Uma equipe científica internacional liderada por pesquisadores do IAC (Instituto de Astrofísica das Canárias) descobriu a presença de dois planetas com massas semelhantes à da Terra em órbita da estrela GJ 1002, uma anã vermelha não muito longe do nosso Sistema Solar.
© IAC (dois exoplanetas em órbita da estrela GJ 1002)
Ambos os planetas situam-se na zona habitável da estrela. Com estes dois, conhecemos agora sete em sistemas planetários bastante próximos do Sol. Os exoplanetas recém-descobertos orbitam a estrela GJ 1002, que está a uma distância inferior a 16 anos-luz do Sistema Solar. Ambos têm massas semelhantes à da Terra e encontram-se na zona habitável.
O planeta GJ 1002b, o mais interior dos dois, demora pouco mais de 10 dias para completar uma órbita em torno da estrela, enquanto que GJ 1002c o faz em pouco mais de 21 dias. A GJ 1002 é uma estrela anã vermelha, com apenas um-oitavo da massa do Sol. É uma estrela bastante fria e tênue. Isto significa que a sua zona habitável se encontra muito perto da estrela. A proximidade da estrela ao nosso Sistema Solar implica que os dois planetas, especialmente GJ 1002c, são candidatos excelentes para a caracterização das suas atmosferas com base quer na sua luz refletida, quer na sua emissão térmica.
O futuro espectrógrafo ANDES, para o telescópio ELT (Extremely Large Telescope) do ESO, poderia estudar a presença de oxigênio na atmosfera de GJ 1002c. Além disso, ambos os planetas satisfazem as características necessárias para que sejam objetivos da futura missão LIFE, que se encontra atualmente em fase de estudo.
A descoberta foi feita durante uma colaboração entre os consórcios dos dois instrumentos ESPRESSO e CARMENES. A estrela GJ 1002 foi observada pelo CARMENES entre 2017 e 2019 e pelo ESPRESSO entre 2019 e 2021. Devido à sua baixa temperatura, a luz visível de GJ 1002 é demasiado fraca para medir as suas variações de velocidade com a maioria dos espectrógrafos. O CARMENES tem uma sensibilidade ao longo de uma vasta gama de comprimentos de onda no infravermelho próximo que é superior à de outros espectrógrafos com o objetivo de detectar variações nas velocidades das estrelas, o que lhes permitiu estudar GJ 1002 com o telescópio de 3,5 metros do observatório de Calar Alto. A combinação do ESPRESSO e do poder de recolhimento de luz dos telescópios de 8 metros do VLT (Very Large Telescope) no ESO permitiu medições com uma precisão de apenas 30 cm/s, não alcançáveis com qualquer outro instrumento no mundo.
O estudo foi aceito para publicação no periódico Astronomy & Astrophysics.
Fonte: Instituto de Astrofísica de Canarias
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