, esse dificilmente será o caso em Reia. A atmosfera de Reia é muito fina, e a lua não tem um campo magnético próprio. Sua superfície está totalmente desprotegida dos íons e elétrons aprisionados no campo magnético de Saturno. O constante bombardeio de partículas sobre o gelo da superfície causa reações que formam o oxigênio, que então ou fica preso no gelo sólido ou é ejetado para atmosfera.
É muito improvável a existência de vida em Reia, por causa das baixas temperaturas, que oscilam de -174ºC a -220ºC, e da ausência de água no estado líquido.
A descoberta de oxigênio na atmosfera da lua se segue à detecção de sinais da mesma substância na lua Europa do planeta Júpiter, onde há possibilidade da existência de um oceano sob a crosta de gelo. Outra lua de Saturno, Encélado também apresenta sinais de água sob a superfície.
Isso sugere que a formação de oxigênio em corpos gelados submetidos a radiação pode propiciar mecanismos para química orgânica complexa movida a oxigênio dentro destes astros no nosso próprio Sistema Solar, e em outras luas pelo Universo.
A presença de CO2 na atmosfera da lua é um mistério maior que o oxigênio. Uma possibilidade é que Reia não  seja uma bola sólida de rocha e gelo, como se imagina, mas contenha algum líquido em seu interior, onde reações geradoras de gás carbônico poderiam ter ocorrido ou ainda estar ocorrendo, pois a lua mostra sinais de intensa atividade geológica, mas ocorrida em eras passadas.
Se um dia astronautas da Terra forem visitar a lua em busca da solução para o enigma do CO2, a atmosfera de oxigênio não tornará os trajes espaciais desnecessários. A densidade de oxigênio máxima em Reia é de 10 trilhões de moléculas por metro cúbico. Na Terra, esse número é 5 trilhões  de vezes maior!
Fonte: Science

Listra em Júpiter começa a ressurgir

Novas imagens da NASA registradas pelos telescópios Gemini, Keck e Infrared Facility indicam que uma das listras de Júpiter que havia "desaparecido" meses atrás aparenta estar ressurgindo. As novas observações ajudarão cientistas a entender melhor a interação entre os ventos de Júpiter e a química das nuvens.
listra de Júpiter
© NASA (listra marrom escuro ressurgindo em Júpiter)
No começo de 2010, astrônomos amadores noticiaram que uma listra marrom escuro, conhecida como Cinturão Equatorial Sul, localizada no sul do planeta, havia se tornado branca. No começo de novembro, o astrônomo Christopher Go, filipino, viu um incomum brilho nesta área branca. O fenômeno interessou aos astrônomos da Nasa. Após observações com os três telescópios, os cientistas passaram a acreditar que a faixa escura está voltando.
Desde que foi descoberta, a listra escura se torna branca, por no máximo 3 anos, o que intriga os cientistas há anos. O fenômeno só é visto no Cinturão Equatorial Sul, se tornando caso único em todo o Sistema Solar.
A listra branca não é a única mudança em Júpiter. Ao mesmo tempo, a grande mancha vermelha do planeta se tornou mais escura. Os cientistas dizem que a cor da mancha, que possui três vezes o tamanho da Terra, brilha mais agora, junto com o ressurgimento da listra branca.
O último ressurgimento da listra aconteceu em 1993, após sumiço total no mesmo ano. Os cientistas estão interessados na análise deste último evento porque é a primeira vez em que se poderá utilizar modernos instrumentos para determinar detalhes da química e as mudanças dinâmicas do fenômeno. A observação será fundamental no envio da nave Juno, que está programada para chegar a Júpiter em 2016, além de outra missão que deverá chegar ao planeta em 2020.
Fonte: NASA

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Resolvido mistério de estrela pulsante

Ao descobrir o primeiro sistema estelar duplo, uma equipe internacional de astrônomos conseguiu determinar a massa da estrela pulsante, um dado que era alvo de disputas teóricas há décadas.
estrela binária OGLE-LMC-CEP0227
© ESO/L. Calçada (ilustração da estrela dupla, a menor é a cefeida)
Este sistema, conhecido como OGLE-LMC-CEP0227, contém uma estrela cefeida variável que pulsa a cada 3,8 dias, e uma outra estrela ligeiramente maior e mais fria. As duas estrelas orbitam em torno uma da outra em 310 dias.
Até agora, os astrônomos dispunham de duas previsões teóricas incompatíveis para a massa das cefeidas. O novo resultado mostra que a predição vinda da teoria da pulsação estelar está correta, enquanto que a predição feita a partir da teoria de evolução estelar não está de acordo com as novas observações.
As primeiras Cefeides variáveis foram descobertas no século XVIII e as mais brilhantes podem ser vistas facilmente a olho nu. O seu nome vem da estrela Delta Cephei na constelação de Cefeu, a qual foi vista pela primeira vez por John Goodricke na Inglaterra, em 1784. Curiosamente, Godricke foi também o primeiro a explicar as variações de brilho em outro tipo de estrela variável, os binários de eclipse. Neste último caso, temos duas estrelas em órbita uma da outra passando, em frente uma da outra durante parte das suas órbitas, o que leva a que o brilho total do par diminua. O objeto raro estudado pela atual equipe é ao mesmo tempo uma cefeida e um binário de eclipse. As cefeidas clássicas são estrelas de grande massa, diferentes de estrelas pulsantes similares de menor massa que não partilham a mesma história de evolução. Elas são astros instáveis muito maiores e muito mais brilhantes do que o Sol. Expandem-se e contraem-se de forma regular, levando entre alguns dias até alguns meses para completar o ciclo.
O tempo que levam para ganhar e perder luminosidade é maior para as estrelas mais luminosas e menor para as menos luminosas. Esta relação, extremamente precisa, faz das cefeidas uma das "réguas" mais eficazes na medição de distâncias até as galáxias próximas e, a partir daí, no mapeamento da escala do Universo.
Mas as cefeidas ainda não são completamente compreendidas. As predições das massas que derivam da teoria das estrelas pulsantes são 20% a 30% menores que as predições feitas utilizando a teoria de evolução estelar. Esta discrepância é conhecida desde os anos 60.
Para resolver a questão, os astrônomos precisavam encontrar uma estrela dupla que contivesse uma cefeida e cuja órbita estivesse diretamente voltada para a Terra.
Nestes casos, conhecidos como binários de eclipse, o brilho das duas estrelas diminui quando uma das componentes passa em frente ou atrás da outra. Nesses pares, é possível determinar as massas das estrelas  com grande precisão. Infelizmente, nem as estrelas cefeidas nem os binários de eclipse são fenômenos comuns, por isso a hipótese de encontrar um tal par de objetos parecia muito pequena. Na realidade, não se conhecem nenhuns na Via Láctea. Este sistema foi encontrado na Grande Nuvem de Magalhães.
© ESO (Grande Nuvem de Magalhães e a estrela binária no centro)
A partir deste conjunto de dados muito completo e detalhado foi possível determinar o movimento orbital, os tamanhos e as massas das duas estrelas com enorme precisão. A estimativa muito melhor da massa é apenas um resultado deste trabalho, e a equipe espera encontrar outros exemplos destes pares de estrelas bastante úteis de modo a explorar melhor este método.
Fonte: Nature

