quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Estrelas duplas que estão prestes a explodir

Pesquisadores que rastreavam estrelas supervelozes que estão escapando da Via-Láctea anunciam que a busca também revelou uma dezena de sistemas de estrelas duplas, metade dos quais pode explodir como supernovas num futuro astronomicamente próximo.
estrelas duplas
© CfA (ilustração da transferência de massa em estrelas duplas)
Todas as estrelas binárias recém-descobertas consistem em pares de anãs brancas. Uma anã branca é o núcleo que resta depois que uma estrela semelhante ao Sol expele suas camadas externas e morre. Essas estrelas são muito densas, reunindo uma massa próxima à do Sol num volume comparável ao da Terra.
"Esses são sistemas bizarros: objetos do tamanho da Terra que orbitam um ao outro a uma distância menor que o raio do Sol", disse o astrônomo Warren Brown, principal autor dos dois artigos científicos que descrevem as descobertas, do Centro de Astrofísica Harvrad-Smithsonian.
As anãs brancas descobertas nessa pesquisa são leves em comparação com a média da categoria, contendo apenas cerca de 20% da massa do Sol. São feitas quase que inteiramente de hélio, ao contrários das anãs brancas normais, compostas de carbono e oxigênio. Essas estrelas estão em órbitas tão curtas que forças de maré causaram grandes perdas de massa
Ao orbitar tão perto uma da outra, as anãs brancas afetam o espaço-tempo, criando ondas gravitacionais. Essas ondas carregam a energia orbital para longe, fazendo com que os astros se aproximem cada vez mais. Metade dos sistemas acabará numa fusão do par de astros. Uma das duplas vai se fundir dentro de 100 milhões de anos.
Quando duas anãs brancas se fundem, a massa combinada pode causar a detonação de uma supernova Tipo Ia. A equipe de Brown sugere que os sistemas binários descobertos podem ser uma das fontes das chamadas supernovas subluminosas, um tipo raro de explosão estelar que tem apenas 1% da intensidade de uma supernova do Tipo Ia.
Fonte: Harvard-Smithsonian Center For Astrophysics

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Mineral extraterrestre vindo do asteroide Itokawa

A cápsula da sonda japonesa Hayabusa após retorno à Terra revelou através de miscroscópio eletrônico a existência de 1.500 partículas de poeira do asteroide Itokawa, a maioria medindo menos do que 10 micrômetros de diâmetro.
asteroide Itokawa
© JAXA (asteroide Itokawa)
A poeira no interior da cápsula pertence ao asteroide por causa da abundância relativa dos elementos químicos e dos minerais presentes nos grãos e da consistência dos dados coletados pelos outros instrumentos científicos a bordo da sonda Hayabusa.
cápsula da sonda Hayabusa
© JAXA (cápsula da sonda Hayabusa)
Alguns minerais, como olivina e plagioclásio, são comuns na superfície da Terra, mas também são encontrados em meteoritos. Porém, a troilita, um sulfeto de ferro, não existe na superfície da Terra. A imagem a seguir mostra a poeira analisada pelo microscópio eletrônico.
poeira analisada pelo microscópio eletrônico
© JAXA (poeira analisada pelo microscópio eletrônico)
A análise dos minúsculos resíduos de poeira do asteroide demanda anos de estudos, em busca de informações sobre a formação do Sistema Solar.
Fonte: Japan Aerospace Exploration Agency

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

A supernova SN 1979c parece ser um buraco negro em formação

Uma explosão estrelar vista há mais de 30 anos numa galáxia próxima parece ser na verdade um buraco negro recém-nascido.
M100 e SN1979c
© NASA (M100 e SN1979c)
Observações com raios-X sugerem que a supernova chamada SN 1979C é um buraco negro em formação, segundo uma equipe de astrônomos dos EUA e da Europa.
"Se nossa interpretação estiver correta, este é o exemplo mais próximo em que o nascimento de um buraco negro foi observado", disse Daniel Patnaude, do Centro Harvard-Smithsonian de Astrofísica, em Massachusetts, um dos coordenadores do estudo.
O astrônomo amador Gus Johnson viu a supernova em 1979, na beira de uma galáxia chamada M100, e os astrônomos a observam desde então. A luz e os raios-X desse colapso levaram 50 milhões de anos para viajar até a Terra à velocidade da luz. ou seja, a cerca de 10 trilhões de km por ano.
O Observatório de Raios-X Chandra, da Nasa, o XMM-Newton, da ESA (agência espacial europeia), e o observatório Rosat, da Alemanha, viram a supernova emitir uma fonte constante de raios-X brilhantes.
A análise dos raios-X sustenta a ideia de que o objeto é um buraco negro, e que esteja sendo alimentado por material oriundo de uma supernova inicial, ou talvez de uma estrela-gêmea.
Os buracos negros podem se formar de várias formas, neste caso, por uma estrela com cerca de 20 vezes a massa do Sol se tornando uma supernova e então entrando em colapso e se tornando um objeto tão denso que é capaz de sugar tudo o que o cerca, até a luz.
Fonte: NASA

