sábado, 25 de setembro de 2010

Novo fenômeno cósmico: luz na escuridão

Astrônomos descobriram um novo fenômeno cósmico, batizado de "coreshine", que revela novas informações sobre como estrelas e planetas surgem. Os astrônomos descobriram que os negros núcleos de nascimento de estrelas emitem luz em certos comprimentos de onda de infravermelho.
luz na escuridão
© NASA (luz na escuridão)
As imagens mostram uma escura massa de gás e poeira, um núcleo no qual nascem estrelas e planetas, mas que emitem luz em comprimentos menores do infravermelho. A análise desse fenômeno revela informações sobre a idade e consistência dos novos surgimentos. Os astrônomos divulgaram que encontraram diversas ocorrências desse fenômeno em lugares escuros do espaço.
A imagem à direita mostra o núcleo negro visto por luzes infravermelhas longas. Já a imagem central o mostra visto por meio de ondas infravermelhas curtas. Nesta imagem, as luzes do núcleo brilham mais porque estão refletindo luzes de estrelas novas. Esta luz é o novo fenômeno. A imagem à esquerda é a soma de ambas.
"Nuvens negras na Via Láctea, longe da Terra, são lugares enormes nos quais nascem estrelas. Mas elas são 'tímidas' e se escondem em camadas de poeira que nos impedem de ver o que ocorre dentro", disse Laurent Pagani, membro do Observatório de Paris e do Centro Nacional de Pesquisas Científicas francês. "Encontramos um jeito de observá-los. Eles são como fantasmas, os vemos mas também vemos através deles", completou.
Em 2009, a equipe de Pagani observou um caso deste fenômeno. Ficaram surpresos ao ver brilhos de estrela saindo de um núcleo negro na forma de luz infravermelha que o Spitzer podia observar. Agora, foram analisados 110 núcleos, dos quais metade possuía o novo fenômeno cósmico.
Também fazem parte da equipe Aurore Bacmann, do Laboratório de Astrofísica de Grenoble, na França, e Jürgen Steinacker, Amelia Stutz e Thomas Henning, do Instituto Max-Planck de Astronomia, na Alemanha. Steinacker é também membro do Observatório de Paris e Stutz é membro da Universidade do Arizona, nos Estados Unidos.
Fonte: NASA e Observatório de Paris

O Sistema Solar visto de longe

Novas simulações de supercomputador rastreando interações de milhares de grãos de poeira mostram como o Sistema Solar pode parecer quando visto de longe. Os modelos também oferecem um vislumbre de como essa visão pode ter mudado à medida que o Sistema Solar amadureceu.
simulação da formação de poeira no cinturão de Kuiper
© NASA (simulação da formação de poeira)
Os planetas podem ser muito tênues para serem vistos diretamente, mas o planeta Netuno pode ser observado facilmante, já que sua gravidade abre um vão na poeira.
simulação da trajetória de Netuno
© NASA (simulação da trajetória de Netuno)
A origem da poeira é o cinturão de Kuiper, uma área além de Netuno onde milhões de corpos congelados orbitam o Sol.
Cientistas acreditam que a região é uma versão mais velha e reduzida dos discos de detritos que atualmente são observados em órbita de estrelas como Vega e  Fomalhaut.
Objetos do Kuiper ocasionalmente colidem entre si, e esse processo de choque após choque produz uma frota de partículas de poeira. Rastrear como essa poeira viaja pelo espaço não é tarefa simples, porque as partículas estão submetidas a uma série de forças além da gravidade, como a pressão do vento solar. As partículas também colidem entre si, o que pode destruí-las.
Com a ajuda de um supercomputador, os pesquisadores acompanharam 75.000 partículas de poeira durante a interação com os planetas exteriores, a luz do Sol, o vento solar e umas com as outras. A partir dos dados resultantes, foram criadas imagens sintéticas representando visões em infravermelho do Sistema Solar visto de longe.
Por conta de efeitos gravitacionais, Netuno lança partículas próximas em órbitas específicas, o que cria uma zona limpa perto do planeta, além de áreas de maior concentração de grãos em pontos de sua trajetória.
Fonte: Astronomical Journal

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Anomalias magnéticas protegem a Lua do vento solar

Cientistas descobriram um novo tipo de interação do vento solar com corpos sem atmosfera do Sistema Solar. Regiões magnetizadas, chamadas anomalias magnéticas, localizadas principalmente no lado oculto da Lua, parecem repelir fortemente o vento solar, protegendo a superfície do satélite.
campo magnético da Lua
© NASA (campo magnético na Lua)
A descoberta poderá ajudar a compreender a formação de água na camada superior da Lua.
Corpos sem atmosfera interagem com o vento solar de forma muito diferente da Terra. Suas superfícies estão expostas ao vento sem nenhum tipo de proteção, como a que a Terra recebe de sua atmosfera e campo magnético. 
Isso faz com que astros como a Lua sofram desgaste causado pelo impacto constante de micrometeoritos e das partículas do vento, formando uma superfície irregular chamada regolito. Pesquisadores imaginavam que todo o vento solar que chegava à Lua acabava interagindo com o regolito.
No entanto, explorações recentes realizadas pelas sondas Chang'e 1 (da China), Kaguya (Japão) e Chandrayaan 1 (Índia) revelaram uma interação mais complexa.
Um fluxo significativo de partículas de alta energia foi encontrado partindo da superfície lunar, efeito provavelmente causado pela reflexão do vento solar pelo regolito.
Como o vento solar é uma fonte potencial de água na Lua, é necessário criar modelos coerentes da circulação de hidrogênio lunar para entender como as moléculas de água se formam nas camadas superiores.
A pesquisa atual foi realizada com um instrumento a bordo da nave indiana Chandrayaan 1. Quando a sonda sobrevoou uma anomalia magnética da Lua, os cientistas encontraram muito menos átomos de hidrogênio refletidos pela superfície, o que pode significar que o vento solar não chegou a atingir a Lua nessa área. 
O vento solar, nesse caso, parece ter sido repelido por um aglomerado de anomalias magnéticas no hemisfério sul do lado oculto.
Fonte: Instituto Sueco de Física Espacial

Novas imagens da aurora de Saturno

Novas imagens artificialmente coloridas da aurora brilhante de Saturno, feitas ao longo de dois dias, estão ajudando os cientistas a entenderem o que causa alguns dos shows de luzes mais impressionante do Sistema Solar.
aurora de Saturno
© NASA (aurora de Saturno)
As imagens são parte de um novo estudo que, pela primeira vez, extrai informações sobre as características da aurora de Saturno tomadas a bordo da nave Cassini da NASA. Os resultados preliminares foram apresentados pelo cientista Tom Stallard no Congresso Europeu de Ciência Planetária, em Roma.
Nas imagens, o fenômeno da aurora varia significativamente ao longo de um dia de Saturno, que dura em torno de 10 horas e 47 minutos. Ao meio-dia e à meia-noite, a aurora pode ser vista iluminada por várias horas, sugerindo que o clareamento é conectado com o ângulo do Sol. Outra característica pode ser vista com a rotação do planeta, quando a aurora reaparece na mesma hora e no mesmo local, no segundo dia, sugerindo que ela está diretamente controlada pela orientação do campo magnético de Saturno.
"As auroras de Saturno são muito complexas e nós estamos apenas começando a compreender todos os fatores envolvidos. Este estudo irá proporcionar uma visão mais ampla da grande variedade de características da aurora, e nos permitirá compreender melhor o que controla essas mudanças em sua aparência", diz Stallard.
As auroras ocorrem de forma semelhante às luzes do norte e do sul da Terra. Partículas do vento solar são canalizadas pelo campo magnético de Saturno para os pólos do planeta, onde eles interagem com partículas eletricamente carregadas na atmosfera superior e emitem luz. Em Saturno, no entanto, as características da aurora também podem ter relação com ondas eletromagnéticas geradas quando as luas do planeta se movem através do plasma que ocupa a magnetosfera de Saturno.
Fonte: European Planetary Science Congress

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Explosão catastrófica pode ter dado origem a uma das luas de Marte

