sexta-feira, 30 de julho de 2010

Luas perturbam os anéis de Saturno

Os anéis de Saturno não são discos impassíveis de partículas: o material que os compõe é constantemente puxado e empurrado, o que causa deformações que se propagam pelo sistema.
anéis de Saturno
© NASA/Cassini (anéis de Saturno e as luas Dafne e Pã)
À esquerda na da imagem, a lua Dafne, com 8 km de diâmetro, afeta o material ao orbitar a Falha de Keeler, no Anel A. A lua tem uma órbita inclinada, e seu puxão gravitacional perturba as partículas na borda do anel, esculpindo a borda em ondas. O material na borda externa move-se mais devagar que a lua, então as ondas ficam no rastro de Dafne. À direita, o material na borda da falha de Encke apresenta ondas provocadas pela lua Pã, que possui 28 km de diâmetro.
A imagem, divulgada agora pela NASA, foi feita em luz visível em 3 de junho pela sonda Cassini, que se encontrava a uma distância de 531.000 km de Saturno. A escala é de 3 quilômetros por pixel.
Fonte: NASA

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Encontrada anã marrom em órbita de estrela semelhante ao Sol

Uma equipe internacional de astrônomos, usando Telescópio Gemini Sul, baseado no Chile, encontrou uma estrela anã marrom em uma órbita estreita ao redor de uma estrela semelhante ao Sol. Anãs marrons são astros maiores que planetas mas ainda incapazes de iniciar a fusão nuclear necessária para se tornarem estrelas normais.
 anã marron comparada com outros astros
© Observatório Gemini (anã marron comparada com outros astros)
O que torna a descoberta especial, de acordo com seus autores, é a proximidade entre a anão marrom, com 36 vezes a massa de Júpiter, chamada PZ Tel B, e sua estrela primária, PZ Tel A. Elas são separadas por apenas 18 Unidades Astronômicas (UA), aproximadamente a mesma distância entre Urano e o Sol.
sistema PZ Tel
© Observatório Gemini (PZ Tel A e PZ Tel B)
A maioria das anãs marrons jovens e planetas encontrados por observação direta estão separados da estrela principal de seus sistemas por distâncias maiores que 50 UA, superior à que existe entre o Sol e Plutão.
A estrela principal, PZ Tel A, é uma versão mais jovem do Sol, de massa semelhante mas com apenas 12 milhões de anos; o Sol tem quase 5 bilhões de anos. Isso faz do sistema PZ Tel um laboratório importante para estudar os estágios iniciais da formação de sistemas solares.
Fonte: Astrophysical Journal Letters

Descobertos pares de planetas gigantes ligados entre si

Centenas de planetas extrassolares já foram descobertos nos últimos 15 anos, a maioria deles mundos solitários orbitando suas estrelas em aparente isolamento. Novas observações, no entanto, mostraram que um terço dos sistemas contém dois ou mais planetas, mas distantes entre si. Agora, pesquisadores do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech) descobriram dois sitemas com pares de planetas gigantes presos num abraço orbital.
exoplanetas gasosos em órbita de um estrela
© Cheongho Han/IACE da Coreia (exoplanetas em órbita da estrela)
Em um dos sistemas, o par planetário gira em torno da estrela moribunda HD 200964, localizada a cerca de 223 anos-luz da Terra, a dança gravitacional dos planetas é mais apertada que em qualquer outro par já visto.
Um sistema planetário com gigantes tão próximos seria destruído rapidamente se os planetas não estivessem fazendo uma oscilação sincronizada. “É um enigma como os planetas acharam o ritmo”, acrescenta Eric Ford, da Universidade da Flórida.
Todos os quatro exoplanetas recém-descobertos são gigantes gasosos com mais massa que Júpiter, e como a maioria dos planetas já descobertos fora do Sistema Solar, foram encontrados medindo-se o deslocamento que causam na estrela central de seus sistemas.
A distância entre os planetas orbitando HD 200964 pode chegar a 0,35 UA (Unidade Astronômica), comparável à distância que separa a Terra de Marte.
Os planetas em órbita da segunda estrela estudada, 24 Sextanis, a 244 anos-luz da Terra, estão a 0,75 UA, ou cerca de 100 milhões de quilômetros. Em comparação, Júpiter e Saturno nunca estão a menos de  500 milhões de quilômetros um do outro.
Por causa de suas grandes massas e pequena distância, cada um dos planetas exerce uma profunda influência gravitacional em seu parceiro. A atração entre os planetas de HD 200964, por exemplo, é 700 vezes maior que o que existe entre a Terra e a Lua.
Os pares se mantém estáveis porque suas órbitas se encontram em ressonância. Quando planetas entram em ressonância, seus períodos orbitais se relacionam em uma razão de pequenos números inteiros. Numa ressonância 2:1, por exemplo, o planeta mais externo do par completa uma volta em torno da estrela no mesmo tempo em que o interior completa duas.
Os planetas de 24 Sextanis estão presos numa ressonância 2:1, que é o padrão mais comum e estável. Já os de HD 200964 estão num padrão 4:3.
Fonte: Astromical Journal