domingo, 14 de novembro de 2010

Rastro de poeira da Terra

O mergulho recente do Telescópio Espacial Spitzer no rastro de poeira que o planeta Terra deixa no espaço gerou dados que poderão ajudar cientistas a encontrar planetas em órbita de outras estrelas.
anel de poeira da Terra
© NASA (anel de poeira da Terra)
A imagem mostra o anel de poeira da Terra, como pareceria visto de fora do Sistema Solar; e as cores indicam densidade.
Os planetas em sistemas solares distantes provavelmente tem rastros semelhantes. E, em algumas circunstâncias, essa poeira pode ser mais fácil de detectar que o próprio planeta.
A Terra tem um rastro de poeira não porque está soltando partículas no espaço, mas porque o Sistema Solar é, em si, um lugar empoeirado.
O espaço interplanetário está repleto de fragmentos de colisões de asteroides. Quando a  Terra passa por um ambiente carregado de poeira, uma cauda se forma atrás do planeta.
À medida que a Terra orbita o Sol, ela cria uma espécie de concha, ou depressão, na qual as partículas de poeira caem, criando uma aglomeração de poeira, espécie de uma cauda, que a Terra puxa atrás de si, por intermédio da gravidade. O rastro segue o planeta em volta do Sol, criando um anel.
A observação feita pelo Spitzer ajudou astrônomos a mapear a estrutura da cauda de poeira da Terra, e calcular como devem ser as caudas de outros planetas.
Fonte: NASA

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Hubble cria mapa da matéria escura

Através do Telescópio Espacial Hubble foi criado um dos mapas mais nítidos e mais detalhados já feitos da matéria escura no Universo.
aglomerado de galáxias Abell 1689
© NASA (aglomerado de galáxias Abell 1689)
A matéria escura é representada na imagem pelas manchas claras. Ela é uma substância invisível e desconhecida, nunca detectada diretamente, que se acredita compor 22% da massa do Universo, enquanto a matéria comum, das estrelas e planetas, seres humanos inclusive, representa apenas 4%.
A equipe do Dr. Dan Coe, do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, direcionou uma das câmeras do Hubble para o gigantesco aglomerado de galáxias Abell 1689, situado a 2,2 bilhões de anos-luz de distância.
A gravidade do aglomerado é grande demais, não podendo ser explicada pela matéria comum, então deve ser gerada pela matéria escura. Essa enorme gravidade age como uma lente de aumento cósmica, dobrando e amplificando a luz de galáxias mais distantes, por trás do aglomerado. O efeito, chamado de lente gravitacional, produz imagens múltiplas, distorcidas, e grandemente ampliadas dessas galáxias.
Ao estudar as imagens distorcidas é possível calcular a quantidade de matéria que seria necessária para gerar a gravidade que provocou tais distorções. Deduzindo a massa das galáxias visíveis, é obtida a quantidade de matéria escura que deve existir no local.
Utilizando este método, o mapa de massa pode ser concebido diretamente a partir dos dados coletados.
Os astrônomos estão planejando agora estudar mais aglomerados de galáxias para confirmar a possível influência da energia escura.
Fonte: NASA

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Encontradas bolhas gigantes de radiação no centro da Via-Láctea