Cientistas encontraram sinais de que Fobos, uma das duas luas de Marte, formou-se relativamente perto de sua localização atual, por meio da aglomeração de material lançado na órbita marciana por um evento catastrófico.
cratera stickney
© NASA (cratera Stickney, a maior encontrada na lua Fobos)
Duas abordagens independentes, realizadas pela sonda  Mars Express, da Agência Espacial Europeia (ESA) e pela Mars Global Surveyor, da Nasa, produziram resultados similares, apresentados no Congresso Europeu de Ciência Planetária, que acontece em Roma.
A origem das duas luas de Marte, Fobos e Deimos, é um antigo enigma para a ciência. Uma hipótese propõe que ambas seriam asteroides capturados pela gravidade marciana.
Outros cenários propõem que ambas as luas se formaram onde estão, por meio da aglomeração de material expelido do planeta após um grande impacto ou dos restos de uma lua destruída pela atração de Marte.
Segundo pesquisadores, uma compreensão da composição das luas é fundamental para excluir algumas dessas propostas.
Observações anteriores de Fobos haviam sido interpretadas como sugerindo a presença de condritos carbonáceos, um material primitivo associado a asteroides. Essa descoberta viria a apoiar a ideia do asteroide capturado.
Mas novas observações, feitas pela Mars Express, não combinam bem com a proposta dos condritos, e favorecem a hipótese da origem local. Entre as descobertas, há sinais de que parte do material que compõe a lua teria interagido com água antes de ser incorporado a Fobos.
Outras observações indicam uma identidade com materiais encontrados na superfície marciana.
Fonte: European Planetary Science Congress

sábado, 18 de setembro de 2010

Manchas solares poderão sumir em breve

Cientistas que estudaram as manchas solares durante os últimos 20 anos concluíram que o campo magnético do Sol que as origina está diminuindo.
mancha solar
© NASA (mancha solar)
Se a tendência atual continuar, por volta de 2016 o Sol pode ficar totalmente sem manchas e assim permanecer ao longo de décadas.
Um fenômeno semelhante, que ocorreu no século 17, coincidiu com um período prolongado de resfriamento na Terra.
Conhecido como "Pequena Era do Gelo", o maior Mínimo Solar já registrado durou 70 anos. O chamado Mínimo de Maunder durou de 1645 a 1715, com a Terra experimentando temperaturas muito baixas.
Embora os mínimos solares normalmente durem cerca de 16 meses, o atual se estendeu por 26 meses, o mais longo em um século.
As manchas solares surgem quando ressurgências do campo magnético do Sol aprisionam plasma ionizado em sua superfície. Normalmente, o gás superaquecido, eletricamente carregado, libera seu calor e mergulha de volta abaixo da superfície. Mas o campo magnético inibe este processo.
Em artigo publicado na revista Science, Phil Berardelli relata o trabalho dos astrônomos Matthew Penn e William Livingston, do Observatório Nacional Solar em Tucson, Arizona, que vêm estudando as manchas solares desde 1990.
Usando uma técnica de medição chamada Separação de Zeeman, os astrônomos analisaram mais de 1.500 manchas solares e concluíram que a intensidade do campo magnético das manchas solares caiu de uma média de cerca de 2.700 gauss para cerca de 2.000 gauss. A intensidade média do campo magnético da Terra tem menos de 1 gauss.
Eles não sabem explicar as razões para tal diminuição. Mas se a tendência continuar, a força do campo magnético das manchas solares vai cair para uma média de 1.500 gauss já em 2016. A seguir um gráfico mostrando o campo magnético total do Sol em função do tempo.
campo magnético total do Sol em função do tempo
© NSO (campo magnético total do Sol em função do tempo)
Como 1.500 gauss é o mínimo necessário para produzir manchas solares, os astrônomos afirmam que elas poderão não ser mais geradas a partir de então. Foi justamente isso o que aconteceu durante o Mínimo de Maunder. Mas Livingston adverte que a previsão de zero manchas solares pode ser prematura.
As manchas solares recentemente não possuem fortes pontos rodeados por halos, chamados penumbras, como se viu durante o último máximo solar, a maior parte da safra atual apresenta poucas ou nenhuma penumbra.
Mas há quem discorde deles. O físico David Hathaway, do Centro de Voos Espaciais Marshall, da NASA, achou o estudo interessante, mas acha que os dois astrônomos podem ter deixado de lado pequenas manchas solares, o que pode ter elevado a média registrada.
Fonte: National Solar Observatory

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Novo mapa de crateras da Lua

As marcas na superfície da Lua são testemunha da barragem de impactos de cometas, asteroides e outros detritos espaciais que atingiram o satélite durante boa parte de sua história. Como o registro geológico de muito dessa sequência permanece intacto, cientistas tem contado com a Lua para reconstituir o passado caótico do Sistema Solar.
mapa topográfico da Lua
© NASA (mapa topográfico da Lua)
Este é o primeiro catálogo uniforme e completo das grandes crateras lunares, algo que poderá lançar luz sobre o bombardeamento planetário que caracterizava o Sistema Solar interior há mais de 4 bilhões de anos.
A equipe de pesquisadores da Universidade Brown, do MIT e da Nasa usou dados do Altímetro Laser Orbital Lunar, um dos instrumentos a bordo da sonda Lunar Reconnaissance Orbiter (LRO), da Nasa, para identificar e mapear 5.185 crateras com 20 km de diâmetro ou mais.
A partir da contagem e da análise das crateras foi possível determinar que as regiões mais antigas da Lua são o sul do lado próximo e o centro-norte do lado oculto. O grupo também confirmou que a Bacia Aitken-Polo Sul é a depressão mais antiga, o que significa que amostras trazidas de missões futuras, robóticas ou tripuladas, serão inestimáveis para a compreensão da Lua e do Sistema Solar interior.
Uma importante descoberta trata da corrente de objetos que colidia pelo Sistema Solar interior nos primórdios. Por anos, a teoria predominante  era a de que a Lua tinha sido atingida por projéteis que mantinham uma proporção constante entre objetos grandes e pequenos, o que os cientistas chamam de "distribuição tamanho-frequência".
Em 2005, essa distribuição foi questionada por um artigo na Science, o geólogo da Universidade do Arizona Robert Strom  levantou a hipótese de que a taxa entre objetos grandes e pequenos atingindo a Lua teria variado durante seu primeiro bilhão de anos de existência.
O novo trabalho apoia essa hipótese. Os pesquisadores estudaram crateras formadas no início da história da Lua e as compararam com crateras posteriores, e determinaram que as superfícies mais antigas apresentavam um número maior de marcas de impacto de grandes objetos.
Fonte: Science

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Júpiter mais brilhante ao aproximar da Terra

Se você olhar para cima em qualquer noite de céu claro de Setembro, um astro celeste brilhante chamará sua atenção. Ela estará baixa no lado leste do céu pouco depois do crepúsculo e alta no lado sudeste do céu à medida que a noite avançar. Ela irá completamente se sobressair em comparação com qualquer outra estrela do céu.
júpiter
© Babak A. Tafreshi (planeta Júpiter no céu)
O que você está observando na verdade é o planeta Jupiter. Júpiter está fazendo sua passagem mais próxima da Terra no ano. E essa passagem é a mais próxima que Júpiter chegará entre os anos de 1963 e 2022.
Júpiter estará mais próximo da Terra na noite de segunda-feira 20 de Setembro de 2010: 592 milhões de quilômetros de distância. Ele permanecerá próximo dessa distância durante toda a última parte do mês de Setembro.
Na última vez que Júpiter esteve próximo da Terra, que aconteceu em Agosto de 2009, o planeta estava 2% mais apagado do que dessa vez. Na sua próxima passagem próximo da Terra ele estará um pouco mais de 1% mais distante do que agora.
Em adição à distância entre Júpiter e a Terra que será a menor nesse período, o planeta estará 4% mais brilhante do que o normal pois um de seus cinturões de nuvens marrons estará escondido. Por aproximadamente um ano o gigantesco cinturão equatorial sul, que normalmente é observado por meio de pequenos telescópios estará escondido por uma camada de nuvens mais brilhantes constituídas de amônia.
Coincidentemente, Júpiter também passará quase em frente ao planeta Urano. Urano está cinco vezes mais distante e quase 3000 vezes mais apagado e por isso é invisível a olho nu. Mas por meio de binóculos e de telescópios será possível ver Urano a menos de 1 grau de distância de Júpiter. Essa maior aproximação acontecerá na noite de 24 de Setembro.
No outro lado da escala de brilho, a Lua cheia irá se juntar a essa cena celeste mais ou menos nas mesmas datas, ela irá brilhar acima de Júpiter na noite de 22 de Setembro de 2010 e a esquerda do planeta na noite de 23 de Setembro de 2010.
Mais coincidências também acontecerão aqui. Júpiter e Urano encontram-se próximos do ponto no céu conhecido como ponto vernal, onde o Sol cruza o equador celeste no primeiro dia da primavera para o hemisfério norte. Estas aproximações ocorrem a todo instante no céu, porém algum arranjo particular pode não surgir por séculos.
E tudo acontecerá por volta da mesma data já que o início da primavera acontecerá no dia 22 de Setembro de 2010.
Boa primavera!
Fonte: Sky & Telescope

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Estrela devorando outra e gerando planetas

Uma equipe de astrônomos pode ter flagrado uma estrela no ato de devorar outra e criando uma segunda geração de planetas a partir do disco residual.
ilustração de BP Piscium
© NASA (ilustração de BP Piscium)
Usando dados do Observatório de Raios X Chandra, o grupo de Joel Kastner, do Instituto de Tecnologia de Rochester, encontrou sinais de que uma estrela variável na constelação de peixes, BP Piscium, não é a estrela jovem que aparenta ser, mas sim uma gigante vermelha que engoliu uma estrela ou planeta da vizinhança, diz nota divulgada pelo instituto.
Desde que foi descoberta há 15 anos, a estrela vem confundindo os cientistas, ao apresentar características tanto de um astro jovem quando de uma estrela velha.
A juventude enganosa da estrela é atribuída a duas coisas: um disco de material que lembra os discos onde se formam planetas ao redor de estrelas novas e os jatos de material que partem dos polos do astro. Uma estrela jovem acumula material do disco, que cai em sua direção, absorvendo cerca de 90% do que cai e reciclando o restante para o espaço, através dos jatos. Outros detalhes, no entanto, apontam na direção oposta. Por exemplo, a estrela existe isolada, enquanto que a maioria das estrelas jovens se formam em aglomerados.
Os dados do Chandra mostram que a estrela é uma fonte pobre de raios X, o que vai contra a hipótese de juventude. A taxa de emissão é compatível com a de estrelas velhas que giram rapidamente, de uma classe que, acredita-se, surge quando uma estrela engole outra.
"As companheiras dessas estrelas gigantes caíram dentro delas e fazem com que girem mais rápido. Nossa hipótese de trabalho é que estamos olhando para a estrela bem no ponto em que ela acabou de engolir a companheira e, assim, formou o disco. Parte do material que compunha a companheira caiu na estrela, e parte foi expelido em alta velocidade, e é a isso que estamos assistindo", explica Kastner.
Embora planetas próximos que eventualmente existissem tenham sido engolidos quando a estrela se tornou uma gigante vermelha, uma segunda rodada de formação de planetas pode estar em andamento no disco, centenas de milhões de anos após a primeira.
Outro artigo científico, baseado em dados do telescópio espacial Spitzer, indica evidência de um planeta gigante no disco. Esse pode ser um novo exoplaneta, ou um que sobreviveu ao cataclismo.
Fonte: Astrophysical Journal Letters

