Pesquisadores trabalhando com o telescópio europeu Planck, o maior experimento de cosmologia em quase uma década, divulgaram seu primeiro mapa celeste completo da radiação cósmica de fundo, a "luz mais antiga" do Universo.
© ESA/Planck (radiação cósmica de fundo)
O telescópio de 600 milhões de euros, que capta radiação com frequências abaixo do infravermelho (não visível), foi lançado no ano passado e levou seis meses para montar o primeiro mapa.
A imagem mostra a Via Láctea como uma linha brilhante atravessando horizontalmente todo o centro do mapa. Acima e abaixo dessa linha, podem ser vistas grandes quantidades de pontos amarelos. Esses pontos, tanto na Via Láctea, quanto acima e abaixo dela, representam gás e poeira cósmicas. Não são estrelas, pois o telescópio não registra luz visível.
Grande parte dessa radiação, acreditam os cientistas, originou-se 380 mil após o "Big Bang", quando a matéria havia se resfriado o suficiente para que a formação de átomos fosse possível.
Antes disso, o cosmos seria tão quente que matéria e radiação estariam acopladas, e o Universo seria opaco.
Um dos principais objetivos do projeto é encontrar evidências para a "inflação", uma do incipiente Universo a velocidades acima da velocidade da luz.
Segundo a teoria, se essa "inflação" ocorreu, ela deveria estar registrada na radiação cósmica de fundo e seria passível de detecção.
O telescópio Planck é uma das principais missões da ESA (agência espacial europeia). Lançado em 2009, encontra-se a mais de um milhão de quilômetros da Terra.
Ele carrega dois instrumentos para registrar o céu em nove bandas de frequência. O instrumento de alta frequência opera entre 100 e 857 GHz; o instrumento de baixa frequência opera entre 30 e 70 GHz.
Até 2012, o aparelho terá construído quatro mapas do Universo.
Fonte: ESA e New Scientist
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