O Telescópio de Raios Gama Fermi, da NASA, revelou uma estrutura até então desconhecida, centrada na Via-Láctea. Essa característica se expande por 50.000 anos-luz e pode ser o vestígio de uma erupção do buraco negro gigante do centro da galáxia.
ilustração de bolhas de raios gama
© NASA (ilustração de bolhas de raios gama)
As duas bolhas emissoras de raios gama se estendem por 25.000 anos-luz para o norte e para o sul do centro galáctico. A estrutura abarca mais da metade do céu visível, da constelação de Virgem à de Grus, e pode ter milhões de anos.
Os pesquisadores descobriram as bolhas ao processar dados disponibilizados ao público pelo Telescópio de Grande Área (LAT) do Fermi. E agora estão  realizando mais análises para entender melhor a formação da estrutura.
As emissões da bolha são muito mais energéticas do que emissões de raios gama de outras partes da galáxia. E as duas partes da bolha parecem ter bordas bem definidas. Isso tudo sugere que ela se formou numa liberação enorme e relativamente veloz de energia, cuja causa permanece um mistério.
Uma possibilidade inclui o jato de partículas de um buraco negro supermassivo no centro galáctico. Em muitas outras galáxias, são observados jatos acelerados de partículas, alimentados pela queda de material nos buracos negros centrais.
Embora não haja sinal de que o buraco negro da Via-Láctea tenha jatos assim, ele pode ter produzido algo semelhante no passado.
A bolha também pode ter se formado como resultado do fluxo de gás de uma grande onda de formação de estrelas, talvez a mesma que gerou muitos aglomerados no centro da Via-Láctea, há milhões de anos.
Fonte: Astrophysical Journal

Fusão de galáxias a milhões de anos-luz

Os astrônomos do Observatório Europeu Sul (ESO) produziram uma imagem detalhada da galáxia Átomos pela Paz (NGC 7252). Esta estrutura, que se formou a partir da colisão de duas galáxias, oferece uma oportunidade de estudar os efeitos da fusão de galáxias na evolução do Universo.
NGC 7252 e ARP 226
© ESO (fusão de galáxias)
As colisões de galáxias estão entre os principais processos a influenciar a evolução do Universo. Átomos pela Paz é o curioso nome dado a um par de galáxias em fusão, situado a cerca de 220 milhões de anos-luz, na constelação de Aquário. Estas galáxias são também conhecidas por NGC 7252 e ARP 226.
A imagem do ESO foi obtida pelo instrumento Wide Field Imager, montado no telescópio MPG/ESO de 2,2 metros, situado no Observatório de La Silla, Chile.
A imagem da Átomos pela Paz é uma fotografia da colisão e de seu resultado caótico, tendo como pano de fundo um campo de galáxias distante. Os resultados do intricado jogo de interações gravitacionais aparece nas caudas produzidas pelas correntes de estrelas, gás e poeira. A imagem mostra também as camadas que se formam quando gás e estrelas são arrancados das galáxias em colisão e envolvem o núcleo comum.
Embora muito material seja ejetado para o espaço, há regiões onde o material é comprimido, dando origem a intensa formação estelar. O resultado é a formação de centenas de aglomerados estelares muito jovens, com cerca de 50 milhões a 500 milhões de anos.
O curioso nome da galáxia tem uma história interessante. Em 1953, o então presidente dos EUA, Dwight Eisenhower, fez um discurso que ficou conhecido como Átomos pela Paz. Esse discurso visava promover a energia nuclear para fins pacíficos. O discurso e a conferência associada repercutiram na comunidade científica, e a NGC 7252 acabou sendo chamada galáxia de Átomos pela Paz.
Fonte: ESO

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Descoberto sistema planetário ao redor de estrela binária

Os astrônomos das universidades de Warwick e de Sheffield, ambas no Reino Unido, afirmam ter descoberto um raro sistema planetário em uma estrela binária.
ilustração de dois planetas num sistema binário de estrelas
© Mark A. Garlick (ilustração do sistema de NN Serpentis)
A estrela binária NN Serpentis é formada por uma estrela anã vermelha e uma anã branca que orbitam uma a outra e estão muito próximas, o que diminui o tempo de órbita; se elas estivessem no lugar do nosso Sol, veríamos a anã vermelha, que é maior, eclipsar a branca a cada três horas e sete minutos.
Já se acreditava que pelo menos um planeta orbitava NN Serpentis. Contudo, um estudo desses constantes eclipses registrou um padrão de pequenas, mas significantes irregularidades na órbita das estrelas e indicou a presença de dois planetas gigantes gasosos. Um deles com seis vezes a massa de Júpiter e com uma órbita de 15,5 anos ao redor da estrela binária. O outro, acreditam os astrônomos, tem 1,6 vezes a massa do nosso maior planeta e leva 7,75 anos para terminar sua órbita.
A descoberta de planetas já se tornou mais comum, são conhecidos pelo menos 490 fora do Sistema Solar. Contudo, poucos sistemas planetários são conhecidos em estrelas binárias.
Se estes planetas nasceram com suas estrelas, eles devem ter sobrevivido a um evento dramático há milhões de anos: quando a estrela primária original inchou e se transformou em uma vermelha gigante, fazendo a estrela secundária penetrar nesta estreita órbita atual, e assim lançando a maior parte da massa da primária. Outra possibilidade é que os planetas tenham se formado da massa ejetada pela estrela.
No Universo mais da metade das estrelas são binárias, e os planetas destes sistemas podem ser muito jovens e brilhantes possibilitando captar diretamente a luz deles.
Fonte: Astronomy & Astrophysics