Achados 14 novos objetos transnetunianos

Para além da órbita de Netuno existem inúmeras rochas geladas conhecidas como objetos transnetunianos (TNOs). Um dos maiores, Plutão, é classificado como um planeta anão. A região também abriga cometas como o famoso Cometa Halley. A maioria dos TNOs é pequena e recebe pouca luz solar, tornando-os fracos e difíceis de detectar.
objeto transnetuniano
© NASA (ilustração de um objeto transnetuniano)
Agora, astrônomos acrescentaram 14 novos objetos ao catálogo, por meio de arquivos de dados do Telescópio Espacial Hubble Space, da Nasa. Esse método promete identificar centenas de outros TNOs.
"Objetos transnetunianos nos interessam porque são blocos que sobraram da formação do sistema solar", explicou o autor do estudo, Cesar Fuentes, da Northern Arizona University.
Como os TNOs orbitam lentamente o Sol, eles se movem contra o manto de estrelas, aparecendo como raios de luz em fotografias. A equipe desenvolveu um software para analisar centenas de imagens do Hubble. Depois de candidatos promissores serem sinalizados, as imagens foram avaliadas visualmente para confirmar ou refutar cada descoberta.
A maioria TNOs está localizada perto da eclíptica, a linha no céu que marca o plano do sistema solar (desde que o sistema solar se formou a partir de um disco de material). Portanto, a equipe procurou dentro de 5 graus da eclíptica para aumentar suas chances de sucesso.
Dos 14 objetos encontrados, inclui-se um binário: dois TNOs orbitando como um sistema Plutão-Caronte em miniatura. Todos têm um brilho muito fraco, mais de 100 milhões de vezes menor que o de objetos visíveis a olho nu, e medem de 4km a 10 km de diâmetro.
Ao medir o movimento desses objetos no céu, os astrônomos calculam a órbita e a distância de cada um. Combinando distância e brilho, eles puderam estimar o tamanho dos TNOs.
Ao contrário dos planetas, que tendem a ter órbitas muito planas, alguns TNOs têm órbitas muito inclinadas. A equipe analisou a distribuição de tamanho de TNOs com órbitas de baixa inclinação versus alta para ter pistas sobre como os objetos evoluíram ao longo dos últimos 4,5 bilhões de anos.
Geralmente, os menores objetos transnetunianos são os destroços de TNOs maiores. Ao longo de bilhões de anos, esses objetos se chocaram, moendo uns aos outros. Os astrônomos descobriram que a distribuição de tamanho de TNOs com órbitas de baixa inclinação versus alta é a mesma à medida que os objetos ficam mais fracos e menores. Portanto, ambas as populações (de baixa e alta inclinação) têm histórias colisionais semelhantes.
Esse estudo inicial examinou apenas um terço de um grau quadrado do céu, o que significa que há muito mais área a ser pesquisada. Outras centenas de TNOs podem esconder-se nos arquivos do Hubble em latitudes eclípticas mais elevadas. Fuentes e os colegas pretendem continuar a pesquisa.
Fonte: Astrophysical Journal

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Encontrado exoplaneta sem metano

A falta de metano na composição do GJ 436b, um exoplaneta localizado a 36 anos-luz da constelação de Leão, desafia a teoria de cientistas sobre exoplanetas, já que é composto apenas de hidrogênio, carbono e oxigênio. Os astrônomos estudam o planeta por meio do Telescópio Espacial Splitzer, da Nasa, agência espacial americana.
exoplaneta GJ 436b
© NASA (ilustração do exoplaneta GJ 436b)
Exoplanetas são aqueles que se localizam fora do Sistema Solar, portanto, extrassolares. Os primeiros exoplanetas foram descobertos apenas na década de 1990. De acordo com os cientistas, para seguir uma lógica, o GJ 436b deveria ter uma grande quantidade de metano e pouco monóxido de carbono. Mas as observações do Spitzer, que captou a luz do planeta em seis comprimentos de infravermelho, mostram justamente o contrário.
A Nasa disse em seu site que o estudo sobre o GJ 436b demonstra que é necessário pesquisar mais sobre a diversidade dos exoplanetas. O metano está presente na Terra e também em todos os planetas gigantes do nosso sistema solar.
Fonte: NASA

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Meteorito que caiu na França tem vestígios de supernova

Um meteorito que caiu na Terra há quase 150 anos parece conter estilhaços microscópicos de uma estrela que explodiu quando surgiu o sistema solar.
meteorito de Orgueil
© MNHN (condrito carbonáceo de Orgueil)
Os meteoritos oferecem-nos a rara oportunidade de examinarmos compostos orgânicos de origem extraterrestre. De grande interesse para os investigadores da origem da vida são os meteoritos carbonáceos que, como vimos, constituem uma pequena percentagem de todos os meteoritos conhecidos. Chamam-se assim por conterem côndrulos e uma quantidade variável de compostos orgânicos que em alguns casos pode ultrapassar os 5% do peso total da amostra. Um dos mais notáveis condritos carbonáceos é o meteorito de Orgueil que caiu no Sul de França em 14 de Maio de 1864. Cerca de vinte pedras, a maior do tamanho da cabeça de um de um homem, espalharam-se numa área de cerca de 3 Km2, perto da aldeia de Orgueil. Quase 12 quilos foram recolhidos logo após a queda, e mais de 9 estão no Museu de História Natural de Paris. A composição química do meteorito Orgueil indica que uma estrela explodiu e formou uma supernova há cerca de 4,5 bilhões de anos, quando os planetas estavam se formando ao redor do Sol.
A partir dos restos encontrados no meteorito francês, os cientistas quiseram determinar que tipo de estrela explodiu e se foi gerada uma supernova tipo 1 ou tipo 2.
A supernova tipo 1 ocorre com a morte de uma estrela anã-branca pequena, mas extremamente densa. Já a supernova tipo 2 se forma quando uma estrela gigante (pelo menos nove vezes mais pesada que o Sol) queima quase todo o seu combustível, o que desencadeia um colapso interno seguido de uma explosão.
Grãos de supernova tipo 2 já foram encontrados em meteoritos antes, mas, até agora, nenhum marcador de supernova tipo 1 havia sido achado.
A grande quantidade de cálcio 48 encontrada no meteorito Orgueil levou os cientistas a acreditarem que ele foi originado de uma supernopva tipo 1. Isso porque o cálcio 48 é gerado em grandes quantidades na supernova tipo 1, mas é inexistente na supernova tipo 2.
O estudo pode, ainda, resolver o mistério de variação da quantidade de elementos químicos entre planetas e entre meteoritos.
Antes, os cientistas acreditavam que os elementos químicos foram distribuídos uniformemente por uma espécie de nuvem de gás e poeira que entrou em colapso para formar o nosso sistema solar.
Agora, com a descoberta da composição do meteorito Orgueil, a expectativa é que a distribuição de elementos metálicos não tenha sido tão uniforme assim.
Os resultados sugerem que a supernova lançou os grãos desordenadamente no espaço e que esses grãos foram incorporados em meteoritos, como o Orgueil, e em planetas que estavam começando a se formar em torno do Sol.
Os grãos analisados têm menos de 100 nanômetros de diâmetro, ou seja, cerca de um milésimo da largura de um fio de cabelo humano.
O estudo do meteorito foi liderado por Nicolas Dauphas, pesquisador da Universidade de Chicago, nos Estados Unidos.
Fonte: Astrophysical Journal

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Nasa divulga nova imagem de erupção solar

A Nasa (Agência Espacial Americana) divulgou imagem em que mostra uma grande erupção solar, na região chamada de 1105. A área é conhecida por registrar ativamente este tipo de evento.
erupção solar
© NASA/SDO (erupção solar)
Segundo informações da NASA, a erupção também ejetou grande quantidade de matéria no espaço. A erupção, além de ir em direção contrária à Terra, não se dirigiu a nenhum planeta. A seguir, veja o video da erupção solar obtida pela SDO (Solar Dynamic Observatory) da NASA.
Fonte: NASA

