domingo, 8 de novembro de 2015

Descoberto um aglomerado de galáxias colossal

Astrônomos descobriram um aglomerado gigante de galáxias numa parte muito remota do Universo, graças ao telescópio espacial Spitzer e ao WISE (Wide-field Infrared Survey Explorer).

aglomerado de galáxias MOO J1142 1527

© NASA/JPL-Caltech/Gemini/CARMA (aglomerado de galáxias MOO J1142+1527)

O aglomerado de galáxias, localizado a 8,5 bilhões de anos-luz, é a estrutura mais massiva já encontrada a estas grandes distâncias. As galáxias avermelhadas no centro da imagem constituem o núcleo do aglomerado.

Os aglomerados de galáxias são grupos, gravitacionalmente ligados de milhares de galáxias, que por sua vez contêm centenas de bilhões de estrelas. Os aglomerados de galáxias ficam maiores ao longo do tempo pois adquirem novos membros.

Como é que estes aglomerados de galáxias evoluíram com o passar do tempo? Qual teria sido o seu aspecto há bilhões de anos atrás? Para responder a estas questões, os astrônomos olharam para trás no tempo, para o nosso jovem Universo. Dado que a luz leva tempo até chegar até nós, podemos ver como objetos muito distantes eram no passado. Por exemplo, estamos vendo o recém-descoberto aglomerados de galáxias, chamado MOO (Massive Overdense Object) J1142+1527, tal como era há 8,5 bilhões de anos atrás, muito antes da formação da Terra.

À medida que a luz dessas galáxias remotas se desloca até nós, é esticada, devido à expansão do espaço, para comprimentos de onda infravermelhos. É aqui que o WISE e o Spitzer ajudam.

Nas imagens infravermelhas produzidas pelo Spitzer, estas galáxias distantes destacam-se como pontos vermelhos, enquanto as galáxias mais próximas têm tons esbranquiçados. Os astrônomos vasculharam primeiro o catálogo WISE em busca de candidatos para aglomerados de galáxias distantes. O WISE catalogou centenas de milhões de objetos em imagens de todo o céu obtidas em 2010 e 2011.

Seguidamente, usaram o Spitzer para observar 200 dos objetos mais interessantes, num projeto chamado MaDCoWS (Massive and Distant Clusters of WISE Survey). O Spitzer não observa todo o céu como o WISE, mas pode ver mais detalhes.

"É a combinação entre o Spitzer e o WISE que nos permite ir de 250 milhões de objetos até aos aglomerados de galáxias mais massivos no céu," afirma Anthony Gonzalez da Universidade da Flórida.

A partir destas observações, MOO J1142+1527 sobressaiu como uma das mais extremas.

Foram usados os observatórios W.M. Keck e Gemini em Mauna Kea, no Havaí, para medir a distância ao aglomerado. Usando dados dos telescópios CARMA (Combined Array for Research in Millimeter-wave Astronomy) perto de Owens Valley no estado americano da Califórnia, os cientistas foram capazes de determinar que a massa do aglomerado é quatrilhão de vezes a do nosso Sol, o que o torna no aglomerado mais massivo conhecido, a esta distância.

De acordo com as estimativas dos cientistas, o MOO J1142+1527 pode ser um de apenas um punhado de aglomerados de galáxias deste tamanho do Universo jovem.

"Com base na nossa compreensão de como os aglomerados de galáxias crescem desde o início do nosso Universo, este aglomerado poderá ser um dos cinco mais massivos em existência naquele momento," afirma Peter Eisenhardt, cientista de projeto para o WISE no Jet Propulsion Laboratory (JPL) da NASA em Pasadena, Califórnia.

No próximo ano, a equipe planeja vasculhar mais de 1.700 candidatos adicionais a aglomerado de galáxias com o Spitzer, procurando os maiores do grupo.

"Assim que encontrarmos os aglomerados mais massivos, podemos começar a investigar como as galáxias evoluíram nestes ambientes extremos," conclui Gonzalez.

O novo estudo foi publicado na revista Astrophysical Journal Letters.

Fonte: NASA

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