terça-feira, 30 de março de 2010

A "estrela da morte" de Saturno

A sonda espacial Cassini, da Nasa, agência espacial americana, captou imagens em alta resolução de Mimas, a lua gelada de Saturno, que indicam padrões surpreendentes sobre a superfície do satélite. Mimas foi batizada pelos astrônomos de "Estrela da Morte", nave da saga 'Star Wars' que também possui uma espécie de grande cratera.
mimas
© NASA (Mimas)
Segundo os cientistas da Nasa, em vez das temperaturas variarem suavemente, este lado de Mimas é dividido em uma parte quente (à esquerda) e uma parte fria (à direita). As temperaturas mais altas (em amarelo) são esperadas para ocorrer depois do meio-dia, no início da tarde.
cratera Herschel em Mimas
© NASA (cratera Herschel em Mimas)
A cratera fotografada pela sonda espacial Cassini é uma depressão gigante com 130 km de diâmetro por 9 de profundidade, o que corresponde a um terço do diâmetro de Mimas, que é de 397,2 km. A Cassini detectou sutis variações de cores no interior e ao redor do terreno da cratera, apesar da origem dessas diferenças ainda não ter sido identificada. Os cientistas acreditam que variações na composição química entre os dois terrenos causam o efeito na superfície. A cor natural de Mimas, visível ao olho humano, é cinza ou amarelada.
Os dados foram obtidos pela sonda Cassini em 13 de fevereiro de 2010, quando a Cassini chegou a uma distância de apenas 10 mil km de Mimas. O satélite assim foi batizado em homenagem ao astrônomo William Herschel, que o descobriu em 18 de junho de 1789. A missão Cassini-Huygens é um projeto cooperativo da Nasa, da Agência Espacial Europeia e Agência Espacial Italiana.
Fonte: NASA

quinta-feira, 25 de março de 2010

Galáxias escapam de nossos telescópios

Até 90% das galáxias do Universo distante teriam escapado do registro de nossos telescópios, segundo um estudo divulgado na revista Nature que permite prever a possibilidade de se desvendar o passado do Cosmos.
Graças ao Very Large Telescope (VLT) instalado no Chile, Matthew Hayes, do Observatório Astronômico da Universidade de Genebra, e seus colegas conseguiram observar algumas galáxias menos luminosas que datam da infância do Universo, quando este tinha apenas um quarto de sua idade atual, estimada em 13,7 bilhões de anos.
eso galáxias distantes
© ESO (galáxias distantes)
Para descobrir a quantidade de estrelas formadas em galáxias distantes e elaborar mapas do céu profundo, os astrônomos recorrem a uma radiação característica do hidrogênio, elemento mais abundante do Universo. Aquecido por estrelas nascentes, o hidrogênio emite raios ultravioletas de comprimento de onda de 121,6 nanômetros, as chamadas "raias Lyman-alfa", em homenagem ao físico Théodore Lyman que as descobriu.
Mas diversos fótons emitidos nesse comprimento de onda são interceptados por nuvens de gases interestelares e de poeira. A maior parte da radiação fica aprisionada na galáxia originária. Cerca de 90% das galáxias onde nascem estrelas não emite radiação Lyman-alfa suficiente para poder ser detectada.
"Onde dez galáxias são visíveis, podem haver cem", resume Hayes em um comunicado do Observatório Europeu Austral (ESO), que tem seu estudo concentrado em galáxias tão distantes que sua luz leva dez bilhões de anos para chegar até nós. Os astrônomos já sabiam que parte das galáxias não estão em suas listas de céu profundo baseadas em Lyman-alfa. O estudo permitiu medir isso pela primeira vez e constatar que o número de galáxias que faltam é considerável, acrescenta.
Utilizando dois dos telescópios de 8,2 m do ESO no Chile, sua equipe conseguiu observar galáxias distantes em Lyman-alfa e em outro comprimento de onda característico do hidrogênio quente, "a raia H-alfa". Menos suscetível de ser absorvido por gases interestelares frios, esta radiação foi captada com a câmera Hawk-1 do VLT, que desvendou galáxias desconhecidas em uma região do céu bastante estudada.
Conhecendo a velocidade com que se formaram as estrelas em diferentes épocas do Universo é possível gerar descrições mais exatas do Cosmos.
Fonte: ESO