Astrônomos amadores realizam observação inédita de Júpiter

Astrônomos amadores conseguiram uma grande façanha com seus pequenos telescópios, que pela primeira vez capturaram o impacto de um objeto relativamente pequeno com um planeta gigante.
impactos na superfície de Júpiter
© NASA (impactos na superfície de Júpiter)
Os fanáticos por astronomia foram os primeiros a detectar dois objetos "relativamente pequenos", segundo a Nasa, que se desintegraram ao entrar na atmosfera de Júpiter formando uma bola de fogo, usando telescópios instalados em suas próprias residências.
Os impactos aconteceram nos dias 3 de junho e 20 de agosto, segundo os cientistas da Nasa, que acompanharam as observações e confirmaram que foram corretas.
Os especialistas calcularam que o objeto observado em 3 de junho tinha entre 8 e 13 metros de diâmetro, comparável ao asteroide RF12, que passou perto da Terra na última quarta-feira.
Anthony Wesley, da Austrália, foi quem o avistou primeiro. O astrônomo amador já descobriu em julho de 2009 uma mancha escura em Júpiter que os cientistas não tinham detectado até então.
O segundo objeto, detectado em agosto, foi descoberto primeiro pelo japonês Masayuki Tachikawa, e pouco mais tarde confirmado por Aoki Kazuo e Masayuki Ishimaru.
Eles tinham seus telescópios apontando para o planeta gigante naquele dia pois sabiam que estavam em meio à "temporada de Júpiter", quando o planeta está mais alto no céu e é visto maior da Terra.
Fonte: NASA/EFE

Sonda revela visão da Lua impossível de se obter da Terra

A Lunar Reconnaissance Orbiter (LRO), sonda na Nasa em órbita da Lua, produziu um mosaico de imagem que mostra todo o hemisfério leste do satélite natural da Terra, revelando metade do lado próximo e metade do lado oculto da Lua. Essa combinação nunca é vista a partir da superfície terrestre.

mosaico da superfície lunar

© NASA/ U. Arizona (mosaico da superfície lunar)

As legendas do mosaico ortográfico são: Se=Mare Serenitatis, T=Mare Tranquillitatis, F=Mare Frigoris, C=Mare Crisium, M=Mare Marginis, S=Mare Smythii, A=Mare Australe, Ts=Mare Tsiolkovskiy, Mv=Mare Moscoviense.

A metade esquerda da imagem mostra parte do lado próximo, que é a face que a Lua mantém permanentemente voltada para a Terra, com as grandes plantícies de lava, ou "mares", que  são sua característica mais marcante.

Já a metade direita mostra parte do lado oculto, que só foi visto pela primeira vez no século passado, em imagens de sondas espaciais.

O "mar" que aparece na altura da linha do equador, perto da margem esquerda, é o Mar da Tranquilidade, onde a Apollo 11 pousou em 1969, no lado próximo da Lua.

Já as duas depressões circulares e escuras que surgem perto da borda direita são o Mar de Moscou (no alto) e o Mar de Tsiolkovsky (abaixo), batizados depois de serem descobertos por uma sonda soviética, a priemira a fazer fotos do lado oculto.

Lançada em 2009, a LRO circunda a Lua numa órbita que passa sobre os polos do satélite, a cerca de  50 km de altitude. As lacunas na imagem correspondem a áreas que ainda não foram integragas ao mosaico.

Fonte: NASA

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Planetas gigantes podem ter vida curta

A maioria dos "Jupíteres quentes" que os astrônomos buscam em aglomerados de estrelas provavelmente já foram destruídos há tempos. Os autores do artigo, John Debes e Brian Jackson, da Nasa, levantam a hipótese para explicar por que nenhum planeta de trânsito (planeta que cruza a linha de visão entre sua estrela e a Terra) jamais foi observado em aglomerados estelares.
planeta sendo destruído pela gravidade estelar
© NASA (ilustração de planeta sendo destruído por estrela)
A pesquisa prevê que a busca por planetas atualmente em curso com a missão Kepler terá mais sucesso em aglomerados jovens.
Quando astrônomos começaram a buscar planetas nos aglomerados globulares de estrelas, há cerca de uma década, havia a esperança de que muitos novos mundos fossem encontrados. Esperava-se que uma busca realizada no aglomerado 47 Tucanae, por exemplo, encontrasse pelo menos uma dezena de planetas entre 34.000 estrelas candidatas. Mas nada foi achado.
Segundo Debes, a grande maioria dos mais de 450 planetas encontrados fora do Sistema Solar estão em órbita de estrelas solitárias, fora dos aglomerados.
A grande densidade de estrelas nos aglomerados sugere que os planetas podem ser arremessados para fora de seus sistemas solares pela gravidade de astros próximos. Além disso, os aglomerados se mostram pobres em metais que são a matéria prima dos planetas.
Debes e Jackson propõem que Jupíteres quentes, planetas gigantes que têm órbitas muito próximas a suas estrelas, são rapidamente destruídos. Nessas órbitas estreitas, a atração gravitacional entre estrela e planeta reduz a energia da órbita planetária, o que faz com que o planeta chegue cada vez mais perto do astro. Ao longo de bilhões de anos, o planeta acaba mergulhando na estrela ou destroçado por ela.
Fonte: Astrophysical Journal

Água interagiu com a superfície de Marte

Dados da sonda Phoenix, que atuou perto do polo norte de Marte em 2008, sugere que água em estado líquido interagiu com a superfície marciana ao longo da história do planeta, e até tempos modernos. A pesquisa também oferece evidência de que Marte teve atividade vulcânica até poucos milhões de anos atrás.
sonda phoenix
© NASA (sonda Phoenix em Marte)
Embora a sonda Phoenix não esteja mais operando, cientistas continuam a analisar os dados reunidos pela missão. As descobertas anunciadas baseiam-se em informações sobre o dióxido de carbono que compõe 95% da atmosfera do planeta.
"Dióxido de carbono atmosférico é como um espião. Ele se infiltra em cada pedaço  da superfície, e pode indicar a presença de água, e sua história", disse o cientista Paul Niles, da Nasa.
A Phoenix mediu em detalhes os isótopos de carbono e oxigênio da atmosfera marciana. No artigo da revista Science, Niles explica a proporção dos isótopos estáveis e sua implicação para a história do planeta.
As assinaturas químicas produzidas pelos isótopos sugerem que água em estado líquido existiu principalmente em temperaturas próximas ao congelamento, e que sistemas hidrotermais, como nascentes de água quente, foram raras durante o passado marciano.
As medições do dióxido de carbono também revelam que Marte foi um planeta muito mais ativo no passado do que se imaginava. Os resultados implicam que Marte repôs sua atmosfera de CO2 em um período relativamente recente, e que o dióxido de carbono reagiu com o líquido na superfície.
O fato de Marte ter baixa gravidade e não contar com, um campo magnético faz com que a atmosfera de CO2 se perca lentamente para o espaço. O processo favorece a perda do isótopo mais leve, o carbono 12, em comparação com o carbono 13. Se a perda estivesse ocorrendo sem reposição, a taxa de C-12 para C-13 seria muito mais baixa que a medida pela Phoenix.
Isso sugere que a atmosfera marciana foi reabastecida por meio de vulcões, e num tempo geologicamente próximo.
No entanto, a assinatura vulcânica não aparece quando se avalia a proporção de dois outros isótopos, oxigênio 18 e oxigênio 16, que também compõem o CO2 marciano. Isso indica que o dióxido de carbono reagiu com água no passado recente, e acabou enriquecido em O-18.
Fonte: Science

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Observatório capta imagem de galáxia a 6 milhões de anos-luz

A galáxia espiral NGC 300, objeto localizado a 6 milhões de anos-luz na direção da constelação do Escultor, foi fotografada pelo observatório La Silla, no Chile.
NGC 300
© ESO (galáxia NGC 300)
O prédio faz parte do European South Observatory (ESO). A imagem foi gerada a partir de filtros de luz verde, azul e vermelha. Para obter a foto, foram necessárias 50 horas de exposição. A galáxia apresenta ainda um buraco negro de grandes dimensões, descoberto recentemente pela equipe do ESO, e está em processo de fusão com outro astro, NGC 55.
Fonte: ESO

Dois asteroides passarão próximo à Terra

Dois asteroides com até 20 metros de diâmetro e em órbitas diferentes vão se aproximar da Terra nesta quarta-feira, de acordo com dados fornecidos pela Nasa (Agência Espacial Americana). Apesar de passarem bem mais perto que a Lua, nenhum deles deve atingir o planeta, garante a Nasa.
asteroides aproximando-se da Terra
© NASA (trajetória dos asteroides)
Ambos os corpos cósmicos poderão ser vistos por meio de telescópios amadores com capacidade moderada de aproximação, quando estiverem mais próximos do planeta.
Os asteroides, batizados de "2010 RX30", com dimensões entre 10 e 22 metros, e "2010 RF12", com tamanho entre 6 e 13 metros, devem passar a aproximadamente 250 mil quilômetros e 78 mil quilômetros de distância, respectivamente, da Terra.
O asteroide 2010 RX30, deve alcançar o ponto mais próximo da Terra às 9h51min, horário de Brasília, com velocidade de 10 km/s. E o asteroide 2010 RF12, passará às 21h12min, com velocidade de 6 km/s.
Os objetos foram descobertos no domingo pelo telescópio Catalina Sky Survey (CSS), no Arizona, durante uma observação de rotina do céu. Aproximadamente 50 milhões de asteroides se aproximam da Terra a uma distância lunar diariamente. A cada 10 anos, um deles chega à atmosfera terrestre.
Fonte: NASA

sábado, 4 de setembro de 2010

Cassini envia imagens de sobrevoo de Dione

A Nasa está publicando as primeiras imagens do sobrevoo que a sonda Cassini fez de Dione, uma das quatro luas do planeta Saturno descobertas pelo cientista italiano Giovanni Domenico Cassini no século XVII. O planeta Saturno ao menos 47 luas conhecidas e pelo menos 7 anéis.