sábado, 6 de novembro de 2010

Descoberta mudança climática em escala cósmica

Uma equipe de astrônomos encontrou indícios de que o Universo pode ter passado por uma tendência de aquecimento no início de sua história.
aquecimento primordial do Universo
© Amanda Smith/IoA (aquecimento primordial do Universo)
O gráfico mostra a temperatura do meio intergaláctico quando o Universo tinha entre 1 e 3,5 bilhões de anos, sobreposta com uma impressão artística do surgimento das galáxias. A região sombreada mostra a faixa de possíveis temperaturas, medidas pela equipe.
A temperatura do gás que se encontra entre as galáxias foi mensurada e foi encontrada uma indicação plausível de que sua temperatura aumentou de forma constante durante o período entre um décimo e um quarto de sua idade atual.
Essa mudança climática cósmica foi provavelmente causada pela gigantesca quantidade de energia gerada pelas jovens galáxias, muito ativas durante essa época.
No início da história do Universo, a grande maioria da matéria não estava em estrelas ou galáxias, ao contrário, ela estava espalhada na forma de um gás muito fino que preenchia todo o espaço.
A temperatura desse gás foi medida utilizando a luz de objetos distantes, chamados quasares. O gás, que fica entre a Terra e o quasar, acrescenta uma série de marcas à luz desses objetos extremamente brilhantes. Analisando como essas impressões bloqueiam parcialmente a luz dos quasares podemos inferir muitas das propriedades do gás absorvente, tais como onde ele está, do que é feito e qual é a sua temperatura.
A luz do quasar que os astrônomos estudaram tem mais de dez bilhões de anos de idade no momento em que chega à Terra, tendo viajado através de vastas áreas do Universo. Cada nuvem de gás intergaláctica que a luz atravessou durante essa jornada deixou sua própria marca, e o efeito acumulado pode ser usado como um registro fóssil da temperatura no início do Universo. Portanto, a luz dos quasares contém um registro da história do clima do cosmos.
É claro que há grandes diferenças de magnitude nessas medições de temperatura. Um bilhão de anos após o Big Bang, o gás que medimos tinha uma temperatura bem “fria” de 8.000 graus Celsius. Três e meio bilhões de anos mais tarde a temperatura havia subido para pelo menos 12.000 graus Celsius.
A tendência de aquecimento contraria o “padrão normal” atribuído ao clima cósmico. Segundo as teorias atuais, o Universo deveria esfriar ao longo do tempo. À medida que o cosmos se expande, o gás deve ficar mais frio, como o gás que escapa de uma lata de aerossol.
Os prováveis culpados desse aquecimento intergaláctico são os próprios quasares. Durante o período da história cósmica estudada pela equipe, os quasares estavam se tornando muito mais comuns. Esses objetos, que se acredita serem buracos negros gigantes engolindo matéria no centro das galáxias, emitem enormes quantidades de luz ultravioleta de alta energia. Esses raios UV teriam interagido com o gás intergaláctico, criando o aumento da temperatura que observamos.
Fonte: Monthly Notices of the Royal Astronomical Society

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Telescópio faz imagens em alta resolução de espículas do Sol