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Descoberto microquasar na periferia de galáxia

Uma equipe internacional de astrônomos, liderada por Manfred Pakull, da Universidade de Estrasburgo, na França, descobriu um "microquasar", um pequeno buraco negro que dispara jatos de partículas emissoras de ondas de rádio para o espaço.
S26 e NGC 7793
© NASA/ESO (composição de imagem de S26 e NGC 7793)
O buraco negro, denominado S26 fica no interior da galáxia NGC 7793, a 13 milhões de anos-luz. No início do ano, Pakull e colegas observaram as emissões de raios X e de luz visível de S26, usando o telescópio europeu VLT, baseado no Chile, e o Observatório Espacial Chandra, da Nasa.
Agora, novas observações foram feitas com um arranjo de radiotelescópios baseado na Austrália. os novos dados revelam S26 como uma miniatura quase perfeita das chamadas "galáxias de rádio" e 'quasares de rádio".
Galáxias e quasares de rádio estão praticamente extintos atualmente, mas dominavam o Universo primitivo, bilhões de anos atrás. Eles continham gigantescos buracos negros, com bilhões de vezes mais massa que o Sol, e disparavam jatos de energia gigantescos, que se propagavam por milhões de anos-luz.
Astrônomos trabalham há décadas para entender como os buracos negros formam os jatos, e quanto da energia dos buracos negros se transmite para o gás que os jatos atravessam. Esse gás é a matéria-prima da formação de estrelas, e o papel dos jatos é tema de debate.
Usando os dados combinados de várias observações, os cientistas conseguiram determinar quanto da energia é usada no aquecimento do gás e quanto faz o jato brilhar em rádio e luz visível. A conclusão é de que apenas um milésimo da potência cria o brilho em frequência de rádio.
Isso possibilita concluir que nas galáxias maiores esses jatos são mil  vezes mais intensos do que se deduzia a partir do rádio, significando que os buracos negros podem ser mais eficientes e mais poderosos do que se pensava.
Fonte: NASA e ESO

Confirmada ação de força oposta à gravidade

O Universo é realmente dominado pela misteriosa "energia escura" que se opõe à gravidade, e deve continuar a se expandir para sempre. Essa é a conclusão tirada de uma série de observações de pares de galáxias realizada por cientistas franceses e publicada na edição desta semana da revista Nature.
par de galáxias NGC 5426 e NGC 5427
© ESO (ARP 271, o par de galáxias NGC 5426 e NGC 5427)
Embora o resultado indique que o Universo pode ter um futuro infinito, as perspectivas para os seres vivos não são tão boas: à medida que o espaço se expande, o conteúdo de matéria torna-se cada vez mais rarefeito, até que se torna impossível a formação de novas estrelas e planetas para substituir os astros que completam seus ciclos de existência.
"A expectativa da vida provavelmente é definida pelas estrelas mais longevas cujos sistemas planetários podem suportar vida. Talvez seja possível encontrar uma estrela de pequena massa que possa durar um trilhão de anos, mas ela seria muito fria, e o planeta teria de ficar muito próximo", diz o astrofísico Alan Heavens, da Universidade de Edimburgo.
A constatação de que o Universo se encontra em expansão acelerada surgiu no fim do século passado, depois que observações de supernovas distantes indicaram que elas estavam se afastando cada vez mais rápido, e não desacelerando, naquela época foi um resultado que surpreendente.
Até então, acreditava-se que a atração gravitacional da matéria do Universo estaria se contrapondo à expansão do espaço, iniciada com o Big Bang, há 13,7 bilhões de anos. Especulava-se que o efeito da gravidade poderia até mesmo reverter essa expansão, lançando o Universo num Big Bang ao contrário, o "Big Crunch", gerando o colapso do Universo.
Para explicar o resultado, os pesquisadores foram buscar a constante cosmológica, um termo introduzido por Albert Einstein na equação que apresentou em 1917 para explicar a relação entre a matéria do Universo e a geometria do espaço-tempo: na Relatividade Geral, a presença de matéria ou de energia deforma o espaço.
Einstein havia postulado a constante para se contrapor à gravidade e manter seu modelo do Universo estável, mas quando o fato de que as galáxias estavam se afastando umas das outras foi descoberto, ele renegou a ideia.
Atualmente, a realidade da constante de Einstein é uma das possíveis explicações para a energia escura, que corresponderia a cerca de 73% do conteúdo do Universo (outros 23% seriam compostos pela matéria escura que mantém as galáxias coesas e apenas 4% pela matéria ordinária que existe em estrelas, planetas e seres vivos).
A energia escura implica um componente da gravidade que é repulsivo e que, depois de algum tempo, pode superar a atração gravitacional comum entre os objetos. Isso leva as galáxias a acelerar para longe umas das outras na grande escala.
Os autores do trabalho, Christian Marinoni e Adeline Buzzi, do Centro de Física Teórica da Universidade de Provença, realizaram observações das posições relativas de pares de galáxias localizados a 7 bilhões de anos-luz da Terra.
Usando a relação de Einstein entre a geometria e o conteúdo do espaço, concluíram que as posições encontradas são mais consistentes com um universo "plano", isto é, em expansão permanente, e onde a energia escura corresponda a algo entre 60% e 80% do conteúdo do espaço.
Com isso, os franceses obtiveram uma confirmação independente da teoria da expansão acelerada e contínua do cosmo, embora não definitiva. Como a luz das galáxias estudadas levou 7 bilhões de anos para chegar à Terra, as configurações observadas podem não ser mais válidas.
A repulsão provocada pela energia escura não está afastando a Terra do Sol. A gravidade comum que mantém a Terra em órbita é muito mais forte, então a Terra ficará onde está. A galáxia também não está se desmanchando, porque a atração gravitacional das estrelas, gás e matéria escura é muito mais forte que a repulsão da energia escura.
Fonte: Nature