Dione

© NASA/Cassini (imagem da superfície de Dione)
A imagem foi feita pela sonda neste sábado quando a sonda estava a 40.000 km de Dione, e então transmitidas para a Terra à velocidade da luz. Os dados levaram pouco menos de duas horas para chegar.
A Nasa informa que a imagem ainda precisa passar por um processo de calibragem antes de ser validada para uso científico, o que só deve ocorrer em 2011. Dione tem pouco mais de 1.000 km de diâmetro e está há cerca de 400.000 km de Saturno.
A sonda Cassini foi lançada em 15 de outubro de outubro de 1997, em uma viagem de sete anos a Saturno, planeta ao qual chegou em julho de 2004. Ela completou sua primeira missão de exploração de Saturno, de quatro anos, em 2008. A prorrogação atual, chamada Missão Equinócio, se encerra em setembro deste ano.
Fonte: NASA

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Hubble desvenda interior de supernova

Observações feitas com o Telescópio Espacial Hubble de uma supernova próxima estão permitindo que astrônomos meçam a velocidade e a composição do material do interior da estrela que é ejetado ao espaço após a explosão.
supernova 1987A
© NASA/ESA (supernova 1987A)
Uma equipe da Universidade do Colorado em Boulder detectou um aumento significativo no brilho emitido pela supernova 1987A, o que é consistente com previsões teóricas da interação das supernovas com a vizinhança galáctica.
Descoberta em 1987, essa supernova é a mais próxima da Terra a ser detectada desde 1604, e fica na Grande Nuvem de Magalhães, uma galáxia anã vizinha da Via-Láctea. 
A equipe observou a supernova em luz visível, ultravioleta e infravermelho, mapeando o jogo entre a explosão estelar e o famoso "colar de pérolas", um anel brilhante com 9 trilhões de quilômetros  de diâmetro que cerca o remanescente da supernova e que foi energizado por raios X.
O anel de gás provavelmente foi expelido 200.000 anos antes da supernova explodir, e ondas de choque partindo do remanescente fizeram brilhar de 30 a 40 "pérolas" nele, objetos que provavelmente vão se fundir no futuro, gerando um anel  contínuo.
"As novas observações nos permitem medir com precisão a velocidade e a composição das 'vísceras estelares' ejetadas, que nos falam a respeito da disposição de energia e elementos pesados na galáxia hospedeira", disse, o pesquisador  Kevin France.
"As observações não só nos dizem quais elementos estão sendo reciclados na Grande Nuvem de Magalhães, mas como isso muda o ambiente na escala de tempo da vida humana", afirmou.
Além de ejetar grandes quantidades de hidrogênio, 1987A eliminou hélio, oxigênio, nitrogênio e elementos pesados mais raros, como enxofre, silício e ferro.
Fonte: Science

Vapor de água estelar

Vapor de água a uma temperatura de cerca de 700º C foi detectado no espectro de uma estrela rica em carbono. Essa descoberta surpreendente indica a presença de água próxima a uma estrela, na região quente de seu envelope gasoso (entorno).
vapor de água em estrela
© NASA (ilustração do vapor de água em estrela)
A descoberta, segundo seus autores, reforça que o conhecimento sobre a química das estrelas mais evoluídas “ainda é rudimentar”. Vapor de água no envelope da estrela gigante em questão, conhecida como IRC+10216, havia sido identificado em 2001, mas os astrônomos achavam que seria originário de corpos com gelo, como cometas.
A presença de vapor em temperatura tão elevada altera o conhecimento atual sobre química estelar, uma vez que em um ambiente com muita presença de carbono, em equilíbrio termodinâmico, não se esperava que moléculas cheias de oxigênio (com exceção de monóxido de carbono) estivessem próximas.
detecção de água com o telescópio Herschel na estrela IRC  10216
© Nature (detecção de água na estrela IRC +10216)
A descoberta também contradiz a ideia de que vapor de água não poderia originar dos entornos de uma estrela, mas apenas a partir de regiões mais frias e distantes.
Leen Decin, da Universidade Católica de Leuven, na Bélgica, e colegas, por meio do observatório espacial Herschel, lançado em maio de 2009 pela Agência Espacial Europeia (ESA), identificaram dezenas de linhas de vapor no espectro da IRC+10216 (também chamada de CW Leonis).
Segundo descrevem os cientistas, algumas das linhas são produzidas por transições de estados altamente excitados que, ao serem analisados, indicaram uma temperatura de cerca de 700º C.
Isso significa que a água não deriva da vaporização de gelo de outros corpos, mas que deve estar presente no envelope interno da estrela que está a 650 anos-luz da Terra.
Os cientistas sugerem que uma explicação possível para a presença de vapor é a produção fotoquímica de água por meio da ação de fótons ultravioleta, caso o envelope da estrela tenha uma estrutura que permita a penetração da luz até as regiões mais próximas em seu entorno. Esses fótons ultravioleta teriam origem na estrela ou, mais provavelmente, no espaço interestelar.
Fonte: Nature

A diversidade dos asteroides

Observações do telescópio Spitzer, da NASA (agência espacial americana), indicam que a diversidade na composição e cores de asteroides é maior do que se pensava. Foram observados 100 asteróides próximos à Terra e o estudo encontrou desde asteroides escuros até outros muito claros e luminosos.
asteroide Eros
© NASA (asteroide Eros)
O estudo colabora com os cientistas no entendimento de objetos que rondam a Terra em geral. "Os asteróides estão nos ensinando de que local do universo eles vieram", disse David Trilling, autor do artigo sobre a pesquisa e professor na Universidade do Norte do Arizona, nos Estados Unidos, em declaração divulgada pela NASA.
Depois de quase seis anos de operação no espaço, em 2009 o Spitzer esgotou o líquido usado para resfriar seus detectores de luz infravermelha. Com isso, o telescópio entrou na chamada "fase quente" de sua missão, embora sua temperatura ainda seja de 30 Kelvin, ou cerca de -243ºC.
Uma das metas da desta fase é inspecionar aproximadamente 700 objetos próximos da Terra, catalogando as características de cada um. Observando em infravermelho, o Spitzer complementa os dados obtidos com base em luz visível.
Por exemplo, luz visível não permite distinguir asteroides grandes e escuros de outros que sejam pequenos  e brilhantes, já que os dois tipos refletem a mesma quantia de luz. Os dados sobre infravermelho permitem ler a temperatura do objeto, o que ajuda a determinar detalhes sobre os asteroides.
Os dados obtidos até agora mostram que alguns dos menores objetos têm uma capacidade surpreendentemente alta de refletir luz. Como os asteroides tendem a escurecer com o tempo, a presença de superfícies brilhantes pode ser um sinal de relativa juventude.
A grande diversidade de características pode ainda indicar uma diversidade de origens. Alguns podem ter vindo do cinturão de rochas que existe entre Marte e Júpiter e outros, de regiões ainda mais distantes.
Há, atualmente, por volta de 7 mil asteroides próximos à Terra.
Fonte: Astronomical Journal

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Telescópio descobre estrela produzindo água

O telescópio Herschel, da Agência Espacial Européia (ESA, na sigla em inglês), captou imagem da estrela IRC+10216 produzindo água enquanto morria. De acordo com a agência, as luzes ultravioletas, então, seriam a chave para produção de água no espaço, já que o vapor que envolvia a estrela estava muito quente para surgir de outra maneira.
estrela IRC 10216
© ESA (estrela IRC+10216)
Os cientistas vêm pesquisando este caso desde 2001. A IRC+10216 é milhares de vezes maior que o Sol. Caso substituísse o Sol em nossa galáxia, alcançaria a órbita de Marte. Ela é cercada por uma densa camada de poeira em que apenas radiação infravermelha pode penetrar. Assim, a radiação é utilizada na observação de regiões de formação de estrelas, centro de galáxias e sistemas planetários. Utilizando este método, o telescópio pôde captar a imagem da produção de água.
O observatório utilizou-se de dois instrumentos para captação da foto: PACS e SPIRE. O azul na foto representa a imagem do PACS 160, o verde representa a do SPIRE 250 e o vermelho é a imagem do SPIRE 350.
Fonte: ESA

Dunas perto do polo norte de Marte

Perto do polo norte de Marte, a paisagem é dominada por dunas de areia que formam um "mar", muito parecido com partes do deserto do Saara. Em partes desse mar, a areia é tão abundante que cobre toda a superfície.
dunas da região norte de Marte
© NASA (dunas da região norte de Marte)
A imagem que registra uma área próxima à beira da região, há menos do material e as dunas se veem separadas por solo de cor mais clara.
Muitas dunas de Marte têm uma forma simples de lua crescente, chamada barchan. Uma projeção longa, orientada a 90º em relação à direção do vento, é chamada de duna transversa.
Na imagem, muitas dunas são semelhantes a barchans, mas elas parecem ter se fundido e se deformado em projeções mais alongadas e retilíneas, além de outras formas complexas. Isso sugere uma interação complexa com os ventos.
A imagem foi produzida pela câmera de alta resolução HiRise, a bordo da sonda MRO, que se encontra em órbita do planeta vermelho desde 2006.
Fonte: NASA