segunda-feira, 22 de março de 2010

Galáxia que produzia estrelas em massa

Um grupo internacional de astrônomos descobriu uma galáxia que há 10 bilhões de anos produzia estrelas numa velocidade 100 vezes mais rápida do que a da Via Láctea atualmente.
Segundo os pesquisadores liderados pela Universidade de Durham, na Grã-Bretanha, a galáxia conhecida como SMM J2135-0102 produzia aproximadamente 250 sóis por ano.
 SMM J2135-0102
© ESO (SMM J2135-0102 – concepção artística)
A pesquisa realizada por Mark Swinbank, autor do estudo e membro do Instituto de Cosmologia Computacional da universidade britânica, foi publicada no site da revista científica Nature e revelou que quatro regiões da galáxia SMM J2135-0102 eram 100 vezes mais brilhantes do que atuais áreas formadoras de estrelas da Via Láctea, como a Nebulosa de Órion, indicando uma maior produção de estrelas. As galáxias no início do Universo parecem ter passado por um rápido crescimento e estrelas como o nosso Sol se formavam muito mais rapidamente do que hoje.
A mesma equipe já tinha descoberto, em 2009, uma outra galáxia, MS1358arc, que também formava estrelas em uma velocidade maior do que a esperada há 12,5 bilhões de anos.
"Nós não entendemos completamente por que as estrelas estão se formando tão rapidamente, mas nossos estudos sugerem que as estrelas se formavam muito mais eficientemente no início do Universo do que hoje em dia", explicou Swinbank.
MACS J2135-010217 e SMM J2135-0102
 © ESO (galáxias MACS J2135-010217 e SMM J2135-0102)
A galáxia SMM J2135-0102 foi encontrada graças ao telescópio Atacama Pathfinder, no Chile, operado pelo European Southern Observatory. Observações complementares foram feitas com a combinação de lentes naturais gravitacionais de galáxias nos arredores com o poderoso telescópio Submillimeter Array, no Havaí.
Por causa de sua enorme distância e do tempo que a luz levou para alcançar a Terra, a galáxia só pode ser observada como era há 10 bilhões de anos luz, apenas três bilhões de anos após o Big Bang.
Fonte: ESO e BBC Brasil

quinta-feira, 18 de março de 2010

Descobertos buracos negros primitivos

A Nasa, agência espacial americana, descobriu dois do que os cientistas acreditam ser os mais antigos e primitivos buracos negros já conhecidos. O achado, realizado por observações dos telescópios espaciais Spitzer e Hubble, podem proporcionar uma melhor compreensão de como os buracos negros, galáxias e estrelas se formaram.
buraco negro
© NASA (buraco negro – concepção artística)
"Nós encontramos integrantes da primeira geração de quasares nascidos em um meio livre de poeira e nas primeiras fases de evolução", disse Jiang Linhua, da Universidade do Arizona, em Tucson, autor do estudo divulgado na revista Nature. Os quasares são objetos astronômicos distantes e poderosamente energéticos com um núcleo galáctico ativo, algo maior do que uma estrela que, no entanto, é menor do que o mínimo para ser considerado uma galáxia.
Os buracos negros são distorções bestiais de espaço e tempo. Os mais maciços espreitam ativamente os núcleos das galáxias e, geralmente, são cercados por estruturas em forma de anel com poeira e gás que alimentam o crescimento de buracos negros.
Os cientistas acreditam que no Universo primitivo era muito cedo para existir pó cósmico, o que os leva a concluir que os primeiros quasares também não continham o material. Os novos buracos negros foram batizados de 0005-0006 e J0303-0019, um deles foi registrado como o menor quasar já identificado a cerca de 13 bilhões de anos-luz da Terra.
É provável que esses buracos negros primitivos se formaram no momento em que a poeira foi se desenvolvendo no Universo, menos de um bilhão de anos após o Big Bang.
Fonte: NASA

