quinta-feira, 23 de janeiro de 2025

Um exoplaneta Super-Vênus

Novos dados observacionais do telescópio espacial James Webb e modelos de simulação confirmaram a existência de um novo tipo de planeta, diferente de tudo o que existe no Sistema Solar.

© NAOJ (exoplaneta GJ 1214 b passando em frente de sua estrela hospedeira)

Até à data, foram confirmados 5.819 exoplanetas em torno de outras estrelas que não o Sol. Muitos exoplanetas são diferentes de todos os planetas do Sistema Solar, o que torna difícil adivinhar a sua verdadeira natureza. Um dos tipos mais comuns de exoplanetas situa-se no intervalo de tamanho entre a Terra e Netuno.

Os astrônomos têm debatido se estes planetas são rochosos, semelhantes à Terra, com atmosferas espessas ricas em hidrogênio, ou planetas gelados, semelhantes a Netuno, rodeados por atmosferas ricas em água, os chamados mundos aquáticos. Estudos anteriores confundiram os cientistas devido a camadas de nuvens altas e espessas, que parecem ser comuns neste tipo de planeta, e que dificultam o estudo da atmosfera por baixo do manto de nuvens.

Uma equipe internacional de pesquisadores utilizou o telescópio espacial James Webb para espreitar através das nuvens num exemplo deste tipo de exoplaneta, conhecido como GJ 1214 b. Localizado a apenas 48 anos-luz do Sistema Solar, na direção da constelação de Ofiúco, GJ 1214 b é o exemplo, deste tipo de planeta, mais fácil de estudar.

Em vez de uma super-Terra rica em hidrogênio, ou de um ambiente aquático, os novos dados revelaram concentrações de dióxido de carbono (CO2) comparáveis aos níveis encontrados na densa atmosfera de CO2 de Vênus, no Sistema Solar. Mas havia ainda muitas incertezas nos novos dados. O sinal detectado de CO2 no primeiro estudo é minúsculo, pelo que exigiu uma análise estatística cuidadosa para garantir que é real.

Os cientistas usaram modelos teóricos para executar um grande número de cenários sobre a atmosfera do planeta. De todos estes modelos, os que melhor se ajustam aos dados sugerem uma atmosfera dominada pelo carbono, como um Super-Vênus. Embora fascinante, a assinatura atmosférica detectada neste trabalho é muito pequena.

A equipe salienta a necessidade de estudos futuros para confirmar e expandir as suas descobertas sobre este tipo de exoplaneta comum, mas misterioso.

Dois artigos científicos foram publicados no periódico The Astrophysical Journal Letters.

Fonte: National Astronomical Observatory of Japan

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