quarta-feira, 28 de julho de 2010

ESO divulga imagens de estrela brilhante

O Observatório Europeu do Sul, ESO, divulgou novas imagens obtidas com o instrumento Wide Field Imager, situado no Observatório de La Silla, Chile, da estrela brilhante WR 22, situada na região da Nebulosa de Carina.
WR 22
 © ESO (WR 22 e Nebulosa Carina)
O corpo celeste faz parte de um sistema de estrelas duplas e a sua massa é de pelo menos 70 vezes maior que a do Sol. Embora a estrela esteja a mais de 5 mil anos-luz de distância da Terra, é tão brilhante que pode ser observada a olho nu, se dispusermos de boas condições de observação.
As estrelas de grande massa morrem novas e algumas delas emitem, ao final das suas vidas, uma radiação tão intensa que liberam matéria para o espaço milhões de vezes mais depressa que as estrelas relativamente calmas, como é o caso do Sol. Estas estrelas raras, muito quentes e de grande massa são conhecidas como estrelas Wolf-Rayet, nomeadas pelos dois astrônomos franceses que primeiro as identificaram em 1867 por Charles Wolf e George Rayet usando espectroscopia visual no Observatório de Paris.
A WR 22 é um corpo celeste excepcionalmente brilhante. Associada à Nebulosa de Carina, também conhecida como NGC 3372, e a zona exterior desta imensa região de formação estelar. Situada no sul da Via Láctea forma o colorido resplandecente da imagem.
Fonte: ESO

sábado, 24 de julho de 2010

Nasa divulga o mais completo mapa de Marte

O melhor atlas já feito do planeta Marte está disponível na internet, onde pode ser consultado por cientistas profissionais, amadores ou internautas curiosos. O acesso é através do site da Universidade Estadual do Arizona. A seguir uma imagem do atlas de Marte com zoom no Olympus Mons, o maior vulcão do sistema solar.
olympus mons em marte
© NASA (Olympus Mons em Marte)
O mapa foi construído a parir de 21.000 fotografias obtidas pelo Sistema de Imagem por Emissão Térmica ("Themis"), uma câmera de infravermelho a bordo da sonda Mars Odissey, da Nasa. A câmera  começou a fotografar Marte há oito anos.
As imagens foram suavizadas, combinadas, misturadas e controladas cartograficamente, para produzir um mosaico gigantesco. Usuários podem "deslizar" sobre as fotos, ampliá-las ou reduzi-las.
relevo da superfície marciana
© NASA (relevo da superfície marciana)
Em zoom total, os menores detalhes da superfície têm diâmetro de 100 metros. Algumas regiões específicas de Marte já foram fotografadas em resolução maior, mas esta é a melhor disponível para o planeta como um todo.
O programa JMARS (Java Mission-planning and Analysis for Remote Sensing) é um sistema de mapeamento geoespacial do planeta Marte por intermédio de sondas de várias missões da NASA, tais como: Mars Explorer, Mars Odyssey e Mars Reconnaissance Orbiter. O programa pode ser obtido via download através dos links:
Fonte: NASA