Filamentos de poeira na Via Láctea

A ESA, agência espacial europeia, divulgou a imagem de grandes filamentos de poeira cósmica presentes através da Via Láctea, a galáxia da Terra. A estrutura filamentosa foi fotografada pelo satélite espacial Planck a cerca de 500 anos-luz do Sol.
Segundo os cientistas, a análise aprofundada dessas estruturas poderiam ajudar a determinar as forças que moldam a Via Láctea e estimulam a formação de novas estrelas. A sonda Planck foi lançada com a missão de estudar os maiores mistérios da cosmologia como a origem do universo e das galáxias.
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© ESO (Via Láctea – filamentos de poeira)
Os filamentos de poeira estão ligados à linha horizontal sob a cor rosa na parte inferior da imagem. Naquele local, a emissão de pó cósmico percorre distâncias maiores vindo do disco da Via Láctea.
A temperatura na região onde está a linha horizontal rosada é de algumas dezenas de graus acima do zero absoluto, enquanto o frio predomina nas zonas em que as cores são mais escuras, atingindo até -261°C. A poeira cósmica, ou matéria interestelar, é um conjunto de matéria e de radiação que preenche o espaço interestelar e sua origem ainda não é bem entendida pelos astrônomos.
Fonte: ESA

quarta-feira, 17 de março de 2010

Exoplaneta semelhante aos do Sistema Solar

Um planeta do tamanho de Júpiter que orbita ao redor de uma estrela semelhante ao Sol e que é semelhante aos planetas do Sistema Solar foi descoberto na constelação de Serpente, a 1,5 mil anos-luz da Terra, segundo informações divulgadas nesta quarta-feira pelo Instituto de Astrofísica das Canárias. O exoplaneta, batizado de Corot-9b, foi detectado pelo telescópio espacial CoRoT, construído pela agência francesa Cnes em parceria com a ESA, agência espacial europeia.
corot-9b
© ESO (concepção artística do exoplaneta Corot-9b)
Os exoplanetas são chamados assim por serem planetas extra-solares e pertencerem a um sistema planetário distinto do qual a Terra faz parte. O gigante e gasoso Corot-9b mantém uma distância relativamente grande de sua estrela central em uma órbita parecida com a realizada por Mercúrio ao redor do Sol.
Segundo os cientistas, este é o primeiro planeta do tipo que pode ser estudado detalhadamente, a partir da combinação de imagens do satélite Corot e de instrumentos do observatório. Os astrônomos acrescentaram que o exoplaneta representa ainda um valioso modelo para identificar novos corpos jovens com temperaturas moderadas pelo espaço, entre 250 K e 430 K.
Os resultados das observações foram publicados na última edição da revista científica Nature.
Fonte: ESO e Nature

