Uma equipe internacional de pesquisadores liderados por Pieter van Dokkum na Universidade de Yale usaram o Observatório W. M. Keck para confirmar a existência da classe mais difusa das galáxias conhecidas no Universo.
© P. van Dokkum/R. Abraham/J. Brodie (Dragonfly 44)
Essas galáxias mais difusas são quase tão largas como a nossa Via Láctea, com cerca de 6.000 anos-luz, embora abriguem somente um por cento da quantidade de estrelas.
“Se a Via Láctea é um mar de estrelas, então essas galáxias recentemente descobertas são como filamentos de nuvens”, disse van Dokkum. “Nós estamos começando a formar algumas ideias sobre como elas nasceram e é impressionante como elas sobreviveram. Elas são encontradas numa região densa e violenta do espaço preenchido com matéria escura e com galáxias ao redor, pois elas precisam estar imersas nos seus próprios escudos de matéria escura que as protegem do conturbado ambiente intergaláctico”.
A equipe fez a última descoberta combinando os resultados de um dos menores telescópios do mundo bem como com um dos maiores telescópios na Terra. O Dragonfly Telephoto Array usou avançadas lentes teleobjetivas de câmeras de 14 cm para produzir imagens digitais dos objetos bem apagados e difusos. O telescópio de 10 m Keck I com o seu Low Resolution Imaging Spectrograph separou a luz de um dos objetos em cores de onde se pôde extrair sua composição e sua distância.
Encontrar a distância foi uma evidência fundamental. Os dados do observatório Keck mostraram que as “bolhas” difusas eram muito grandes e estavam muito distantes, a cerca de 300 milhões de anos-luz de distância. As bolhas podem agora serem chamadas de Galáxias Ultra Difusas (UDGs).
“Se existir algum alienígena morando num planeta numa galáxia ultra difusa, ele não teria uma faixa de luz através do céu, como a nossa Via Láctea, informando a eles que vivem numa galáxia. O céu noturno seria muito mais vazio, com bem menos estrelas”, disse Aaron Romanowsky, um membro da equipe da Universidade Estadual de San Jose.
As UDGs foram encontradas numa área do céu chamada de Aglomerado da Coma, onde milhares de galáxias são mantidas unidas numa dança gravitacional mútua. “Nossos objetos difusos adicionam mais um componente à grande diversidade de galáxias que eram previamente conhecidas, indo desde as gigantescas elípticas, até as galáxias anãs ultra compactas”, disse o professor Jean Brodie da Universidade da Califórnia.
“O grande desafio agora é descobrir de onde esses objetos misteriosos vieram”, disse Roberto Abraham, da Universidade de Toronto. “Seriam elas galáxias que falharam, começaram bem e então esgotaram todo o seu gás? Seriam elas galáxias normais que se chocaram muito dentro do aglomerado da Coma e tornaram-se inchadas? Ou seriam elas pedaços de outras galáxias que se soltaram e depois se perderam pelo espaço?”
O próximo passo importante em entender as UDGs é determinar exatamente quanto de matéria escura elas possuem. Certamente fazer essas medições será algo muito mais desafiante do que o último trabalho realizado pela equipe de astrônomos.
As descobertas foram publicadas no Astrophysical Journal Letters.
Fonte: Astronomy Now
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