Encontrada estrela de metano

Uma equipe internacional chefiada por astrônomos chilenos descobriu um sistema estelar único e exótico, de um tipo totalmente desconhecido até agora.
ilustração do binário anã T e anã branca
© ScienceDaily (ilustração do binário anã T e anã branca)
O sistema é formado por uma estrela muito fria, rica em metano, chamada anã T, e uma anã branca, uma em órbita ao redor da outra. Os objetos são catalogados como LSPM 1459+0857 A e B. Esse sistema possibilita descobrir a massa e a idade dessa velhíssima estrela de metano.
O metano é uma molécula frágil, rapidamente destruída em temperaturas mais altas. Assim, ele só é visto em estrelas muitas frias e em planetas gigantes, como Júpiter.
As anãs de metano estão na fronteira entre as estrelas e os planetas, com temperaturas tipicamente inferiores a 1000 graus Celsius, a superfície do Sol atinge 5.500 graus Celsius.
Nem planetas gigantes e nem estrelas anãs T são grandes o suficiente para iniciar a fusão do hidrogênio que alimenta o Sol e outras estrelas, o que significa que elas simplesmente esfriam e desaparecem num tempo muito longo.
O novo binário estelar representa uma oportunidade única para o nosso conhecimento da física das atmosferas estelares ultrafrias seja testado, porque a anã branca pode ser usada para calcular a idade dos dois objetos.
As anãs brancas representam o estado final das estrelas semelhantes ao Sol. Quando essas estrelas esgotam o combustível de hidrogênio disponível em seu núcleo, eles expelem a maior parte de suas camadas exteriores para o espaço, formando uma nebulosa planetária e deixando para trás um núcleo pequeno, denso e quente, mas em processo de resfriamento, caracterizando uma anã branca.
Para o nosso Sol, esse processo começará daqui a cerca de 5 bilhões de anos.
Fonte: Monthly Notices of the Royal Astronomical Society

domingo, 21 de novembro de 2010

Colisão de galáxias gera novas estrelas

A colisão de duas galáxias a 500 milhões de anos-luz da Terra está provocando uma explosão na formação de novas estrelas, revela imagem em infravermelho feita pelo observatório espacial Spitzer, da Nasa. O berçário está escondido por trás de densas nuvens de poeira e gás e, por isso, as novas estrelas quase não são perceptíveis em luz visível.
galáxia II ZW 096
© Spitzer/Hubble (galáxia II ZW 096 no infravermelho e visível)
O processo de formação de estrelas no objeto II Zw 096, é um dos mais luminosos já observados fora do centro de galáxias. Ele brilha cerca de 10 vezes mais do que outro do tipo identificado anteriormente, também de uma colisão galáctica conhecida como Galáxia das Antenas. A descoberta mostra que a fusão de galáxias pode estimular a criação de estrelas bem longe do centro destes fenômenos, onde o gás e poeira que as constituem costumam se concentrar.
As emissões em infravermelho desta explosão dominam o objeto e rivalizam com as das galáxias mais luminosas que observamos relativamente próximas a nossa vizinhança cósmica, a Via Láctea.
A região ultrabrilhante do II Zw 096 tem aproximadamente 700 anos-luz de extensão, um pedaço pequeno dos cerca de 60 mil anos-luz de diâmetro do objeto. Apesar disso, ela emite 80% da luz infravermelha gerada por ele. De acordo com os dados do Spitzer, a geração de novas estrelas atinge o ritmo de 100 massas solares anuais e pode servir de modelo para o futuro da própria Via Láctea, que dentro de 4,5 bilhões de anos deverá se chocar com sua maior vizinha, a Galáxia de Andrômeda.
Fonte: The Astronomical Journal

sábado, 20 de novembro de 2010

Descoberto planeta fora da Via Láctea

Durante os últimos 15 anos os astrônomos detectaram cerca de 500 planetas em órbita de estrelas da nossa vizinhança cósmica, mas nunca nenhum foi confirmado fora da Via Láctea. Agora, astrônomos do Instituto Max Planck de Astronomia informaram ter encontrado pela primeira vez um planeta em outra galáxia fora da Via Láctea.
ilustração do exoplaneta HIP 13044 b
© Science (ilustração do exoplaneta HIP 13044 b)
O exoplaneta tem massa mínima de 1,25 vezes da massa de Júpiter, que é o maior planeta do Sistema Solar, e orbita ao redor de uma estrela conhecida por HIP 13044 situada na constelação austral da Fornalha a cerca de 2 mil anos-luz de distância da Terra. Acredita-se que ambos, estrela e planeta, sejam parte da corrente Helmi, grupo de estrelas que permaneceu depois que sua minigaláxia foi absorvida pela Via Láctea, 9 milhões de anos atrás. Os astrônomos conseguiram localizar o planeta, denominado HIP 13044 b, ao se concentrar em uma pequena perturbação na estrela, causada pelo empuxo gravitacional de um companheiro orbital.
Foi utilizado um espectrógrafo de alta resolução FEROS (Fibre-fed Extended Range Optical Spectrograph) montado no telescópio de 2,2 metros de propriedade do ESO em La Silla, no Chile, a 2,4 mil m de altitude e 600 km ao norte de Santiago. O planeta está bastante próximo da estrela que orbita e sobreviveu a uma fase na qual sua anfitriã passou por um crescimento maciço depois de ter esgotado sua provisão de hidrogênio nuclear, uma etapa que dentro da evolução das estrelas se denomina "fase de gigante vermelha".
A descoberta é particularmente intrigante considerando que no futuro, dentro de 5 bilhões de anos, o Sol também se tornará uma gigante vermelha. O exoplaneta completa uma órbita a cada 16 dias e provavelmente é bastante quente porque fica muito perto da estrela, está a menos de um diâmetro estelar da superfície da estrela (o que corresponde a 0,55 vezes a distância Sol - Terra) e talvez esteja no fim de sua vida.
Fonte: Science Express

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Hubble detecta nascimento de estrelas em galáxias envelhecidas

As galáxias elípticas são consideradas relíquias antigas, onde o auge do surgimento de novas estrelas teriam ficado bilhões de anos no passado.
galáxia elíptica NGC 4150
© NASA/Hubble (galáxia elíptica NGC 4150)
Mas novas observações do Telescópio Espacial Hubble estão ajudando a mostrar que as galáxias elípticas ainda têm algum vigor juvenil, graças ao contato com galáxias menores.
Imagens do núcleo da galáxia NGC 4150, feitas na faixa do ultravioleta próximo, revelam fiapos de poeira e gás e aglomerados de jovens estrelas azuis, com bem menos de um bilhão de anos de idade. A evidência indica que o nascimento de estrelas foi desencadeado pela fusão com uma galáxia anã.
núcleo da galáxia NGC 4150
© NASA/Hubble (núcleo da galáxia NGC 4150)
O novo estudo ajuda a reforçar a ideia de que a maioria das galáxias elípticas tem estrelas jovens.
As galáxias elípticas depois de terem consumido todo o seu gás, agora estão gerando novas estrelas, principalmente pela canibalização de galáxias menores.
As imagens do Hubble revelam atividade turbulenta no núcleo galáctico. Aglomerados de jovens estrelas azuis formam um anel ao redor do centro. Esse berçário de estrelas tem um diâmetro de cerca de 1.300 anos-luz. Longos fios de poeira aparecem em silhueta de encontro ao núcleo amarelado, que é composto por estrelas mais velhas.
Fonte: HubbleSite