Anãs brancas excedem o limite de massa

Uma equipe internacional, liderada pela Universidade de Yale mediu, pela primeira vez, a massa de um tipo de supernova que se pensava pertencer a uma subclasse única e confirmou que ultrapassa o limite superior de massa. A descoberta será publicada numa edição futura da revista Astrophysical Journal, e pode afetar o modo como os cosmólogos medem a expansão do Universo.
SN 1572
© NASA / JPL-Caltech (SN 1572)
Os cosmólogos usam as supernovas Tipo Ia - violentas explosões de núcleos de estrelas mortas denominadas anãs brancas - como uma espécie de régua cósmica para medir a distância à galáxia da supernova e, como tal, compreender o passado e o futuro da expansão do Universo e explorar a natureza da energia escura. Até recentemente, pensava-se que as anãs brancas não podiam exceder o que é conhecido como o limite de Chandrasekhar, uma massa crítica equivalente a cerca de 1,4 vezes a massa do Sol, antes de explodirem numa supernova. Este limite uniforme é um instrumento importante na medição da distância das supernovas.
Desde 2003, foram descobertas 4 supernovas tão brilhantes que os cosmólogos ficaram na dúvida se as suas anãs brancas tinham ultrapassado o limite de Chandrasekhar. Estas supernovas foram apelidadas de supernovas "super-Chandrasekhar".
Agora Richard Scalzo da Universidade de Yale, como parte de uma colaboração de físicos americanos e franceses com o nome de NSF (Nearby Supernova Factory), mediu a massa da anã branca que resultou numa destas raras supernovas, chamada SN 2007if, e confirmou que excede o limite de Chandrasekhar. Também descobriram que esta supernova incomum não só tinha uma massa central, como também uma concha de material que foi expelido durante a explosão, e um invólucro de material pré-existente. A equipe espera que esta descoberta forneça um modelo estrutural a partir do qual se entenda melhor outras supernovas supermassivas.
Usando telescópios no Chile, Hawaii e Califórnia, a equipe foi capaz de medir a massa da estrela central, da concha e do invólucro individualmente, providenciando a primeira prova conclusiva de que o próprio sistema estelar realmente ultrapassou o limite de Chandrasekhar. Eles descobriram que a própria estrela parece ter tido uma massa 2,1 vezes a do Sol (+/- 10%), o que a coloca bem acima do limite.
A medição das massas de todas as partes do sistema solar fornece aos físicos mais informações sobre a evolução do sistema; um processo que é atualmente pouco conhecido. "Nós não sabemos muito sobre as estrelas que se transformam nestas supernovas. Queremos saber mais sobre que tipo de estrelas eram, e como se formaram e evoluíram ao longo do tempo," disse Scalzo. 
A supernova SN2007if pode ter resultado da fusão de duas anãs brancas, em vez da explosão de um única anã branca.
Os teóricos estão analisando como estrelas com massa acima do limite de Chandrasekhar, que é baseado num modelo estelar simplificado, podem existir sem colapsar sobre o seu próprio peso. De qualquer modo, uma subclasse de supernovas dirigidas por uma física mais exótica pode ter um efeito mais dramático no modo como os cosmólogos as usam para medir a expansão do Universo.
"As supernovas são usadas para fazer afirmações sobre o destino do Universo e da nossa teoria da gravidade," afirma Scalzo.
A mudança no conhecimento sobre as supernovas, pode impactar significativamente as teorias referentes à evolução do Universo.
Fonte: Universidade de Yale

terça-feira, 16 de março de 2010

Telescópio Vista mostra a nebulosa Flame

O Observatório Europeu do Sul (ESO) divulgou uma imagem captada pelo telescópio espacial Vista que mostra a nebulosa Flame, batizada com este nome pela semelhança com a chama de uma vela. A formação também está registrada com o código NGC 2024 e se localiza na constelação de Órion, um grupo estelar reconhecido em todo o mundo por incluir estrelas brilhantes e visíveis de ambos os hemisférios.
nebulosa flame
© ESO (nebulosa Flame)
O núcleo da nebulosa fica completamente escondido sob a poeira cósmica da formação quando visto sob luz natural. No entanto, as câmeras em infravermelho do Vista permitiram que o aglomerado de estrelas jovens no coração da Flame fosse observado.
Dentro da foto também é possível enxergar o brilho refletido pela nebulosa NGC 2023 (pouco abaixo do centro da imagem) e o contorno obscuro da nebulosa Cabeça de Cavalo (próximo ao canto inferior direito), ou Barnard 33. O objeto grande com brilho azulado no canto superior direito é uma das três estrelas brilhantes que formam o Cinturão de Órion.
As nebulosas são nuvens de poeira, hidrogênio e plasma, com intensa formação de estrelas, e podem ter vários formatos e cores.
Fonte: ESO