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Imagem de galáxia que expele "super-ventos"

A galáxia NGC 4666 teve imagem divulgada nesta quarta pelo ESO (Observatório Espacial Europeu). O telescópio MPG/ESO, localizado no Observatório de La Silla, no Chile, foi quem captou a foto. A NGC 4666 tem formação estelar intensa e seus gases formam "super-ventos".
NGC 4666
© ESO (galáxia NGC 4666)
Esta imagem será utilizada para estudo de outros objetos detectados anteriormente em observações de raios X. Não é a primeira vez que esta galáxia foi visualizada: o telescópio da ESA XMM-Newton já havia captado imagens dela anteriormente.
Localiza-se a aproximadamente 80 milhões de anos-luz da Terra. Sua forte formação de estrelas, acredita-se, é causada por interações gravitacionais entre ela e suas galáxias vizinhas. Incluídas nestas está a NGC 4668, que pode ser vista no canto esquerdo inferior da imagem.
Já os "super-ventos" são causados por combinações de explosões de supernovas e ventos ocasionados por estrelas de grande massa. Essas combinações lançam jatos de gás da galáxia para o espaço. Os "super-ventos" são de grande dimensão, se originam na região central da galáxia e estendem-se por milhares de anos-luz. Seus gases são quentes, o que causa a emissão de radiação em raios X e rádio, o que impede sua observação em fotos.
Fonte: ESO

A Terra e a Lua vistas de Mercúrio

Como a Terra e a Lua são vistas do planeta Mercúrio?
Terra e Lua vistas da sonda Messenger
© NASA (Terra e Lua vistas da sonda Messenger)
A sonda Messenger, lançada pela NASA em 2004, captou a imagem da Terra com a Lua ao seu redor, à aproximadamente três meses atrás, durante sua incursão ao planeta Mercúrio. A sonda Messenger está programada para entrar em órbita ao redor do planeta mais íntimo do Sol em março de 2011.
Através do planeta Mercúrio, a Terra e a Lua se aparecerão sempre como círculos pequenos, iluminados pela luz solar refletida em suas superfícies, e nunca mostrarão uma fase crescente.
Fonte: NASA e Cosmo Novas

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Detectado potássio na atmosfera de planetas

Duas equipes de astrônomos, da Universidade da Flórida (EUA) e da Universidade de Exeter (Reino Unido), informam ter encontrado sinais do elemento químico potássio na atmosfera de dois planetas de fora do Sistema Solar, HD 80606 b, a 190 anos-luz, e XO-2b, a 485 anos-luz.
O Gran Telescópio Canárias
© Miguel Briganti (O Gran Telescópio Canárias)
Ambos os planetas são gigantes gasosos e têm temperaturas extremamente altas, de 1.200º C e 926º C, respectivamente. Esse calor é suficiente para vaporizar o potássio, que na Terra é um metal prateado que se oxida rapidamente e reage de forma violenta com a água. Íons de potássio são fundamentais para a vida na Terra.
Modelos teóricos já previam a presença de potássio vaporizado na atmosfera de gigantes gasosos extremamente quentes, mas os dois trabalhos divulgados representam a primeira confirmação prática da previsão.
O pesquisador David Sing, da Universidade de Exeter, que lidera o grupo britânico, disse que a descoberta "vem em apoio a muitas teorias sobre os planetas desse tipo". Ele destacou ainda, que a detecção foi feita com o uso de uma nova técnica que poderá ajudar na compreensão e caracterização de outros planetas.
Segundo Eric Ford, da Universidade da Flórida, a técnica, chamada espectrometria de banda estreita de trânsito, "abre as portas" para a comparação da abundância de átomos e moléculas na atmosfera de diversos planetas.
Essa espectrometria funciona com a medição da luz que passou através das camadas superiores da atmosfera de um planeta, e o uso de equipamentos especialmente sensíveis para analisar os dados.
Ambos os estudos foram realizados com o uso do Gran Telescópio Canárias, localizado no pico de la palma, nas Ilhas Canárias. 
"Essa técnica só funciona para planetas que passam na frente de suas estrelas, como vistas da Terra", disse Ford, destacando ainda que, dos quase 500 planetas já descobertos, poucos são os que cumprem esse requisito e, menos ainda, os que orbitam estrelas brilhantes o suficiente para permitir observações com precisão.
Fonte: Universidade da Flórida

Colisão entre agrupamentos de galáxias

O Observatório Chandra, da Universidade de Harvard e da Nasa, nos Estados Unidos, divulgou imagem de uma colisão entre agrupamentos de galáxias menores ocorrida no agrupamento de galáxias Abell 1758, localizada a 3,2 bilhões de anos-luz da Terra.
 colisão de galáxias
© Chandra (colisão entre agrupamentos de galáxias)
Em azul, dados do Chandra mostram gás quente no agrupamento e, em rosa, dados do Telescópio Gigante de Ondas Métricas (GMRT, na sigla em inglês), na Índia, halo gerado por partículas e campos magnéticos em alta escala.
O estudo deste agrupamento e de 31 outros com utilização do Chandra e do GRMT mostram que ondas magnéticas são geradas durante colisões entre galáxias agrupadas. Isso significa que galáxias que não emitem essas ondas não acumulam grande quantidade de material, diferentemente aos agrupamentos que as emitem. Também significa que elétrons são acelerados pela turbulência gerada pela fusão de galáxias.
Agrupamentos de galáxias são as maiores estruturas do Universo que são conectadas por gravidade. São formadas quando pequenos grupos de galáxias ou agrupamentos menores se colidem e se fundem. Colisões de agrupamentos são consideradas os acontecimentos mais energéticos no Universo desde o Big Bang.
Fonte: NASA

sábado, 28 de agosto de 2010

Dois dos objetos mais escuros do Universo podem gerar "luz invisível"

Dois dos objetos mais escuros no Universo podem estar produzindo luz invisível (radiação). Quando jatos liberados pelo buraco negro supermaciço existente no centro de uma galáxia colidem com matéria escura, eles podem produzir raios gama detectáveis na Terra, evidência indireta da existência da tão falada matéria escura.
a galáxia Centaurus A de onde são enviados raios gama resultantes da fusão entre elétrons e matéria escura
© NASA (galáxia Centauro A)
Os jatos de partículas são liberados de buracos negros a velocidades próximas a da luz. Eles estariam relacionados a pedaços de matéria escura que teriam caído no buraco negro.
O pesquisador Stefano Profumo, da Universidade da Califórnia, em Santa Cruz, e sua equipe calcularam como elétrons em um desses jatos interagiriam com a matéria escura circundante.
Eles focaram especificamente nos tipos de partículas de matéria escura previstas por duas grandes teorias: a superssimetria, que propõe que cada partícula ordinária possui um parceiro, e outra teoria que assume a existência de uma quarta dimensão no Universo.
A equipe descobriu que, em vez de simplesmente se chocarem, alguns dos elétrons e das partículas de matéria escura poderiam se fundir, transformando-se em uma única versão superssimétrica ou quadridimensional do elétron. Essa partícula seria pesada; a maioria da energia cinética do elétron (energia de movimento) seria usada na criação da nova partícula. Consequentemente, essa partícula ficaria quase parada.
Se a partícula decaísse de volta para a forma de um elétron e de uma partícula de matéria escura, o elétron liberaria raios gama. Ao contrário de uma partícula que se move rapidamente, como as dos jatos, essa partícula quase parada emitiria raios gama que poderiam viajar em qualquer direção. Isso potencialmente as tornaria mais fáceis de distinguir da montanha de fótons presentes no jato, diz o colaborador Mikhail Gorshteyn, da Universidade de Indiana, em Bloomington.
A ideia de que partículas de um buraco negro poderiam interagir com matéria escura para produzir raios gama já havia sido proposta, mas o estudo anterior sugeria que os raios seriam muito fracos para serem detectados na Terra.
Profumo e sua equipe, no entanto, descobriu que numa faixa estreita de energia dos elétrons, quase todos os elétrons colidindo com matéria escura irão se converter em uma versão superssimétrica ou quadridimensional. Esse efeito de "ressonância" produziria raios gama que poderiam ser detectados por telescópios orbitais, como o Telescópio Espacial Fermi, da Nasa (agência espacial americana).
A equipe calcula que o efeito poderia explicar as frequências de raios gama medidas pelo telescópio Fermi oriundas do buraco negro no centro da galáxia Centaurus A. Mas o espectro de frequência de raios gama de outra galáxia, Messier 87, não bate com seus cálculos. A massa do buraco negro central e raio de Schwarzschild na M87 é aproximadamente 100 vezes maior que a da Centaurus A.
"É preciso considerar esses resultados como muito prematuros", diz Lars Bergstrom, da Universidade de Estocolmo, na Suécia. Contudo, ele acrescenta que diferenças na distribuição da matéria escura nas duas galáxias pode explicar a discrepância.
Fonte: New Scientist