Estrelas duplas que estão prestes a explodir

Pesquisadores que rastreavam estrelas supervelozes que estão escapando da Via-Láctea anunciam que a busca também revelou uma dezena de sistemas de estrelas duplas, metade dos quais pode explodir como supernovas num futuro astronomicamente próximo.
estrelas duplas
© CfA (ilustração da transferência de massa em estrelas duplas)
Todas as estrelas binárias recém-descobertas consistem em pares de anãs brancas. Uma anã branca é o núcleo que resta depois que uma estrela semelhante ao Sol expele suas camadas externas e morre. Essas estrelas são muito densas, reunindo uma massa próxima à do Sol num volume comparável ao da Terra.
"Esses são sistemas bizarros: objetos do tamanho da Terra que orbitam um ao outro a uma distância menor que o raio do Sol", disse o astrônomo Warren Brown, principal autor dos dois artigos científicos que descrevem as descobertas, do Centro de Astrofísica Harvrad-Smithsonian.
As anãs brancas descobertas nessa pesquisa são leves em comparação com a média da categoria, contendo apenas cerca de 20% da massa do Sol. São feitas quase que inteiramente de hélio, ao contrários das anãs brancas normais, compostas de carbono e oxigênio. Essas estrelas estão em órbitas tão curtas que forças de maré causaram grandes perdas de massa
Ao orbitar tão perto uma da outra, as anãs brancas afetam o espaço-tempo, criando ondas gravitacionais. Essas ondas carregam a energia orbital para longe, fazendo com que os astros se aproximem cada vez mais. Metade dos sistemas acabará numa fusão do par de astros. Uma das duplas vai se fundir dentro de 100 milhões de anos.
Quando duas anãs brancas se fundem, a massa combinada pode causar a detonação de uma supernova Tipo Ia. A equipe de Brown sugere que os sistemas binários descobertos podem ser uma das fontes das chamadas supernovas subluminosas, um tipo raro de explosão estelar que tem apenas 1% da intensidade de uma supernova do Tipo Ia.
Fonte: Harvard-Smithsonian Center For Astrophysics

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Mineral extraterrestre vindo do asteroide Itokawa

A cápsula da sonda japonesa Hayabusa após retorno à Terra revelou através de miscroscópio eletrônico a existência de 1.500 partículas de poeira do asteroide Itokawa, a maioria medindo menos do que 10 micrômetros de diâmetro.
asteroide Itokawa
© JAXA (asteroide Itokawa)
A poeira no interior da cápsula pertence ao asteroide por causa da abundância relativa dos elementos químicos e dos minerais presentes nos grãos e da consistência dos dados coletados pelos outros instrumentos científicos a bordo da sonda Hayabusa.
cápsula da sonda Hayabusa
© JAXA (cápsula da sonda Hayabusa)
Alguns minerais, como olivina e plagioclásio, são comuns na superfície da Terra, mas também são encontrados em meteoritos. Porém, a troilita, um sulfeto de ferro, não existe na superfície da Terra. A imagem a seguir mostra a poeira analisada pelo microscópio eletrônico.
poeira analisada pelo microscópio eletrônico
© JAXA (poeira analisada pelo microscópio eletrônico)
A análise dos minúsculos resíduos de poeira do asteroide demanda anos de estudos, em busca de informações sobre a formação do Sistema Solar.
Fonte: Japan Aerospace Exploration Agency

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

A supernova SN 1979c parece ser um buraco negro em formação

Uma explosão estrelar vista há mais de 30 anos numa galáxia próxima parece ser na verdade um buraco negro recém-nascido.
M100 e SN1979c
© NASA (M100 e SN1979c)
Observações com raios-X sugerem que a supernova chamada SN 1979C é um buraco negro em formação, segundo uma equipe de astrônomos dos EUA e da Europa.
"Se nossa interpretação estiver correta, este é o exemplo mais próximo em que o nascimento de um buraco negro foi observado", disse Daniel Patnaude, do Centro Harvard-Smithsonian de Astrofísica, em Massachusetts, um dos coordenadores do estudo.
O astrônomo amador Gus Johnson viu a supernova em 1979, na beira de uma galáxia chamada M100, e os astrônomos a observam desde então. A luz e os raios-X desse colapso levaram 50 milhões de anos para viajar até a Terra à velocidade da luz. ou seja, a cerca de 10 trilhões de km por ano.
O Observatório de Raios-X Chandra, da Nasa, o XMM-Newton, da ESA (agência espacial europeia), e o observatório Rosat, da Alemanha, viram a supernova emitir uma fonte constante de raios-X brilhantes.
A análise dos raios-X sustenta a ideia de que o objeto é um buraco negro, e que esteja sendo alimentado por material oriundo de uma supernova inicial, ou talvez de uma estrela-gêmea.
Os buracos negros podem se formar de várias formas, neste caso, por uma estrela com cerca de 20 vezes a massa do Sol se tornando uma supernova e então entrando em colapso e se tornando um objeto tão denso que é capaz de sugar tudo o que o cerca, até a luz.
Fonte: NASA

domingo, 14 de novembro de 2010

Rastro de poeira da Terra

O mergulho recente do Telescópio Espacial Spitzer no rastro de poeira que o planeta Terra deixa no espaço gerou dados que poderão ajudar cientistas a encontrar planetas em órbita de outras estrelas.
anel de poeira da Terra
© NASA (anel de poeira da Terra)
A imagem mostra o anel de poeira da Terra, como pareceria visto de fora do Sistema Solar; e as cores indicam densidade.
Os planetas em sistemas solares distantes provavelmente tem rastros semelhantes. E, em algumas circunstâncias, essa poeira pode ser mais fácil de detectar que o próprio planeta.
A Terra tem um rastro de poeira não porque está soltando partículas no espaço, mas porque o Sistema Solar é, em si, um lugar empoeirado.
O espaço interplanetário está repleto de fragmentos de colisões de asteroides. Quando a  Terra passa por um ambiente carregado de poeira, uma cauda se forma atrás do planeta.
À medida que a Terra orbita o Sol, ela cria uma espécie de concha, ou depressão, na qual as partículas de poeira caem, criando uma aglomeração de poeira, espécie de uma cauda, que a Terra puxa atrás de si, por intermédio da gravidade. O rastro segue o planeta em volta do Sol, criando um anel.
A observação feita pelo Spitzer ajudou astrônomos a mapear a estrutura da cauda de poeira da Terra, e calcular como devem ser as caudas de outros planetas.
Fonte: NASA

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Hubble cria mapa da matéria escura

Através do Telescópio Espacial Hubble foi criado um dos mapas mais nítidos e mais detalhados já feitos da matéria escura no Universo.
aglomerado de galáxias Abell 1689
© NASA (aglomerado de galáxias Abell 1689)
A matéria escura é representada na imagem pelas manchas claras. Ela é uma substância invisível e desconhecida, nunca detectada diretamente, que se acredita compor 22% da massa do Universo, enquanto a matéria comum, das estrelas e planetas, seres humanos inclusive, representa apenas 4%.
A equipe do Dr. Dan Coe, do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, direcionou uma das câmeras do Hubble para o gigantesco aglomerado de galáxias Abell 1689, situado a 2,2 bilhões de anos-luz de distância.
A gravidade do aglomerado é grande demais, não podendo ser explicada pela matéria comum, então deve ser gerada pela matéria escura. Essa enorme gravidade age como uma lente de aumento cósmica, dobrando e amplificando a luz de galáxias mais distantes, por trás do aglomerado. O efeito, chamado de lente gravitacional, produz imagens múltiplas, distorcidas, e grandemente ampliadas dessas galáxias.
Ao estudar as imagens distorcidas é possível calcular a quantidade de matéria que seria necessária para gerar a gravidade que provocou tais distorções. Deduzindo a massa das galáxias visíveis, é obtida a quantidade de matéria escura que deve existir no local.
Utilizando este método, o mapa de massa pode ser concebido diretamente a partir dos dados coletados.
Os astrônomos estão planejando agora estudar mais aglomerados de galáxias para confirmar a possível influência da energia escura.
Fonte: NASA