sábado, 13 de março de 2010

Relatividade em escala cósmica

A análise de mais de 70 mil galáxias, conduzida por um grupo internacional de físicos, demonstrou que o Universo funciona de acordo com as regras descritas há quase 100 anos por Albert Einstein, tanto nas proximidades da Terra como a mais de 3,5 bilhões de anos-luz de distância. Ao calcular a união dessas galáxias e analisar as velocidades e distorções desse fenômeno, os pesquisadores demonstraram que a Teoria da Relatividade Geral se aplica ao que ocorre em escala cósmica.
lente gravitacional
© NASA / Hubble (lente gravitacional)
Outra consequência direta do estudo é que a existência de matéria escura é a explicação mais provável para a constatação de que as galáxias e os aglomerados se movem pela influência de algo a mais do que é possível observar.
"Uma consequência interessante ao lidar com escalas cosmológicas é que podemos testar qualquer teoria completa e alternativa da gravidade, porque ela deveria prever as coisas que observamos", disse Uros Seljak, professor na Universidade da Califórnia em Berkeley, nos Estados Unidos, e no Instituto de Física Teórica da Universidade de Zurique, na Suíça, um dos autores do estudo.
"As teorias alternativas que não requerem matéria escura não passaram nos testes", disse Seljak. Uma delas é a teoria da gravidade tensor-vetor-escalar (TeVeS), que modifica a relatividade geral ao evitar contemplar a existência da matéria escura.
O novo estudo contradiz um outro divulgado no ano passado que indicou que o Universo em seu início, entre 11 e 8 bilhões de anos atrás, não poderia se encaixar na descrição relativística geral da gravidade.
O novo trabalho foi publicado na edição desta quinta-feira (11/3) da revista Nature e tem como um dos autores James Gunn, professor de física na Universidade Princeton e "pai" do Sloan Digital Sky Survey, projeto iniciado em 2000 que pretende mapear um quarto do céu, observando mais de 100 milhões de objetos.
De acordo com a Teoria da Relatividade Geral, publicada por Einstein em 1915, a matéria (energia) curva o espaço e o tempo à sua volta - a gravitação é um efeito da geometria do espaço-tempo.
Isso significa que a luz se curva à medida que passa por um objeto de grande massa, como o núcleo de uma galáxia. A teoria foi validada muitas vezes na escala do Sistema Solar, mas testes em escala galáctica ou cósmica até então se mostraram incompletos.
Tais testes se tornaram importantes nas últimas décadas porque a ideia de que uma massa invisível permeia todo o Universo foi combatida por diversos físicos teóricos, levando a teorias alternativas que alteraram a relatividade geral de modo a não contemplar a existência de matéria escura.
A teoria TeVeS, por exemplo, estipula que a aceleração causada pela força gravitacional de um determinado corpo depende não apenas da massa desse corpo, mas também do valor da aceleração promovida pela gravidade.
A descoberta da energia escura, a força misteriosa que causa a expansão acelerada do Universo, levou à formulação de outras teorias para explicar a expansão sem levar em conta a energia escura, cuja existência ainda é hipotética.
Segundo Seljak, testes para comparar teorias concorrentes não são fáceis. Experimentos cosmológicos, como detecções da radiação cósmica do fundo em microondas, tipicamente envolvem medir flutuações no espaço, enquanto teorias gravitacionais estimam relações entre densidade e velocidade, ou entre densidade e potencial gravitacional.
"O problema é que o tamanho da flutuação, por ele mesmo, não nos diz coisa alguma sobre as teorias cosmológicas que estão por trás. Trata-se essencialmente de uma perturbação da qual gostaríamos de nos livrar", disse.
Ao usar dados de mais de 70 mil galáxias vermelhas distantes, obtidos pelo Sloan Digital Sky Survey, Seljak e colegas verificaram que a teoria TeVeS mostrou resultados além dos limites de erro estabelecidos. A Teoria da Relatividade Geral se encaixou dentro do limite.
Os pesquisadores pretendem reduzir a margem de erro e, para isso, querem ampliar o escopo da análise para 1 milhão de galáxias. A quantidade será possível com a entrada em operação do projeto Baryon Oscillation Spectroscopic Survey, previsto para daqui a cinco anos.
Fonte: Nature