O telescópio solar Dunn, que fica no Observatório Solar Nacional dos Estados Unidos, na cidade de Sunspot, registrou imagens do Sol que mostram espículas (jatos dinâmicos de gás que se projetam da superfície da estrela) em alta resolução. As imagens foram captadas em 3 de agosto deste ano e divulgadas nesta semana.
espículas da superfície do Sol
© National Solar Observatory (espículas da superfície do Sol)
Além das espículas, as imagens mostram uma gama variada de estruturas presentes na cromosfera, como manchas solares, superpenumbras, plages (áreas claras que ficam próximas das manchas solares) e filamentos. Uma erupção também pode ser vista na fotografia, ao lado de uma mancha solar, que possui o formato de um grande círculo escuro. As imagens cobrem uma área de cerca de 29 bilhões de quilômetros quadrados, equivalente a menos de 1% da superfície do Sol.
As espículas estão presentes na camada do Sol que é conhecida como cromosfera. Elas funcionam como espécies de "tubos" por onde passa o gás. Os jatos, que duram entre 5 e 10 minutos, têm cerca de 500 km de diâmetro e se movimentam a uma velocidade de 20 km/s. As espículas atingem entre 3 km e 8 km de comprimento.
O Sol tem entre 60 mil e 70 mil espículas em movimento ao mesmo tempo. Ainda existem divergências sobre o que gera este fenômeno solar.
Fonte: National Solar Observatory

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Deep Impact faz imagens próximas do cometa Hartley 2

Estão chegando à Terra as primeiras imagens do cometa Hartley 2 feitas pela sonda Deep Impact da missão EPOXI da Nasa, que viaja a 43,5 mil km/hora e chegou a 700 km de distância do astro nesta quinta-feira (04/11).
imagem do cometa Hartley 2 obtida pela missão EPOXI
© NASA (imagem do cometa Hartley 2 obtida pela missão EPOXI)
As imagens mostram um cometa semelhante a um amendoim. Esta é a quinta vez em que o núcleo de um cometa é observado de perto.
A missão EPOXI é uma combinação de Extrasolar Planet Observation and Characterization (EPOCh) e Deep Impact Extended Investigation (DIXI).
O sobrevoo do Hartley 2 não é o primeiro encontro da Deep Impact com um cometa. Em 2005, a sonda disparou um projétil contra o cometa Tempel 1, permitindo obter a composição do núcleo do astro. Desta vez, não haverá impacto. Mas a nave usará seus sensores para investigar o interior gelado do cometa.
Cometas têm um interesse especial para os cientistas porque representam vestígios congelados do período de formação do Sistema Solar. Estudá-los pode trazer pistas de como a Terra e os demais planetas surgiram, há 4,5 bilhões de anos.
Veja mais detalhes no site Cometografia e no blog Cometas.
Fonte: NASA

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Cartas do Céu

Acaba de ser lançada uma versão estável (versão 3.2) do excelente software astronômico Skychart, também denominado Cartes du Ciel. Ele é gratuito e está disponível em 32 e 64 bits para os sistemas operacionais Windows, Mac e Linux.
cartes du ciel 1
© Cartes du Ciel (observatório)
A imagem acima mostra a configuração do local de observação, bastando inserir a latitude e a longitude.
O software astronômico Cartes du Ciel permite desenhar cartas celestes através de dados de 16 catálogos de estrelas, nebulosas e galáxias; além de mostrar a posição dos planetas, asteroides e cometas. Ele executa a simulação de eclipses e possibilita o controle de telescópios. A partir da versão 3 o simulador celeste apresenta o tamanho da cauda do cometa em relação à proximidade do Sol, conforme imagem a seguir.
cartes du ciel 2
© Cartes du Ciel (cometa)
Outra mudança interessante foi a iluminação do céu conforme a claridade do dia e a escuridão da noite evoluindo conforme o horário, onde na imagem a seguir pode ser observado o horário diurno.
cartes du ciel 3
© Cartes du Ciel (contraste do céu)
Eu traduzi o programa para o idioma português, que foi desenvolvido por Patrick Chevalley, e o download pode ser efetuado pelo meu site Cometografia.
Fonte: Cosmo Novas