Nova imagem de cratera misteriosa de Marte

Orcus Patera é uma enigmática depressão de forma elíptica perto do equador de Marte, no hemisfério oriental do planeta, entre os vulcões Elysium e Olympus. Sua origem continua a ser um mistério. Uma nova imagem da estrutura foi divulgada apela Agência Espacial Europeia (ESA).
cratera Orcus Patera em Marte
© ESA (cratera Orcus Patera em Marte)
A depressão tem 380 km por 140 km, e uma borda que se eleva a até 1.800 metros sobre o terreno circundante. Seu fundo tem uma depressão que vai de 400 metros e 600 metros.
O termo "patera" é usado para crateras vulcânicas profundas e irregulares, mas não se sabe se Orcus realmente foi criada por um vulcão.
Entre as origens possíveis mencionadas na nota divulgada pela ESA, está a do impacto de um corpo vindo do espaço, que teria deixado uma cratera circular, posteriormente deformada por forças de compressão.
Uma alternativa seria a fusão de diferentes crateras de impacto, causada pela erosão do terreno entre elas.
A agência europeia considera como mais provável a hipótese de um impacto oblíquo, no qual um astro pequeno teria atingido a superfície num ângulo raso, muito próximo da horizontal.
Fonte: ESA

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Estrela revela ter ciclo semelhante ao do Sol

Cientistas observaram, em uma estrela distante, um ciclo magnético semelhante ao ciclo de 11 anos na atividade do Sol. O trabalho foi realizado por uma equipe internacional de cientistas usando o satélite francês Corot.
estrela V838 Monocerotis
© NASA (estrela V838 Monocerotis)
Os pesquisadores estudaram a estrela HD49933, localizada a 100 anos-luz na constelação de Monoceros, o Unicórnio. A equipe analisou o astro usando uma técnica chamada "sismologia estelar" e detectou a assinatura de manchas estelares, áreas de intensa atividade magnética, semelhantes às manchas solares.
Embora ciclos já tenham sido encontrados em outras estrelas, esta é a primeira vez em que eles são detectados por meio de sismologia estelar.
Essencialmente, a estrela soa como um sino. "À medida que ele a se move ao longo do ciclo de manchas, o tom e o volume do toque muda num padrão bem específico, subindo de tom e baixando o volume no pico do ciclo",disse um dos autores do estudo, Travis Metcalfe. A seguir um gráfico mostrando a evolução temporal da amplitude e da mudança de frequência realizada pela estrela HD49933.
gráfico da amplitude e frequência em função do tempo
© Science (evolução temporal da amplitude e frequência)
O estudo de um grande número de estrelas por meio da sismologia estelar pode ajudar cientistas a entender como os ciclos de atividade magnética diferem entre os astros, e os processos por trás desses ciclos. O trabalho pode lançar luz sobre os processos magnéticos do Sol, que afetam vários fenômenos terrestres, como o clima e as telecomunicações.
Fonte: Science

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Kepler descobre dois planetas em trânsito

A sonda Kepler, da NASA, descobriu o primeiro sistema planetário confirmado com dois planetas em trânsito, isto é, passando pela linha de visão entre a Terra e sua estrela.
planetas ao redor da estrela
© NASA (ilustração de dois planetas ao redor de uma estrela)
As assinaturas de trânsito de dois planetas distintos aparecem nos dados de uma estrela semelhante ao Sol e apelidada Kepler-9. Os planetas foram chamados Kepler-9b e Kepler-9c. A descoberta, segundo nota divulgada pela Nasa, incorpora sete meses de observações de mais de 156.000 estrelas, como parte de uma busca por planetas de tamanho próximo ao da Terra.
A câmera do Kepler mediu pequenos decréscimos no brilho da estrela, causados pela passagem dos planetas durante o trânsito. O tamanho dos mundos pode ser estimado a partir dessa redução de brilho. A distância entre planeta e estrela pode ser calculada pelo intervalo entre sucessivas reduções.
Os cientistas usaram o Observatório Keck, no Havaí, para refinar as estimativas de massa dos planetas. As observações mostram que Kepler-9b é o maior dos dois, embora ambos tenham massa comparável à de Saturno. Kepler-9b também é o mais próximo da estrela, completando uma órbita a cada 19 dias, enquanto Kepler-9c faz uma volta completa a cada 38 dias.
Além dos dois planetas confirmados, os cientistas da missão Kepler também, identificaram o que parece ser um terceiro mundo, com uma assinatura de trânsito muito reduzida, consistente com um planeta com 1,5 raio terrestre numa órbita extremamente próxima à estrela, de menos de dois dias. De acordo com a Nasa , mais estudos serão necessários antes que esse possível terceiro planeta possa ser confirmado.
Fonte: Science

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Colisões de galáxias criaram primeiros buracos negros do Universo

Astrônomos acreditam ter descoberto a origem dos primeiros buracos negros supermassivos do Universo, que se formaram há cerca de 13 bilhões de anos. A descoberta, realizada por meio de simulações de computador pode vir a preencher uma lacuna da história primordial do Universo.
tempo de evolução do disco de gás nuclear
© Nature (tempo de evolução do disco de gás nuclear)
A imagem acime mostra o tempo de evolução do disco de gás nuclear.
A equipe do astrônomo Stelios Kazantzidis, da Universidade Estadual de Ohio, simulou condições que poderiam ter produzido buracos negros gigantes apenas 1 bilhão de anos após o Big Bang. Esse período é consistente com as observações das primeiras grandes galáxias conhecidas.
Durante décadas, cientistas acreditaram que as galáxias haviam evoluído hierarquicamente, isto é, com pequenos aglomerados de matéria crescendo gradualmente até atingir proporções galácticas.
A seguir um gráfico mostra a evolução da distribuição de massa da região do núcleo.
evolução da distribuição de massa da região do núcleo
© Nature (evolução da distribuição de massa da região do núcleo)
A simulação de Kazantzidis indica que o processo foi muito mais abrupto. "Junto com resultados anteriores, nosso trabalho mostra que grandes estruturas, tanto galáxias quanto buracos negros, cresceram rapidamente. Isso contraria a formação hierárquica", disse o pesquisador.
O aparente paradoxo se resolve com a percepção de que a matéria escura, um conjunto misterioso de partículas que não interage com a luz e que responderia pela maior parte da atração gravitacional no Universo, cresce de modo hierárquico, mas a matéria comum, não.
"A matéria normal que compõe as galáxias visíveis e os buracos negros supermassivos entra em colapso de modo mais eficiente, dando origem à formação anti-hierárquica".
Os cientistas iniciaram as simulações com duas galáxias primordiais gigantes, feitas de estrelas do tipo que existia no início do Universo. Os astrônomos acreditam que, naquela época, todas as estrelas tinham muito mais massa que as atuais: até 300 vezes a massa do Sol.
Em seguida, foram simuladas fusões e colisões galácticas, com o uso de supercomputadores. Os pesquisadores foram capazes de obter uma resolução de menos de 1 ano-luz, mostrando o que ocorre no núcleo das galáxias durante a fusão.
Duas coisas aconteceram: primeiro, gás e poeira no centro das galáxias se condensa, formando um disco denso. Em seguida o disco torna-se instável, o gás e a poeira contraem-se novamente, dando origem a um disco ainda mais denso, que por fim origina um buraco negro gigante.
Segundo Kazantzidis, esse resultado indica que a ideia de que as galáxias e seus buracos negros centrais crescem juntos pode estar errada: na simulação, o buraco negro cresce muito mais depressa e acaba dominando a galáxia. "Pode ser que a galáxia seja controlada pelo crescimento do buraco negro", disse.
Fonte: Nature

Luz do Sol cria e separa pares de asteroides

A luz do Sol faz com que asteroides se dividam em dois e depois se separem.
separação de par de asteroides
© NASA (separação de par de asteroides)
"Isto mostra que os asteroides não são corpos inertes, mortos e desinteressantes", disse um dos autores do estudo, Franck Marchis, da Universidade da Califórnia e da Busca por inteligência Extraterrestre (Seti). "De fato, os pequenos asteroides evoluem lentamente em binários e, por fim, em binários divorciados".
Marchis e o colega Brent Macomber analisaram dois pares de binários separados, pares de asteroides que não mantêm mais ligação gravitacional entre si. A seguir gráfico do período de rotação em relação à massa do par de asteroides.
gráfico período de rotação x massa do par de asteroides
© Nature (gráfico do período de rotação x massa)
O trabalho de ambos contribuiu para análise, realizada por astrônomos na República Checa, da evolução de 35 pares de binários divorciados. O líder do grupo,  Petr Pravec, de 25 coautores publicaram o resultado, mostrando que todos os pares têm massa e velocidade relativa similares, o que sugere uma origem comum.
Do total estimado em 1 milhão de asteroides com 1 km ou mais de diâmetro que orbita o Sol, muitos parecem ser "pilhas de entulho", aglomerados de rochas menores unidos pela gravidade. Pesquisas prévias mostraram que resíduos com menos de 10 km de diâmetro podem ter a rotação acelerada pelo chamado Efeito Yorp (de Yarkovsky-O'Keefe-Radzievskii-Paddack), um desequilíbrio no qual a diferença entre a luz absorvida por um lado de um asteroide e o calor irradiado pelo outro faz o astro girar.
O processo, que ocorre ao longo de milhões de anos, foi comparado a uma versão em câmera lenta da forma como um moinho de vento reage à passagem do ar.
À medida que o asteroide acelera na rotação, seu equador incha e as rochas no limite extremo acabam atingindo velocidade de escape e se desconectam. Essas rochas desconectadas se unem numa pequena lua e, ao longo de milhões de anos, asteroide e lua se separam.
Fonte: Nature