sábado, 6 de março de 2010

Mars Orbiter já enviou 100 terabits de dados

A nave Mars Orbiter, da NASA, orbita Marte desde o dia 10 de março de 2006; ela foi lançada em agosto de 2005 de Cabo Canaveral, Flórida. Ela completará seu quarto ano ao redor do planeta vermelho na semana que vem com um recorde. Ao todo, ela já enviou mais de 100 terabits de dados para a Terra. Isso só foi possível graças a uma antena de três metros de diâmetros, que permite o envio de 6 megabits por segundo.
Entre as fotos recentemente tiradas está a “cratera invertida”, na região conhecida como Arábia Terra.
cratera invertida
© NASA
Além de três câmeras fotográficas, a nave possui um espectrômetro para identificar minerais, um radar capaz de penetrar no solo e um sonar atmosférico.
Com esses instrumentos, ela já registrou metade da superfície do planeta a uma resolução de seis metros por pixel. No entanto, cerca de 1% de Marte já foi analisado bem mais de perto: 30 centímetros por pixel, o suficiente para ver objetos do tamanho de uma mesa.
Esses 100 trilhões de bits representam mais de três vezes a quantidade de dados já enviados por todas as outras missões ao espaço combinadas.
Fonte: NASA

sexta-feira, 5 de março de 2010

Galáxia brilhante com buraco negro

A NASA (agência espacial americana) divulgou a imagem da galáxia NGC 1068, uma das galáxias mais próximas e brilhantes que contêm um buraco negro supermassivo de crescimento rápido. Segundo a Nasa, a NGC 1068 está localizada cerca de 50 milhões de anos-luz da Terra e seu buraco negro tem cerca de duas vezes a massa do buraco negro presente no meio da Via Láctea.
NGC 1068
© NASA (NGC 1068)
A imagem é uma sobreposição de fotos obtidas pelo observatório de raios-X Chandra, pelo Telescópio Espacial Hubble e pelo Very Large Array. A composição mostra um forte vento está sendo lançado para a periferia da NGC 1068 a uma taxa de cerca de um milhão de milhas por hora. Esse vento é provavelmente gerado com um gás acelerado e aquecido que gira em direção ao buraco negro.
Uma parte do gás é puxado para dentro do buraco negro e a outra parte dele é levada pelo vento. Raios-X de alta energia produzida pelo gás perto do buraco negro aquecem o gás que está sendo dispersado pelo vento fazendo-o brilhar.
Dados captados pelos raios-X do Chandra aparecem em vermelho na imagem, dados recolhidos pelo Telescópio Hubble aparecem em verde e dados de ondas de rádio do Very Large Array, em azul. A estrutura de espiral NGC 1068 está demonstrada tanto pelos raios-X quanto por dados ópticos, e um jato alimentado pelo buraco negro central é mostrado pelos dados de rádio.
Fonte: NASA

quinta-feira, 4 de março de 2010

Mars Express aproxima-se de Phobos

A nave Mars Express, da ESA (agência espacial européia), passou ontem (03/03/2010) bem próximo da maior lua de Marte, Phobos. A nave passou a uma altitude de 67 Km, e um sistema de rastreamento na frequência das ondas de rádio possibilitará aos investigadores espreitarem a lua misteriosa. A Mars Express deve fazer 12 aproximações a Phobos. Em cada vez, serão apontados diferentes instrumentos ao misterioso rochedo, para colher várias informações sobre o objeto.
phobos
© ESA (Phobos)
Perto de Phobos, a nave será desviada da rota pelo campo gravitacional da lua. O desvio será de apenas alguns milímetros por segundo e não afetará a missão de nenhuma forma. No entanto, permitirá uma visão única do interior da lua e de como a sua massa está distribuída. 
Durante esta medição extremamente sensível todos os sinais da nave serão desligados. O sinal de rádio que transporta os dados será o único a ser captado pelas estações em terra.
Sem dados para transmitir, a única alteração ao sinal será causada pela mudança de frequência provocada por Phobos. As alterações serão da ordem de uma parte num trlhão e são manifestações do efeito de Doppler, o mesmo efeito que faz mudar o som de uma sirene de ambulância quando se aproxima ou se afasta. 
Além da experiência Mars Radio Science (MaRS),  o radar MARSIS já andou inspecionando a superfície de Phobos com feixes de radar. "Já procedemos um processamento de dados preliminares e a assinatura de Phobos é evidente em quase todos os dados", diz Andrea Cicchetti, do Instituto Italiano de Física do Espaço Interplanetário e membro da equipe MARSIS.
A camera, HRSC, será usada na aproximação de 7 de Março de 2010, quando a Mars Express passar pela face iluminada de Phobos a uma altitude de 107 Km e continuará a ser utilizada nas passagens subsequentes, obtendo imagens de alta resolução da superfície da lua. Os outros instrumentos também serão postos em funcionamento.
ASPERA já está a estudando a forma como as partículas carregadas do Sol interagem com a superfície de Phobos. SPICAM, PFS, OMEGA estão caracterizando a superfície da lua, com o PFS, tentando medir a temperatura de Phobos, nos lados iluminado e escuro. O HRSC prestará particular atenção ao local proposto para a aterragem da missão russa Phobos-Grunt, que deverá ser lançada em 2011/12.
"Todas as experiências na Mars Express dizem algo sobre Phobos", diz Olivier Witasse, cientista de projeto na missão da ESA. Isto é um bônus para a ciência, tendo em conta que nenhuma delas tinha sido concebida para o estudo de Phobos, apenas do planeta Marte. Os resultados científicos destas passagens deverão estar disponíveis nas semanas ou meses seguintes, quando as várias equipes tiverem tido tempo para analisar os dados.
Fonte: ESA