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

O Grupo Local

A matéria não se distribui ao acaso no espaço, pois é a força gravitacional a responsável pela arquitetura do Universo, surgindo como o fator de organização de sistemas dinâmicos e em equilíbrio relativo. É possível verificar a existência de grupos de galáxias, constituídos por algumas dezenas de membros, nos quais a troca de matéria entre eles é evidente.
galáxia M31 e as galáxias satélites M32 e M110
© NASA/Hubble (galáxia M31 e as galáxias satélites M32 e M110)
O Grupo Local de galáxias é um conjunto restrito de galáxias, incluindo a Via Láctea, que orbitam em torno de um centro de massa comum. Em 1936, Edwin Hubble introduziu o termo "Local Group", na obra "The Realm of the Nebulae", referindo-se a um grupo restrito de galáxias que se encontravam mais próximas da nossa do que as restantes. Ele referenciou 11 galáxias como sendo constituintes do Grupo Local. A lista, por ordem de luminosidade decrescente, incluía: M31, a Via Láctea, M33, a Grande Nuvem de Magalhães, a Pequena Nuvem de Magalhães, M32, NGC205, NGC6822, NGC185, IC1613 e NGC147. Ele também realça a galáxia IC10 como sendo um possível membro do Grupo Local.
galáxia M33
© NASA/Hubble (galáxia M33)
Recentemente, devido ao projeto pioneiro "Palomar Sky Survey", lançado nos anos 50, foi possível catalogar mais galáxias pertencentes ao Grupo Local. Atualmente, conhecem-se cerca de 40 galáxias constituintes do Grupo Local, embora seja difícil definir com clareza se uma galáxia pertence ou não ao Grupo Local. Entretanto, é extremamente difícil medir a distância das galáxias locais, e outro grande obstáculo é o fato de as galáxias anãs possuírem uma baixa luminosidade intrínseca. A seguir a tabela mostra as galáxias contituintes do Grupo Local.
 galáxias do Grupo Local
© Enciclopédia de Astronomia e Astrofísica (galáxias do Grupo Local)
Em 2011, a Agência Espacial Europeia irá lançar a missão espacial GAIA, que propiciará a criação do maior e mais preciso mapa tridimensional da nossa galáxia, fornecendo com uma precisão nunca antes alcançada a posição e a velocidade de deslocação radial de cerca de bilhões de estrelas na nossa galáxia; e estudar a órbita das galáxias do Grupo Local e a sua história cosmológica.
Um aspecto importante é compreender a distinção entre grupos de galáxias e enxames de galáxias. Os grupos de galáxias possuem tipicamente menos de 100 galáxias e um diâmetro típico em torno de 2 Mpc (megaparsec, que equivale a 3x10²² metros). A massa de um grupo médio é da ordem de 50 trilhões de massas solares (a massa do Sol é 2x10³³ gramas). Os enxames de galáxias possuem mais de 100 membros, podendo mesmo chegar atingir mais de dez mil, distribuindo-se ao longo de uma região do espaço com cerca de 6 Mpc de diâmetro. A massa de um enxame é da ordem de 1 quatrilhões de massas solares. Os grupos de galáxias são habitualmente estruturas de forma irregular, enquanto que os enxames de galáxias possuem uma fração significativa com forma regular e aproximadamente esférica.
O nosso Grupo Local estende-se ao longo de cerca de 1 Mpc de diâmetro. O Grupo Local possui uma massa total da ordem de 5 trilhões de massas solares, sendo que mais de noventa por cento desta massa se encontra sobre a forma de matéria escura.
O Grupo Local é constituído por duas galáxias principais: a Via Láctea e a galáxia de Andrômeda (M31), sendo ambas responsáveis por cerca de 90% da luminosidade total do grupo. Para além destas ainda se destacam, pelas suas dimensões, a galáxia do Triângulo (M33) e as duas Nuvens de Magalhães. As galáxias anãs possuem uma reduzida luminosidade, encontram-se distribuídas num volume de cerca de 9,5 bilhões de anos-luz (1 ano-luz equivale a 9,5 trilhões de quilômetros) de diâmetro, orbitando em torno das galáxias principais, ou estando isoladas no espaço. As nuvens de gás são outro dos constituintes do Grupo Local, sendo essencialmente constituídas por hidrogênio resultante da injeção de outras galáxias. Supõe-se que a matéria escura é a responsável pela estabilidade do grupo.
O futuro do Grupo Local não é promissor. Atualmente, sabe-se que a nossa galáxia e a M31 distam cerca de 770 kpc (quiloparsec) uma da outra e que se estão se aproximando com uma velocidade de 50 km/s. Se a velocidade se mantiver constante e as suas trajetórias se interceptarem, então a colisão entre as duas galáxias ocorreria dentro de 9 bilhões de anos. O resultado desta colisão possivelmente será a formação de um sistema binário de galáxia orbitando em torno de um centro de massa comum ou a formação de uma galáxia elíptica gigante.
Portanto, o Grupo Local desempenha um papel importante na nossa compreensão da maneira de como o Universo se organiza.
Fonte: Cosmo Novas