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Encontradas bolhas gigantes de radiação no centro da Via-Láctea

O Telescópio de Raios Gama Fermi, da NASA, revelou uma estrutura até então desconhecida, centrada na Via-Láctea. Essa característica se expande por 50.000 anos-luz e pode ser o vestígio de uma erupção do buraco negro gigante do centro da galáxia.
ilustração de bolhas de raios gama
© NASA (ilustração de bolhas de raios gama)
As duas bolhas emissoras de raios gama se estendem por 25.000 anos-luz para o norte e para o sul do centro galáctico. A estrutura abarca mais da metade do céu visível, da constelação de Virgem à de Grus, e pode ter milhões de anos.
Os pesquisadores descobriram as bolhas ao processar dados disponibilizados ao público pelo Telescópio de Grande Área (LAT) do Fermi. E agora estão  realizando mais análises para entender melhor a formação da estrutura.
As emissões da bolha são muito mais energéticas do que emissões de raios gama de outras partes da galáxia. E as duas partes da bolha parecem ter bordas bem definidas. Isso tudo sugere que ela se formou numa liberação enorme e relativamente veloz de energia, cuja causa permanece um mistério.
Uma possibilidade inclui o jato de partículas de um buraco negro supermassivo no centro galáctico. Em muitas outras galáxias, são observados jatos acelerados de partículas, alimentados pela queda de material nos buracos negros centrais.
Embora não haja sinal de que o buraco negro da Via-Láctea tenha jatos assim, ele pode ter produzido algo semelhante no passado.
A bolha também pode ter se formado como resultado do fluxo de gás de uma grande onda de formação de estrelas, talvez a mesma que gerou muitos aglomerados no centro da Via-Láctea, há milhões de anos.
Fonte: Astrophysical Journal

Fusão de galáxias a milhões de anos-luz

Os astrônomos do Observatório Europeu Sul (ESO) produziram uma imagem detalhada da galáxia Átomos pela Paz (NGC 7252). Esta estrutura, que se formou a partir da colisão de duas galáxias, oferece uma oportunidade de estudar os efeitos da fusão de galáxias na evolução do Universo.
NGC 7252 e ARP 226
© ESO (fusão de galáxias)
As colisões de galáxias estão entre os principais processos a influenciar a evolução do Universo. Átomos pela Paz é o curioso nome dado a um par de galáxias em fusão, situado a cerca de 220 milhões de anos-luz, na constelação de Aquário. Estas galáxias são também conhecidas por NGC 7252 e ARP 226.
A imagem do ESO foi obtida pelo instrumento Wide Field Imager, montado no telescópio MPG/ESO de 2,2 metros, situado no Observatório de La Silla, Chile.
A imagem da Átomos pela Paz é uma fotografia da colisão e de seu resultado caótico, tendo como pano de fundo um campo de galáxias distante. Os resultados do intricado jogo de interações gravitacionais aparece nas caudas produzidas pelas correntes de estrelas, gás e poeira. A imagem mostra também as camadas que se formam quando gás e estrelas são arrancados das galáxias em colisão e envolvem o núcleo comum.
Embora muito material seja ejetado para o espaço, há regiões onde o material é comprimido, dando origem a intensa formação estelar. O resultado é a formação de centenas de aglomerados estelares muito jovens, com cerca de 50 milhões a 500 milhões de anos.
O curioso nome da galáxia tem uma história interessante. Em 1953, o então presidente dos EUA, Dwight Eisenhower, fez um discurso que ficou conhecido como Átomos pela Paz. Esse discurso visava promover a energia nuclear para fins pacíficos. O discurso e a conferência associada repercutiram na comunidade científica, e a NGC 7252 acabou sendo chamada galáxia de Átomos pela Paz.
Fonte: ESO

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Descoberto sistema planetário ao redor de estrela binária

Os astrônomos das universidades de Warwick e de Sheffield, ambas no Reino Unido, afirmam ter descoberto um raro sistema planetário em uma estrela binária.
ilustração de dois planetas num sistema binário de estrelas
© Mark A. Garlick (ilustração do sistema de NN Serpentis)
A estrela binária NN Serpentis é formada por uma estrela anã vermelha e uma anã branca que orbitam uma a outra e estão muito próximas, o que diminui o tempo de órbita; se elas estivessem no lugar do nosso Sol, veríamos a anã vermelha, que é maior, eclipsar a branca a cada três horas e sete minutos.
Já se acreditava que pelo menos um planeta orbitava NN Serpentis. Contudo, um estudo desses constantes eclipses registrou um padrão de pequenas, mas significantes irregularidades na órbita das estrelas e indicou a presença de dois planetas gigantes gasosos. Um deles com seis vezes a massa de Júpiter e com uma órbita de 15,5 anos ao redor da estrela binária. O outro, acreditam os astrônomos, tem 1,6 vezes a massa do nosso maior planeta e leva 7,75 anos para terminar sua órbita.
A descoberta de planetas já se tornou mais comum, são conhecidos pelo menos 490 fora do Sistema Solar. Contudo, poucos sistemas planetários são conhecidos em estrelas binárias.
Se estes planetas nasceram com suas estrelas, eles devem ter sobrevivido a um evento dramático há milhões de anos: quando a estrela primária original inchou e se transformou em uma vermelha gigante, fazendo a estrela secundária penetrar nesta estreita órbita atual, e assim lançando a maior parte da massa da primária. Outra possibilidade é que os planetas tenham se formado da massa ejetada pela estrela.
No Universo mais da metade das estrelas são binárias, e os planetas destes sistemas podem ser muito jovens e brilhantes possibilitando captar diretamente a luz deles.
Fonte: Astronomy & Astrophysics