quarta-feira, 3 de março de 2010

Nova visão da Nebulosa Caranguejo

Um emaranhado de filamentos a 6500 anos-luz intriga os astrônomos. Trata-se da Nebulosa Caranguejo, o resultado de uma supernova que ocorreu há menos de mil anos.
nebulosa caranguejo
© NASA (Nebulosa Caranguejo)
A explosão da estrela que deu origem a ela foi relatada por astrônomos chineses que observaram algo diferente na constelação de Touro em 1054.
Hoje, seus complexos filamentos desafiam os cientistas da NASA. Um dos grandes mistérios é o fato dos restos da estrela parecer ter menos massa do que originalmente expelido na supernova. Além disso, sua velocidade é muito maior do que o esperado em uma explosão desse tipo.
A Nebulosa Caranguejo se estende por cerca de 10 anos-luz e, em seu centro, há uma estrela de nêutron (os restos do que um dia foi uma grande estrela) que gira 30 vezes por segundo. Ela possui tanta massa quanto o Sol, mas essa quantidade está concentrada em um corpo do tamanho de uma cidade pequena.
Fonte: NASA

terça-feira, 2 de março de 2010

Radar detecta crateras de gelo na Lua

Um radar norte-americano lançado em um foguete indiano detectou crateras cheias de gelo no polo Norte da Lua, afirmaram cientistas da Nasa.
O radar Mini-SAR da NASA, agência espacial norte-americana, indicou mais de 40 pequenas crateras de 1,6 a 15 quilômetros, todas cheias de gelo.
 crateras de gelo na Lua
© NASA (crateras de gelo na Lua)
A quantidade total de gelo depende da espessura em cada cratera; porém, estima-se que poderá haver pelo menos 600 milhões de toneladas métricas de água congelada.
A descoberta ocorre poucas semanas depois de o presidente Barack Obama ter frustrado as ambições dos Estados Unidos de retornarem com astronautas à Lua.
A descoberta "mostra que a Lua é um destino mais interessante e atraente no aspecto científico, operacional e de exploração do que as pessoas pensavam anteriormente", indicou Paul Spudis, principal pesquisador do experimento Mini-SAR no Lunar and Planetary Institute de Houston, Texas.
O Mini-SAR passou o último ano mapeando as crateras lunares que estão permanentemente na sombra e que não são visíveis da Terra, usando as propriedades de polarização das ondas de rádio.
As descobertas do radar, que serão divulgadas no jornal Geophysical Research Letters, seguem as descobertas de outros instrumentos da Nasa e se somam às informações científicas sobre as diversas formas de água encontradas na Lua.
O Moon Mineralogy Mapper da Nasa, também a bordo do satélite indiano Chandrayaan-1, descobriu moléculas de água nos polos da Lua, enquanto o Lunar Crater Observation and Sensing Satellite (LCross) da Nasa detectou vapor de água.
Os cientistas indianos da missão Chandrayaan-1, um satélite lançado em outubro de 2008 que deve orbitar dois anos ao redor da Lua, confirmaram as descobertas norte-americanas, após a análise das ondas luminosas captadas pelos instrumentos norte-americanos.
Fonte: NASA

