Os planetas formam-se a partir de discos de matéria em torno de estrelas jovens, mas a transição de disco de poeira para sistema planetário é rápida, o que faz com que poucos objetos sejam observados durante essa fase.
© ESO (ilustração do disco em torno da estrela T Cha)
Um destes objetos é T Chamaeleontis (T Cha), uma estrela T Tauri de baixa luminosidade situada na pequena constelação austral do Camaleão que, embora comparável ao Sol, se encontra ainda no início da sua vida. A estrela T Cha situa-se a cerca de 330 anos-luz de distância e tem apenas sete milhões de anos de idade. Até agora nunca foram encontrados planetas em formação nestes discos em transição, embora já tenham sido vistos planetas em discos mais maduros.
“Estudos anteriores mostraram que T Cha é excelente para estudar a formação de sistemas planetários”, diz Johan Olofsson do Instituto Max Planck para a Astronomia em Heidelberg na Alemanha, autor principal de um dos dois artigos científicos que descrevem este novo trabalho, publicados na revista da especialidade Astronomy & Astrophysics. Mas esta estrela encontra-se muito distante da Terra e por isso é necessário toda a capacidade do interferômetro do Very Large Telescope (VLTI) para possibilitar a observação de pequenos detalhes do disco de poeira.
Numa primeira fase os astrônomos observaram T Cha com o instrumento AMBER (Astronomical Multi-BEam combineR) e o interferômetro do VLT (VLTI), para combinarem a radiação coletada pelos quatro telescópios de 8,2 metros que compõem o VLT, criando assim um “telescópio virtual” de 130 metros de diâmetro. Descobriram que uma parte do material do disco formou um anel de poeira fino a apenas 20 milhões de quilômetros da estrela. Para além deste disco interior encontraram uma região desprovida de poeiras que se estende até cerca de 1,1 bilhões de quilômetros da estrela, distância a partir da qual começa o disco de poeira exterior.
É possível a existência de uma companheira realizando a limpeza do espaço no interior do seu disco protoplanetário?
No entanto, encontrar uma companheira de fraca luminosidade tão perto de uma estrela brilhante é um tremendo desafio e a equipe teve necessidade de utilizar o instrumento NACO (NAOS-CONICA), que é um instrumento de óptica adaptativa montado no VLT, aplicando um novo e poderoso método chamado “sparse aperture masking”, para procurar o objeto companheiro. Este é um tipo de interferômetro que, em vez de combinar a radiação de diversos telescópios como é o caso do VLTI, utiliza diferentes partes do espelho de um único telescópio. Esta nova técnica é particularmente adequada para procurar objetos de fraca luminosidade muito próximo de objetos brilhantes.
“Estudos anteriores mostraram que T Cha é excelente para estudar a formação de sistemas planetários”, diz Johan Olofsson do Instituto Max Planck para a Astronomia em Heidelberg na Alemanha, autor principal de um dos dois artigos científicos que descrevem este novo trabalho, publicados na revista da especialidade Astronomy & Astrophysics. Mas esta estrela encontra-se muito distante da Terra e por isso é necessário toda a capacidade do interferômetro do Very Large Telescope (VLTI) para possibilitar a observação de pequenos detalhes do disco de poeira.
Numa primeira fase os astrônomos observaram T Cha com o instrumento AMBER (Astronomical Multi-BEam combineR) e o interferômetro do VLT (VLTI), para combinarem a radiação coletada pelos quatro telescópios de 8,2 metros que compõem o VLT, criando assim um “telescópio virtual” de 130 metros de diâmetro. Descobriram que uma parte do material do disco formou um anel de poeira fino a apenas 20 milhões de quilômetros da estrela. Para além deste disco interior encontraram uma região desprovida de poeiras que se estende até cerca de 1,1 bilhões de quilômetros da estrela, distância a partir da qual começa o disco de poeira exterior.
É possível a existência de uma companheira realizando a limpeza do espaço no interior do seu disco protoplanetário?
No entanto, encontrar uma companheira de fraca luminosidade tão perto de uma estrela brilhante é um tremendo desafio e a equipe teve necessidade de utilizar o instrumento NACO (NAOS-CONICA), que é um instrumento de óptica adaptativa montado no VLT, aplicando um novo e poderoso método chamado “sparse aperture masking”, para procurar o objeto companheiro. Este é um tipo de interferômetro que, em vez de combinar a radiação de diversos telescópios como é o caso do VLTI, utiliza diferentes partes do espelho de um único telescópio. Esta nova técnica é particularmente adequada para procurar objetos de fraca luminosidade muito próximo de objetos brilhantes.
Depois de uma análise cuidadosa, a equipe encontrou a assinatura clara de um objeto situado no interior do espaço vazio do disco de poeira, a cerca de um bilhão de quilômetros de distância da estrela - ligeiramente mais afastado do que Júpiter se encontra do Sol - e próximo da fronteira exterior da zona vazia. Esta é a primeira detecção de um objeto muito mais pequeno do que uma estrela no interior de um espaço vazio num disco de poeira a formar planetas em torno de uma estrela jovem. Indícios sugerem que este objeto não é uma estrela normal, mas poderá ser uma anã castanha rodeada de poeira ou um planeta recém formado. As anãs castanhas são objetos situados entre as estrelas e os planetas em termos de tamanho. Não possuem massa suficiente para poderem queimar hidrogênio nos seus centros mas são maiores que os planetas gigantes do tipo de Júpiter.
Observações futuras permitirão descobrir mais sobre a companheira e compreender qual o mecanismo que origina o disco de poeira interior.
Fonte: ESO e Astronomy & Astrophysics
Observações futuras permitirão descobrir mais sobre a companheira e compreender qual o mecanismo que origina o disco de poeira interior.
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