sábado, 6 de novembro de 2010

Descoberta mudança climática em escala cósmica

Uma equipe de astrônomos encontrou indícios de que o Universo pode ter passado por uma tendência de aquecimento no início de sua história.
aquecimento primordial do Universo
© Amanda Smith/IoA (aquecimento primordial do Universo)
O gráfico mostra a temperatura do meio intergaláctico quando o Universo tinha entre 1 e 3,5 bilhões de anos, sobreposta com uma impressão artística do surgimento das galáxias. A região sombreada mostra a faixa de possíveis temperaturas, medidas pela equipe.
A temperatura do gás que se encontra entre as galáxias foi mensurada e foi encontrada uma indicação plausível de que sua temperatura aumentou de forma constante durante o período entre um décimo e um quarto de sua idade atual.
Essa mudança climática cósmica foi provavelmente causada pela gigantesca quantidade de energia gerada pelas jovens galáxias, muito ativas durante essa época.
No início da história do Universo, a grande maioria da matéria não estava em estrelas ou galáxias, ao contrário, ela estava espalhada na forma de um gás muito fino que preenchia todo o espaço.
A temperatura desse gás foi medida utilizando a luz de objetos distantes, chamados quasares. O gás, que fica entre a Terra e o quasar, acrescenta uma série de marcas à luz desses objetos extremamente brilhantes. Analisando como essas impressões bloqueiam parcialmente a luz dos quasares podemos inferir muitas das propriedades do gás absorvente, tais como onde ele está, do que é feito e qual é a sua temperatura.
A luz do quasar que os astrônomos estudaram tem mais de dez bilhões de anos de idade no momento em que chega à Terra, tendo viajado através de vastas áreas do Universo. Cada nuvem de gás intergaláctica que a luz atravessou durante essa jornada deixou sua própria marca, e o efeito acumulado pode ser usado como um registro fóssil da temperatura no início do Universo. Portanto, a luz dos quasares contém um registro da história do clima do cosmos.
É claro que há grandes diferenças de magnitude nessas medições de temperatura. Um bilhão de anos após o Big Bang, o gás que medimos tinha uma temperatura bem “fria” de 8.000 graus Celsius. Três e meio bilhões de anos mais tarde a temperatura havia subido para pelo menos 12.000 graus Celsius.
A tendência de aquecimento contraria o “padrão normal” atribuído ao clima cósmico. Segundo as teorias atuais, o Universo deveria esfriar ao longo do tempo. À medida que o cosmos se expande, o gás deve ficar mais frio, como o gás que escapa de uma lata de aerossol.
Os prováveis culpados desse aquecimento intergaláctico são os próprios quasares. Durante o período da história cósmica estudada pela equipe, os quasares estavam se tornando muito mais comuns. Esses objetos, que se acredita serem buracos negros gigantes engolindo matéria no centro das galáxias, emitem enormes quantidades de luz ultravioleta de alta energia. Esses raios UV teriam interagido com o gás intergaláctico, criando o aumento da temperatura que observamos.
Fonte: Monthly Notices of the Royal Astronomical Society

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Telescópio faz imagens em alta resolução de espículas do Sol

O telescópio solar Dunn, que fica no Observatório Solar Nacional dos Estados Unidos, na cidade de Sunspot, registrou imagens do Sol que mostram espículas (jatos dinâmicos de gás que se projetam da superfície da estrela) em alta resolução. As imagens foram captadas em 3 de agosto deste ano e divulgadas nesta semana.
espículas da superfície do Sol
© National Solar Observatory (espículas da superfície do Sol)
Além das espículas, as imagens mostram uma gama variada de estruturas presentes na cromosfera, como manchas solares, superpenumbras, plages (áreas claras que ficam próximas das manchas solares) e filamentos. Uma erupção também pode ser vista na fotografia, ao lado de uma mancha solar, que possui o formato de um grande círculo escuro. As imagens cobrem uma área de cerca de 29 bilhões de quilômetros quadrados, equivalente a menos de 1% da superfície do Sol.
As espículas estão presentes na camada do Sol que é conhecida como cromosfera. Elas funcionam como espécies de "tubos" por onde passa o gás. Os jatos, que duram entre 5 e 10 minutos, têm cerca de 500 km de diâmetro e se movimentam a uma velocidade de 20 km/s. As espículas atingem entre 3 km e 8 km de comprimento.
O Sol tem entre 60 mil e 70 mil espículas em movimento ao mesmo tempo. Ainda existem divergências sobre o que gera este fenômeno solar.
Fonte: National Solar Observatory

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Deep Impact faz imagens próximas do cometa Hartley 2

Estão chegando à Terra as primeiras imagens do cometa Hartley 2 feitas pela sonda Deep Impact da missão EPOXI da Nasa, que viaja a 43,5 mil km/hora e chegou a 700 km de distância do astro nesta quinta-feira (04/11).
imagem do cometa Hartley 2 obtida pela missão EPOXI
© NASA (imagem do cometa Hartley 2 obtida pela missão EPOXI)
As imagens mostram um cometa semelhante a um amendoim. Esta é a quinta vez em que o núcleo de um cometa é observado de perto.
A missão EPOXI é uma combinação de Extrasolar Planet Observation and Characterization (EPOCh) e Deep Impact Extended Investigation (DIXI).
O sobrevoo do Hartley 2 não é o primeiro encontro da Deep Impact com um cometa. Em 2005, a sonda disparou um projétil contra o cometa Tempel 1, permitindo obter a composição do núcleo do astro. Desta vez, não haverá impacto. Mas a nave usará seus sensores para investigar o interior gelado do cometa.
Cometas têm um interesse especial para os cientistas porque representam vestígios congelados do período de formação do Sistema Solar. Estudá-los pode trazer pistas de como a Terra e os demais planetas surgiram, há 4,5 bilhões de anos.
Veja mais detalhes no site Cometografia e no blog Cometas.
Fonte: NASA

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Cartas do Céu

Acaba de ser lançada uma versão estável (versão 3.2) do excelente software astronômico Skychart, também denominado Cartes du Ciel. Ele é gratuito e está disponível em 32 e 64 bits para os sistemas operacionais Windows, Mac e Linux.
cartes du ciel 1
© Cartes du Ciel (observatório)
A imagem acima mostra a configuração do local de observação, bastando inserir a latitude e a longitude.
O software astronômico Cartes du Ciel permite desenhar cartas celestes através de dados de 16 catálogos de estrelas, nebulosas e galáxias; além de mostrar a posição dos planetas, asteroides e cometas. Ele executa a simulação de eclipses e possibilita o controle de telescópios. A partir da versão 3 o simulador celeste apresenta o tamanho da cauda do cometa em relação à proximidade do Sol, conforme imagem a seguir.
cartes du ciel 2
© Cartes du Ciel (cometa)
Outra mudança interessante foi a iluminação do céu conforme a claridade do dia e a escuridão da noite evoluindo conforme o horário, onde na imagem a seguir pode ser observado o horário diurno.
cartes du ciel 3
© Cartes du Ciel (contraste do céu)
Eu traduzi o programa para o idioma português, que foi desenvolvido por Patrick Chevalley, e o download pode ser efetuado pelo meu site Cometografia.
Fonte: Cosmo Novas