sexta-feira, 23 de julho de 2010

A maior molécula existente no espaço

O Telescópio Espacial Spitzer, da NASA, descobriu no espaço, pela primeira vez, moléculas de carbono  chamadas de fulerenos, conhecidas como buckyballs, que consistem de 60 (C60) ou 70 (C70) átomos de carbono dispostos em estruturas esféricas tridimensionais, alternando hexágonos e pentágonos, que foram observadas pela primeira vez em laboratório há apenas 25 anos.
fulerenos
© NASA (desenho de moléculas de fulerenos)
Elas devem seu nome à semelhança com as cúpulas geodésicas do arquiteto Buckminster Fuller, que têm círculos interligados na superfície de uma meia-esfera. Os cientistas já acreditavam que elas poderiam existir flutuando no espaço, mas ninguém havia conseguido detectá-las até agora. As bolas de carbono foram localizadas em uma nebulosa planetária chamada Tc 1. Elas foram encontradas nessas nuvens, talvez refletindo uma fase curta da vida da estrela, quando ela arremessa para o espaço uma nuvem de material rico em carbono.
“Nós encontramos aquelas que são agora as maiores moléculas existentes no espaço. Estamos particularmente entusiasmados porque elas têm propriedades únicas que as torna elementos importantes para todos os tipos de processos físicos e químicos acontecendo no espaço”, disse o astrônomo Jan Cami, da Universidade de Western Ontario, no Canadá.
modos de vibração dos fulerenos
© NASA/Spitzer (espectro dos fulerenos)
Estas moléculas estão aproximadamente a temperatura ambiente, a temperatura ideal para emitir os distintos padrões de luz infravermelha que o Spitzer consegue detectar. Segundo Cami, o Spitzer olhou para o lugar certo na hora certa. Um século mais tarde, e as buckyballs poderiam estar frias demais para serem detectadas.
As buckyballs vibram em uma grande variedade de modos, são 174 maneiras diferentes de oscilar, para ser mais exato. Quatro desses modos de vibração fazem as moléculas absorver ou emitir luz infravermelha. Todos os quatro modos foram detectados pelo Spitzer.
Os astrônomos estudaram os dados, um espectro como o mostrado na figura, para identificar as assinaturas, espécies de impressões digitais das moléculas. Os quatro modos de vibração das buckyballs estão indicados pelas setas vermelhas. Da mesma forma, o Spitzer identificou os quatro modos de vibração das moléculas C70, indicados pelas setas azuis.
O professor Harold W. Kroto da Universidade Estadual da Flórida e Nobel de Química em 1996 pela descoberta dos fulerenos comemorou o fato, e disse: "Esse avanço entusiasmante fornece provas convincentes de que os fulerenos, como sempre suspeitei, existiram desde tempos imemoriais nos recantos escuros da nossa galáxia.
Fonte: Science e NASA

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Estrela hiperveloz é expulsa da Via Láctea

Cem milhões de anos atrás, um sistema estelar triplo passava pelo movimentado centro  da Via Láctea quando passou perto demais do buraco negro central da galáxia, que capturou uma das estrelas arremessou as outras duas para fora da Via Láctea. No caminho, as duas estrelas ejetadas fundiram-se numa só.
movimento da estrela HE 0437-5439
© NASA (ilustração do movimento da estrela HE 0437-5439)
Essa história é, de acordo com pesquisadores que fizeram uso do Telescópio Espacial Hubble, o cenário mais provável para a chamada "estrela hiperveloz", conhecida como HE 0437-5439 e uma das mais rápidas já detectadas. Ela está abrindo caminho pelo espaço a uma velocidade de 2,5 milhões de quilômetros por hora, três vezes a velocidade orbital do Sol em torno do núcleo da galáxia.
 sistema triplo de estrelas na via láctea-1         sistema triplo de estrelas na via láctea-2
sistema triplo de estrelas na via láctea-3          sistema triplo de estrelas na via láctea-4
sistema triplo de estrelas na via láctea-5
 © NASA/Cosmo Novas (ilustração do sistema triplo de estrelas)
As observações feitas pelo Hubble confirmam que a estrela emerge do centro da Via Láctea. A seguir a imagem mostra a localização da estrela HE 0437-5439).
  localização da estrela HE 0437-5439
© Cartes du Ciel/Cosmo Novas (localização da HE 0437-5439)
Astrônomos acreditam que a maioria das cerca de 16 estrelas hipervelozes conhecidas são exiladas do núcleo da galáxia, mas o resultado atual é a primeira observação direta ligando numa estrela de altíssima velocidade ao centro.
"Usando o Hubble, podemos traçar da onde a estrela vem, medindo sua direção de movimento pelo céu. Sua direção aponta diretamente para fora do núcleo", disse, o astrônomo Warren Brown, do Centro  Harvard-Smithsonian de Astrofísica, nos EUA. "Essas estrelas exiladas são raras na população de 100 bilhões de estrelas da Via Láctea. Para cada 100 milhões de estrelas da galáxia há uma estrela hiperveloz".
Os movimentos dessas estrelas desligadas da galáxia podem revelar a forma de distribuição da matéria escura que cerca a galáxia. "O puxão gravitacional da matéria escura é medido pelo formato da trajetória das estrelas hipervelozes para fora da Via Láctea", explica Oleg Gnedin, da Universidade de Michigan.
A estrela exilada já está percorrendo a periferia distante da Via Láctea, bem acima do disco galáctico, a cerca de 200.000 anos-luz do centro. Em comparação, o diâmetro da Via Láctea é de 100.000 anos-luz.
Com base em sua posição e velocidade, HE 0437-5439 teria de ter 100 milhões de anos de idade para ter tido tempo de viajar do núcleo galáctico até sua posição atual. Mas sua massa, que é nove vezes a do Sol , e sua cor azul significam que ela deveria ter se apagado em apenas 20 milhões de anos.
A explicação mais provável é que a estrela tenha nascido como parte de um sistema triplo, e surgido por meio da fusão de duas parceiras. Esse conceito de o buraco negro central da galáxia emprestar a estrelas velocidade suficiente para que escapem de vez da Via Láctea foi proposto originalmente em 1988. A teoria prevê que o buraco negro deve ejetar uma estrela a cada 100.000 anos.
Fonte: NASA