Mosaico detalhado da nebulosa Omega

Astrônomos usando dados do telescópio VLT do Observatório Europeu Sul (ESO), baseado no Chile, obtiveram um mosaico detalhado de imagens da nebulosa Messier 17, também conhecida como Nebulosa Omega ou Nebulosa do Cisne. A imagem mostra enormes nuvens de gás e poeira, iluminadas pela radiação intensa de estrelas jovens.
M 17
© ESO (nebulosa M17)
O mosaico revela uma região central com cerca de 15 anos-luz de diâmetro, embora a nebulosa em si seja muito maior, com cerca de 40 anos-luz. Messier 17 fica na constelação de Sagitário, a cerca de 6.000 anos-luz da Terra.
No centro da imagem há um aglomerado de estrelas jovens e de grande massa, cuja radiação intensa faz com que o gás hidrogênio das imediações brilhe.
Na parte inferior direita do aglomerado há  uma grande nuvem de gás molecular. Em luz visível, os grãos de poeira da nuvem obscurecem a visão, mas na luz infravermelha, o brilho do hidrogênio que existe por trás pode ser visto atravessando o obstáculo.
Escondido nessa região, que tem uma aparência escura e avermelhada, os cientistas encontraram a silhueta opaca de um disco de gás e poeira. Embora apareça pequeno nessa imagem, o disco tem um diâmetro 20.000 vezes maior que a distância que separa a Terra do Sol.
Astrônomos creem que o disco está girando e fornecendo material para uma estrela central, ainda em formação.
Fonte: ESO

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Estrelas como o Sol podem ter planetas semelhantes à Terra

Praticamente uma de cada quatro estrelas semelhantes ao Sol podem ter planetas do tamanho da Terra, diz um estudo realizado pela Universidade da Califórnia em Berkeley, que analisou astros de massa próxima à solar localizados na nossa vizinhança.
 exoplaneta
© NASA (ilustração de um exoplaneta)
Os astrônomos Andrew Howard e Geoffrey Marcy escolheram 166 estrelas de tipo espectral G e K (o próprio Sol é tipo G) localizadas num raio de 80 anos-luz da Terra. Esses astros foram observados durante cinco anos para determinar quantos planetas tinham, qual a massa e a que distância da estrela cada um deles orbita.
Estrelas tipo K são alaranjadas, um pouco menores e menos intensas que as estrelas amarelas do tipo do Sol.
Os pesquisadores descobriranm que, quanto menor o planeta, maior o número encontrado, chegando ao limite detectável atualmente, o das chamadas super-Terras com cerca de três vezes a massa da Terra.
"De cerca de 100 estrelas típicas semelhantes ao Sol, uma ou duas têm planetas do tamanho de Júpiter, cerca de seis têm um planeta do tamanho de Netuno, e cerca de 12 têm super-Terras, com de três a dez massas terrestres", disse Howard. "Se extrapolarmos para planetas do tamanho da Terra, com uma massa e meia a duas vezes a massa terrestre, prevemos que serão encontrados cerca de 23 para cada 100 estrelas".
Os pesquisadores detectaram apenas planetas que orbitam perto de suas estrelas, o que significa que pode haver ainda mais planetas a distâncias maiores, talvez até mesmo na chamada "zona habitável" de cada estrela.
No fim de setembro, uma equipe de astrônomos dos EUA havia anunciado a descoberta de um planeta dentro da zona habitável da estrela Gliese 581, mas cientistas europeus colocaram o resultado em dúvida. A questão permanece em aberto.
Os pesquisadores usaram o telescópio Keck, no Havaí, para medir oscilações das estrelas causadas pela presença de planetas próximos. Apenas 22 das estrelas apresentaram planetas detectáveis, num total de 33 planetas encontrados.
Depois de fazer ajustes estatísticos nos dados, os astrônomos estimaram que 1,6% das estrelas da amostra teriam planetas do tamanho de Júpiter e 12% super-Terras com até dez massas terrestres.
Se essa tendência, de números cada vez maiores à medida que se buscam planetas menores, for mantida, 23% das estrelas teriam planetas semelhantes ao nosso.
Doze outros possíveis planetas também foram detectados, mas ainda precisam ser confirmados, disse Marcy. Se esses "candidatos" forem incluídos na contagem, a equipe terá detectado 45 planetas em órbita de 32 estrelas.
Fonte: NASA e Science