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

O Grupo Local

A matéria não se distribui ao acaso no espaço, pois é a força gravitacional a responsável pela arquitetura do Universo, surgindo como o fator de organização de sistemas dinâmicos e em equilíbrio relativo. É possível verificar a existência de grupos de galáxias, constituídos por algumas dezenas de membros, nos quais a troca de matéria entre eles é evidente.
galáxia M31 e as galáxias satélites M32 e M110
© NASA/Hubble (galáxia M31 e as galáxias satélites M32 e M110)
O Grupo Local de galáxias é um conjunto restrito de galáxias, incluindo a Via Láctea, que orbitam em torno de um centro de massa comum. Em 1936, Edwin Hubble introduziu o termo "Local Group", na obra "The Realm of the Nebulae", referindo-se a um grupo restrito de galáxias que se encontravam mais próximas da nossa do que as restantes. Ele referenciou 11 galáxias como sendo constituintes do Grupo Local. A lista, por ordem de luminosidade decrescente, incluía: M31, a Via Láctea, M33, a Grande Nuvem de Magalhães, a Pequena Nuvem de Magalhães, M32, NGC205, NGC6822, NGC185, IC1613 e NGC147. Ele também realça a galáxia IC10 como sendo um possível membro do Grupo Local.
galáxia M33
© NASA/Hubble (galáxia M33)
Recentemente, devido ao projeto pioneiro "Palomar Sky Survey", lançado nos anos 50, foi possível catalogar mais galáxias pertencentes ao Grupo Local. Atualmente, conhecem-se cerca de 40 galáxias constituintes do Grupo Local, embora seja difícil definir com clareza se uma galáxia pertence ou não ao Grupo Local. Entretanto, é extremamente difícil medir a distância das galáxias locais, e outro grande obstáculo é o fato de as galáxias anãs possuírem uma baixa luminosidade intrínseca. A seguir a tabela mostra as galáxias contituintes do Grupo Local.
 galáxias do Grupo Local
© Enciclopédia de Astronomia e Astrofísica (galáxias do Grupo Local)
Em 2011, a Agência Espacial Europeia irá lançar a missão espacial GAIA, que propiciará a criação do maior e mais preciso mapa tridimensional da nossa galáxia, fornecendo com uma precisão nunca antes alcançada a posição e a velocidade de deslocação radial de cerca de bilhões de estrelas na nossa galáxia; e estudar a órbita das galáxias do Grupo Local e a sua história cosmológica.
Um aspecto importante é compreender a distinção entre grupos de galáxias e enxames de galáxias. Os grupos de galáxias possuem tipicamente menos de 100 galáxias e um diâmetro típico em torno de 2 Mpc (megaparsec, que equivale a 3x10²² metros). A massa de um grupo médio é da ordem de 50 trilhões de massas solares (a massa do Sol é 2x10³³ gramas). Os enxames de galáxias possuem mais de 100 membros, podendo mesmo chegar atingir mais de dez mil, distribuindo-se ao longo de uma região do espaço com cerca de 6 Mpc de diâmetro. A massa de um enxame é da ordem de 1 quatrilhões de massas solares. Os grupos de galáxias são habitualmente estruturas de forma irregular, enquanto que os enxames de galáxias possuem uma fração significativa com forma regular e aproximadamente esférica.
O nosso Grupo Local estende-se ao longo de cerca de 1 Mpc de diâmetro. O Grupo Local possui uma massa total da ordem de 5 trilhões de massas solares, sendo que mais de noventa por cento desta massa se encontra sobre a forma de matéria escura.
O Grupo Local é constituído por duas galáxias principais: a Via Láctea e a galáxia de Andrômeda (M31), sendo ambas responsáveis por cerca de 90% da luminosidade total do grupo. Para além destas ainda se destacam, pelas suas dimensões, a galáxia do Triângulo (M33) e as duas Nuvens de Magalhães. As galáxias anãs possuem uma reduzida luminosidade, encontram-se distribuídas num volume de cerca de 9,5 bilhões de anos-luz (1 ano-luz equivale a 9,5 trilhões de quilômetros) de diâmetro, orbitando em torno das galáxias principais, ou estando isoladas no espaço. As nuvens de gás são outro dos constituintes do Grupo Local, sendo essencialmente constituídas por hidrogênio resultante da injeção de outras galáxias. Supõe-se que a matéria escura é a responsável pela estabilidade do grupo.
O futuro do Grupo Local não é promissor. Atualmente, sabe-se que a nossa galáxia e a M31 distam cerca de 770 kpc (quiloparsec) uma da outra e que se estão se aproximando com uma velocidade de 50 km/s. Se a velocidade se mantiver constante e as suas trajetórias se interceptarem, então a colisão entre as duas galáxias ocorreria dentro de 9 bilhões de anos. O resultado desta colisão possivelmente será a formação de um sistema binário de galáxia orbitando em torno de um centro de massa comum ou a formação de uma galáxia elíptica gigante.
Portanto, o Grupo Local desempenha um papel importante na nossa compreensão da maneira de como o Universo se organiza.
Fonte: Cosmo Novas

Mosaico detalhado da nebulosa Omega

Astrônomos usando dados do telescópio VLT do Observatório Europeu Sul (ESO), baseado no Chile, obtiveram um mosaico detalhado de imagens da nebulosa Messier 17, também conhecida como Nebulosa Omega ou Nebulosa do Cisne. A imagem mostra enormes nuvens de gás e poeira, iluminadas pela radiação intensa de estrelas jovens.
M 17
© ESO (nebulosa M17)
O mosaico revela uma região central com cerca de 15 anos-luz de diâmetro, embora a nebulosa em si seja muito maior, com cerca de 40 anos-luz. Messier 17 fica na constelação de Sagitário, a cerca de 6.000 anos-luz da Terra.
No centro da imagem há um aglomerado de estrelas jovens e de grande massa, cuja radiação intensa faz com que o gás hidrogênio das imediações brilhe.
Na parte inferior direita do aglomerado há  uma grande nuvem de gás molecular. Em luz visível, os grãos de poeira da nuvem obscurecem a visão, mas na luz infravermelha, o brilho do hidrogênio que existe por trás pode ser visto atravessando o obstáculo.
Escondido nessa região, que tem uma aparência escura e avermelhada, os cientistas encontraram a silhueta opaca de um disco de gás e poeira. Embora apareça pequeno nessa imagem, o disco tem um diâmetro 20.000 vezes maior que a distância que separa a Terra do Sol.
Astrônomos creem que o disco está girando e fornecendo material para uma estrela central, ainda em formação.
Fonte: ESO

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Estrelas como o Sol podem ter planetas semelhantes à Terra