quarta-feira, 21 de julho de 2010

A estrela de maior massa do Universo?

Astrônomos britânicos descobriram o que se acredita ser a estrela de maior massa do Universo, cuja massa atual é 265 vezes maior do que o Sol e a luminosidade cerca de 10 milhões de vezes mais intensa.
 cluster RMC 136a
© ESO (agrupamento de estrelas RMC 136a)
Usando o Telescópio Extremamente Grande, no Chile, da ESO (Organização Europeia para a Investigação Astronômica no Hemisfério Sul, na sigla em inglês), que reúne 14 países, e informações de arquivo capturadas pelo telescópio espacial Hubble, da Nasa (agência espacial americana), a equipe liderada pelo astrofísico Paul Crowther, da Universidade de Sheffield, calculou que a massa da estrela gigante teria sido 320 vezes maior que a do sol no momento de sua formação, ou seja, pelo menos o dobro da massa da maior estrela já encontrada.
estrela R136a1
© ESO (estrela RMC 136a1 no centro)
A estrela, batizada de RMC 136a1, faz parte do agrupamento de estrelas jovens RMC 136a. Os astrônomos também encontraram outras estrelas imensas no agrupamento NGC 3603.
NGC 3603
© NASA/Hubble (NGC 3603)
Ambos agrupamentos estelares foram apelidados de "fábricas de estrelas", já que novos astros se formam constantemente a partir da extensa nuvem de gás e poeira das nebulosas.
O NGC 3603 fica a 22 mil anos-luz do Sol, na Nebulosa da Tarântula, e o RMC 136a fica em uma galáxia vizinha à nossa, a Grande Nuvem de Magalhães, a 165 mil anos-luz de distância.
Segundo o artigo publicado na revista científica "Monthly Notices of the Royal Astronomical Society", a expectativa é de que estrelas colossais como as encontradas existam apenas durante alguns milhões anos, antes de explodirem.
A existência de estrelas como essas, era mais comum no início do Universo. É pouco provável que alguma dessas estrelas venha a ter planetas orbitando a seu redor, já que demoram mais tempo para serem formados que a "curta" vida das estrelas.
Muitas das estrelas observadas têm temperatura superior a 40 mil graus Celsius, mais de sete vezes superior à temperatura do Sol, além de serem dezenas de vezes maiores e milhões de vezes mais brilhantes que o astro.
Com um pouco mais de um milhão de anos, a estrela mais extrema, a RMC 136a1 já está na 'meia idade' e perdeu mais de um quinto de sua massa inicial neste período, ou mais de 50 massas solares.
A seguir a imagem mostra o tamanho comparativo das estrelas.
tamanho das estrelas
 © Cosmo Novas (tamanho das estrelas)
Se a RMC 136a1 substituísse o Sol em nosso Sistema Solar, "a sua grande massa reduziria a duração de um ano na Terra para apenas três semanas e banharia o planeta em uma radiação ultravioleta incrivelmente intensa, tornando a vida impossível em sua superfíce", afirma Raphael Hirschi, da Universidade de Keele, integrante da equipe.
Estrelas como essas são extremamente raras e se formam apenas nos agrupamentos estelares mais densos.
Se houvesse algum planeta dentro do agrupamento RMC 136, o céu nunca escureceria, já que a densidade de estrelas na região é 100 mil vezes maior do que em torno do Sol e muitas delas são extremamente brilhantes.
A descoberta da RMC 136a1 provoca a extensão do limite do tamanho máximo para estrelas, que atualmente é de 150 massas solares.
Fonte: ESO e NASA