Observatório registra mancha solar maior que a Terra

As manchas solares são regiões com poderosos campos magnéticos emanados pelo Sol. Aparecem escuras por causa da diferença de temperatura com as regiões ao seu redor. Além disso, costumam desaparecer após alguns dias.
mancha solar
 © Observatório Big Bear (mancha solar)
O Observatório Big Bear, na Califórnia, Estados Unidos, divulgou a mais detalhada imagem já registrada de uma mancha solar em luz visível. A mancha tem cerca de 13 mil km de diâmetro (maior do que a Terra) e uma temperatura de 3,6 mil °C, muito mais baixa que as regiões ao redor, com 5,8 mil °C.
As formas irregulares ao redor da mancha são conhecidas como granulações e são formadas por gases quentes que são ejetados do Sol, cada uma com 1 mil km de comprimento. A imagem foi registrada pelo Novo Telescópio Solar, o qual utiliza lentes adaptativas, que corrigem distorções da atmosfera.
As estruturas magnéticas, como as manchas solares, são importantes para entendermos melhor a "meteorologia espacial", que se origina no Sol e tem influência direta na Terra. As tempestades solares, por exemplo, podem prejudicar a distribuição de energia e a comunicação, destruir satélites e até expor aviões à radiação.
Fonte: Observatório Big Bear

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Núcleo do aglomerado M 71 é fotografado

O Telescópio Espacial Hubble produziu uma imagem do centro do aglomerado globular Messier 71, uma enorme bola de antigas estrelas na borda da Via-Láctea, a cerca de 13.000 anos-luz da Terra. O aglomerado todo tem 27 anos-luz de diâmetro.
M 71
© NASA/ESA (aglomerado globular M 71)
Os aglomerados globulares são formados por um conjunto de estrelas que existem no limiar de galáxias. Esses aglomerados são fortemente unidos pela gravidade, o que lhes dá a forma esférica.
Sabe-se da existência de 150 desses aglomerados ao redor da Via-Láctea, cada um deles contendo centenas de milhares de estrelas. Messier 71 é conhecido há tempos, tendo sido observado pela primeira vez no século 18, pelo astrônomo suíço Jean-Philippe de Cheseaux.
Apesar de ser um objeto familiar, a natureza exata de Messier 71 era um  mistério até pouco tempo atrás. Seria ele um aglomerado aberto, um grupo de estrelas sem muita ligação umas com as outras?
Esta era a interpretação dominante até os anos 70, quando astrônomos passaram a encará-lo como um aglomerado globular, ainda que  excepcionalmente disperso.
As estrelas de Messier 71 são relativamente antigas, tendo de 9 bilhões a 10 bilhões de anos.
Fonte: NASA e ESA

Descoberto o mais rico sistema planetário

Astrônomos descobriram o sistema planetário mais rico fora do Sistema Solar já registrado. São pelo menos cinco planetas orbitando a estrela HD 10180, do mesmo tipo que o Sol, sendo que há evidências da existência de mais dois, o que tornaria o sistema muito parecido com o nosso, com apenas um planeta a menos. As informações são do ESO (Observatório Europeu do Sul).
sistema planetário ao redor da estrela HD 10180
© ESO (ilustração do sistema planetário ao redor de estrela)
O grupo de cientistas ainda descobriu mais uma semelhança com o Sistema Solar, a distância dos planetas para HD 10180 segue um padrão regular, assim como os nossos para com o Sol. "Descobrimos o que parece ser o sistema com mais planetas encontrado até agora", diz Christophe Lovis, autor principal do artigo científico que apresenta os resultados.
"Esta descoberta extraordinária também enfatiza o fato de estarmos entrando numa nova era da investigação de exoplanetas: o estudo de sistemas planetários complexos e não apenas de planetas individuais. Estudos dos movimentos planetários no novo sistema revelam interações gravitacionais complexas entre os planetas e dão informações sobre a evolução do sistema a longo prazo", diz o pesquisador.
O estudo do sistema durou seis anos e utilizou o espectrógrafo HARPS, do telescópio de 3,6 metros do ESO, em La Silla, no Chile. Os registros de 190 medições possibilitaram a observação de minúsculos movimentos na estrela, para a frente e para trás, causados pelas interações pelos planetas. Os cincos sinais mais fortes vinham de corpos com a massa do tipo de Netuno, entre 13 e 25 vezes a massa da Terra, e com órbitas que duram entre seis e 600 dias terrestres.
A distância desses planetas até sua estrela fica entre 0,06 e 1,4 vezes a distância da Terra ao Sol. A HD 10180 está situado a 127 anos-luz na constelação de Hidra.
"Temos também boas razões para acreditar que mais dois planetas estejam presentes", diz Lovis. "Um será do tipo de Saturno (com uma massa mínima de 65 massas terrestres) com órbita de 2.200 dias. O outro será o exoplaneta de menor massa descoberto até agora, com uma massa de cerca de 1,4 vezes a massa da Terra. Encontra-se muito próximo da estrela hospedeira, a apenas 2% da distância Terra-Sol. Um ano neste planeta durará somente 1,18 dias terrestres", diz o astrônomo.
"Este objeto origina uma oscilação na estrela de apenas 3 km/h, mais devagar que a velocidade do simples movimento de andar a pé, e este movimento é bastante difícil de medir", diz o membro da equipe Damien Ségransan. Se confirmado, este corpo poderá ser outro exemplo de um planeta quente rochoso, semelhante a Corot-7b.
Apesar das semelhanças com o Sistema Solar, o sistema de HD 10180 é único em vários aspectos, como, por exemplo, o fato de ter cinco planetas do mesmo tipo que Netuno localizados em uma órbita parecida com a de Marte. Além disso, ele é mais povoado que o nosso sistema na sua região interior, com mais planetas e estes sendo de grande massa. Além disso, as órbitas desses corpos parecem ser praticamente circulares.
Já foram descobertos, até agora, 15 sistemas com pelo menos três planetas, sendo 55 Cancri o mais rico até então, com cinco planetas, sendo dois gigantes. "Sistemas com planetas de pequena massa como o que se encontra em torno de HD 10180, parecem ser muito comuns, mas a sua história de formação permanece um mistério", diz Lovis.
O ESO destaca duas importantes descobertas feitas por esse estudo. Primeiro, os astrônomos encontraram um equivalente da lei de Titius-Bode existente no nosso sistema solar, que diz que as distâncias dos planetas às suas estrelas seguem um padrão regular, "o que pode ser uma assinatura do processo de formação destes sistemas planetários", diz o membro da equipe Michel Mayor.
Além disso, os astrônomos afirmam ter descoberto a existência de uma relação entre a massa de um sistema planetário e a massa e a composição química de sua estrela. Eles chegaram a essa conclusão após observações anteriores indicarem que sistemas planetários de grande massa são encontrados em torno de estrelas de grande massa e ricas em metais, enquanto que os sistemas de menor massa ficam em torno de estrelas de menor massa e pobres em metais, o que confirma os modelos teóricos mais aceitos atualmente.
Fonte: ESO

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Achado restos de colisão de planetas

Astrônomos observaram com o telescópio espacial Spitzer inesperados discos de poeira em um sistema estelar duplo maduro. Os cientistas, após analisarem os dados, acreditam que a poeira, que não deveria estar lá, pode ter sido resultado de colisões entre planetas.
colisão de planetas
© NASA (concepção artística da colisão de planetas em RS CVns)
"Isto é ficção científica na vida real", diz o pesquisador Jeremy Drake, do Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian. "Nossos dados dizem que os planetas neste sistema talvez não tenham tido muita sorte - colisões podem ter sido comuns. É teoricamente possível que planetas habitáveis tenham existido ao redor desse tipo de estrelas, se isso aconteceu para alguma vida lá, ela pode ter sido condenada".
Segundo a administração do Spitzer (da Nasa e do Instituto de Tecnologia da Califórnia), os cientistas observaram o par de estrelas RS Canum Venaticorums. Curiosamente, as duas estrelas são separadas "apenas" por 3,2 milhões de km, o equivalente a 2% da distância da Terra até o Sol. Os dois astros terminam sua órbita ao redor um do outro em poucos dias.
O tamanho de cada uma das estrelas é similar ao do Sol e sua idade é de provavelmente 1 bilhão ou poucos bilhões de anos, apesar de não ser um cálculo muito preciso, indica que elas teriam a idade aproximada da nossa estrela quando a vida surgiu na Terra. Contudo, esses dois astros orbitam muito rapidamente, o que gera campos magnéticos gigantescos e ventos estelares muito poderosos.
Esses ventos, segundos os astrônomos, mantêm as estrelas próximas. Como essa proximidade, a influência gravitacional está em constante mudança e isso pode causar distúrbios nos planetas, que podem acabar sendo "expulsos" do sistema ou colidindo uns contra os outros. Os distúrbios podem ter ocorrido inclusive na zona habitável do sistema, onde as temperaturas podem permitir a existência de água no estado líquido.
Segundo os astrônomos, a poeira nesse tipo de sistema é dissipada pelas próprias estrelas em seu estágio maduro. Os cientistas acreditam que algo deve ter sido responsável pelo aparecimento da poeira do sistema. Além disso, o fato de quatro discos de poeira terem sido encontrados indicam que algo muito caótico ocorreu, ou ainda está acontecendo em RS Canum Venaticorums, como a colisão de planetas.
Fonte: Astrophysical Journal Letters