Praticamente uma de cada quatro estrelas semelhantes ao Sol podem ter planetas do tamanho da Terra, diz um estudo realizado pela Universidade da Califórnia em Berkeley, que analisou astros de massa próxima à solar localizados na nossa vizinhança.
 exoplaneta
© NASA (ilustração de um exoplaneta)
Os astrônomos Andrew Howard e Geoffrey Marcy escolheram 166 estrelas de tipo espectral G e K (o próprio Sol é tipo G) localizadas num raio de 80 anos-luz da Terra. Esses astros foram observados durante cinco anos para determinar quantos planetas tinham, qual a massa e a que distância da estrela cada um deles orbita.
Estrelas tipo K são alaranjadas, um pouco menores e menos intensas que as estrelas amarelas do tipo do Sol.
Os pesquisadores descobriranm que, quanto menor o planeta, maior o número encontrado, chegando ao limite detectável atualmente, o das chamadas super-Terras com cerca de três vezes a massa da Terra.
"De cerca de 100 estrelas típicas semelhantes ao Sol, uma ou duas têm planetas do tamanho de Júpiter, cerca de seis têm um planeta do tamanho de Netuno, e cerca de 12 têm super-Terras, com de três a dez massas terrestres", disse Howard. "Se extrapolarmos para planetas do tamanho da Terra, com uma massa e meia a duas vezes a massa terrestre, prevemos que serão encontrados cerca de 23 para cada 100 estrelas".
Os pesquisadores detectaram apenas planetas que orbitam perto de suas estrelas, o que significa que pode haver ainda mais planetas a distâncias maiores, talvez até mesmo na chamada "zona habitável" de cada estrela.
No fim de setembro, uma equipe de astrônomos dos EUA havia anunciado a descoberta de um planeta dentro da zona habitável da estrela Gliese 581, mas cientistas europeus colocaram o resultado em dúvida. A questão permanece em aberto.
Os pesquisadores usaram o telescópio Keck, no Havaí, para medir oscilações das estrelas causadas pela presença de planetas próximos. Apenas 22 das estrelas apresentaram planetas detectáveis, num total de 33 planetas encontrados.
Depois de fazer ajustes estatísticos nos dados, os astrônomos estimaram que 1,6% das estrelas da amostra teriam planetas do tamanho de Júpiter e 12% super-Terras com até dez massas terrestres.
Se essa tendência, de números cada vez maiores à medida que se buscam planetas menores, for mantida, 23% das estrelas teriam planetas semelhantes ao nosso.
Doze outros possíveis planetas também foram detectados, mas ainda precisam ser confirmados, disse Marcy. Se esses "candidatos" forem incluídos na contagem, a equipe terá detectado 45 planetas em órbita de 32 estrelas.
Fonte: NASA e Science

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Telescópio detecta abundância de buckyballs no espaço

Uma molécula composta de 60 átomos de carbono com o formato de bola de futebol, que alguns cientistas acreditam que podem  ter ajudado a iniciar a vida na Terra, é mais comum no Universo do que se pensava.
buckyballs
© NASA (ilustração de moléculas buckyballs encontradas em estrelas)
Usando o Telescópio Espacial Spitzer, da Nasa, pesquisadores avistaram as esferas conhecidas como buckyballs ao redor de três estrelas moribundas semelhantes ao Sol na Via-Láctea, e também no espaço interestelar. Primordialmente, os dados foram coletados em infravermelho na nebulosa NGC 2023 que está localizada perto da conhecida Nebulosa Cabeça de Cavalo, na constelação de Órion, e a nebulosa NGC 7023, conhecida como a Nebulosa Íris, na constelação de Cepheus.
NGC 2023 e Nebulosa Cabeça de Cavalo
© Russell Croman (NGC 2023 e Nebulosa Cabeça de Cavalo)
NGC 7023
© Obervatório Dark Horse (NGC 7023)
O telescópio também viu as bolas flutuando ao redor de uma estrela moribunda numa galáxia próxima. Antes, o Spitzer havia encontrado buckyballs apenas em uma região do espaço.
Os cientistas esperam obter uma melhor compreensão do papel desempenhado pelas buckyballs no nascimento e na morte de estrelas e planetas.
Fonte: Astrophysical Journal Letters

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Estrela de nêutrons têm massa superior à prevista pela teoria

Astrônomos anunciam na edição desta semana da revista Nature a descoberta da estrela de nêutrons com duas vezes a massa do Sol. Trata-se da estrela do tipo mais maciça já encontrada e, segundo os autores do artigo que escreve o achado, permite descartar uma série de teorias a respeito da composição desse tipo de astro.
estrela de nêutrons
© NRAO (ilustração de um pulsar)
Estrelas de nêutrons são resquícios de estrelas que explodem como supernovas. Com uma massa gigantesca concentrada numa esfera com diâmetro em torno de 12 quilômetros, esses corpos têm seus prótons e elétrons esmagados uns de encontro aos outros, convertendo-se em nêutrons.
Uma estrela desse tipo pode ser muito mais densa que um núcleo atômico, e uma colher de chá de material de estrela de nêutrons pesaria milhões de toneladas.
"A medição da massa  tem implicações para a compreensão de toda a matéria em densidades extremamente altas e muitos detalhes da física nuclear", disse, em nota, um dos autores do estudo, Paul Demorest, do Laboratório Nacional de Radioastronomia dos Estados Unidos.
Os pesquisadores usaram um efeito da Teoria da Relatividade Geral de Einstein para medir a massa da estrela de nêutrons, um pulsar chamado PSR J1614-2230, que é orbitado por uma anã branca. O par fica a cerca de 3.000 anos-luz da Terra.
À medida que a órbita faz a anã branca cruzar a linha de visão entre a Terra e o pulsar, as ondas de rádio que partem da estrela de nêutrons têm de passar muito perto da estrela companheira. A gravidade da estrela anã causa uma distorção no espaçotempo que afeta as ondas. Esse efeito permitiu que a massa das duas estrelas fosse medida.
Os pesquisadores esperavam que a estrela de nêutrons tivesse uma vez e meia a massa do Sol (Limite de Chandrasekhar), mas determinaram que ela tinha, na verdade, o dobro da massa solar.
Esse excesso de massa muda a compreensão da composição da estrela. Alguns modelos teóricos propõem que, além de nêutrons, a estrela poderia conter  algumas partículas menos comuns, chamadas híperons, ou condensados de káons.
Outra implicação, que será publicada no Astrophysical Journal Letters, indica que a estrela não pode conter quarks livres. Quarks são as partículas que compõem prótons e nêutrons.
Se houver quarks no núcleo da estrela de nêutrons, eles não podem estar livres, mas devem estar interagindo fortemente entre si, como fazem no núcleo atômico.
Fonte: Nature

Hubble permite rastrear movimentos de 100.000 estrelas em aglomerado

O Telescópio Espacial Hubble permitiu que, pela primeira vez, cientistas acompanhassem os movimentos individuais de mais de 100.000 estrelas no interior do aglomerado Omega Centauri WFC3, que contém mais de 10 milhões de estrelas em órbita de um centro de gravidade comum. 
Globular Cluster Omega Centauri
© HST-NASA/ESA (imagem da região central de Omega Centauri)
Uma medição precisa do movimento das estrelas em aglomerados gigantes pode oferecer novas informações sobre como esses agrupamentos se formaram nos primórdios do Universo, e se um buraco negro de massa intermediária, com cerca de 10.000 vezes a massa do Sol, pode estar escondido entre as estrelas.
Analisando imagens de arquivo feitas ao longo de um período de quatro anos, astrônomos fizeram as melhores medições já obtidas  de mais de 100.000 habitantes do aglomerado. Trata-se do melhor levantamento já feito dos movimentos de estrelas em qualquer aglomerado.
Para medir as minúsculas mudanças na posição das estrelas que ocorrem ao longo de apenas quatro anos é preciso programas de computador velozes e sofisticados.
Os pesquisadores usaram imagens feitas pelo Hubble entre 2002 e 2006 para criar uma simulação do movimento das estrelas. O filme permite projetar os movimentos previstos para os próximos 10.000 anos.
Omega Centauri é um dos cerca de 150 aglomerados do tipo que existem na Via-Láctea. Trata-se do maior e mais brilhante da galáxia, e de um dos poucos que pode ser visto a olho nu.
Fonte: NASA