segunda-feira, 1 de março de 2010

Telescópios Cherenkov

Um telescópio Cherenkov é um detector de raios gama de  energia muito elevada na faixa de 25 GeV a 50 TeV. Existem atualmente cinco telescópios Cherenkov em operação: CANGAROO-III, MAGIC, HESS (High Energy Stereoscopic System), VERITAS (Very Energetic Radiation Imaging Telescope Array System) e HEGRA (High Energy Gamma Ray Astronomy). O HEGRA localizado na ilha de Las Palmas foi o primeiro sistema estereoscópico construído utilizando vários telescópios, que foi superado mais tarde pelo HESS na Namíbia. O maior telescópio Cherenkov no mundo é o telescópio MAGIC com um espelho de 17 metros de diâmetro e está localizado em Las Palmas.
telescópio MAGIC
© Telescópio MAGIC
Devido a rapidez com que diminui o fluxo de raios gama em fontes de alta energia cósmica, os detectores são ineficientes porque o espaço é limitado em sua área de captura de algumas centenas de centímetros quadrados. No caso dos telescópios Cherenkov, a atmosfera do nosso planeta é utilizada como um meio de detecção e a área de captura atinge muitos milhares de metros quadrados. Isso permite aos telescópios Cherenkov detectarem raios gama numa faixa de energia inacessíveis aos instrumentos baseados no espaço.
O telescópio Cherenkov registra a imagem do flash instantâneo de radiação Cherenkov (luz ultravioleta), que tem uma duração entre 5 e 20 ns, e devido aos raios gama de alta energia é produzida uma cascata de partículas que começa a uma altitude de 10 a 20 km, gerando pares elétron-pósitron por Bremsstrahlung (radiação de frenagem) na atmosfera. As moléculas de nitrogênio e oxigênio, as mais abundantes da atmosfera, quando despolarizadas espontaneamente emitem radiação Cherenkov que são detectadas por telescópios Cherenkov.
O telescópio Cherenkov é composto por um grande espelho segmentado, concentrando a radiação Cherenkov em uma matriz de tubos fotomultiplicadores, onde a imagem captada é amplificada, digitalizada e armazenada. A intensidade da luz registrada possibilita estimar a energia do fluxo de radiação gama de supernovas, pulsares, núcleos ativos de galáxias, etc.
Por exemplo, a galáxia ativa M87 situada a 50 milhões de anos-luz da Terra é uma fonte de raios gama ultra energéticos. Ela possui no seu centro um buraco negro com massa estimada em 6 bilhões de vezes a massa do Sol. Em 2009, os telescópios MAGIC, HESS, VERITAS, e uma rede de radiotelescópios VLBA (Very Long Baseline Array) que detetecta ondas de rádio com alta precisão espacial, obtiveram a imagem da galáxia M87 a seguir, onde o círculo branco indica a área dentro da qual há presença de raios gama de  extrema energia.
M87
© NRAO/AUI/NSF (galáxia M87)
A maior dificuldade na detecção de fótons gama é que as cascatas atmosféricas são muito semelhantes àquelas produzidas por raios cósmicos que consistem de partículas eletricamente carregadas (como prótons). Cerca de mil imagens de chuveiros atmosféricos registrados por um telescópio Cherenkov corresponde a um fóton gama, os restantes são raios cósmicos.
Cherenkov Telescope Array
© Cherenkov Telescope Array
Um projeto científico futuro é uma rede de telescópios Cherenkov, o CTA (Cherenkov Telescope Array), que propõe melhorar a captura do fluxo de raios gamas detectando faixas de energia acima de 100 TeV.
Fonte: Cosmonovas