domingo, 18 de julho de 2010

Quasar gera lente gravitacional no espaço

Astrônomos do Instituto de Tecnologia da Califórnia, o Caltech, e da Escola Politécnica Federal de Lausanne, na Suíça, descobriram o primeiro caso de uma galáxia distante cuja imagem é ampliada pela gravidade de um quasar, que atua como uma lente. A descoberta é publicada na edição mais recente do periódico Astronomy & Astrophysics.
lente gravitacional gerada pelo quasar
© EPFL/Caltech/WMKO (quasar gera uma imagem dupla da galáxia)
Cientistas acreditam que quasares, objetos extremamente luminosos das regiões mais distantes do Universo, são alimentados pela energia de buracos negros supermassivos, no núcleo de galáxias. Um único quasar pode ser mais brilhante que uma galáxia inteira, o que torna o estudo das galáxias que abrigam esses objetos extremamente difícil. Mas a nova descoberta oferece uma janela para esse tipo de pesquisa.
"É meio como olhar para os faróis de um carro e tentar discernir a cor das bordas", disse Frédéric Courbin, de Lausanne, o principal autor do trabalho. Usando lentes gravitacionais é possível medir a massa das galáxias que hospedam quasares.
De acordo com a Teoria da Relatividade Geral, se uma grande massa, como uma galáxia, é posicionada na linha de visão entre a Terra e um outro objeto luminoso mais distante, parte da luz vinda dessa fonte vai se desviar. Por causa disso, um observador na Terra verá duas ou mais imagens do objeto de fundo, agora amplificado. A análise do fenômeno permite a dedução de propriedades do objeto que causa o efeito de lente.
Para descobrir a lente gravitacional de quasar, os astrônomos vasculharam uma grande base de dados acumulada pela Sloan Digital Sky Survey (SDSS). O melhor candidato, SDSS J0013+1523, foi encontrado a 1,6 bilhão de anos-luz. Ele estava distorcendo a luz de uma galáxia a 7,6 bilhões de anos-luz.
Fonte: Astronomy & Astrophysics

sábado, 17 de julho de 2010

WISE mapeia 95 asteroides próximo da Terra

O primeiro mapeamento do espaço feito pelo telescópio Wide-field Infrared Survey Explorer (WISE), da Nasa, foi completado hoje, com a descoberta de 25 mil novos asteroides em seis meses de atividades.
supernova tycho
© WISE/NASA (supernova Tycho)
Apenas 95 do montante são corpos considerados próximos da Terra, inscritos em um raio de 43 milhões de quilômetros. Esse valor representa aproximadamente um terço da unidade astronômica, medida da distância entre o Sol e a Terra.
Voltado para a detecção de radiação infravermelha, o equipamento consegue captar sinais de calor e ondas encobertas ou mais difíceis de serem notadas por telescópios convencionais.
Lançada em dezembro do ano passado, o projeto custou US$ 320 milhões e tem como objetivo, até o final de 2010, realizar um censo cósmico de objetos recém-encontrados. Pesquisadores querem saber mais sobre como planetas, estrelas e galáxias foram formados com base nos resultados apresentados pelo WISE.
O telescópio da agência espacial norte-americana também desvendou 15 novos cometas. Centenas de potenciais estrelas-anãs de cor marrom, tidas como corpos gasosos muito menores que o Sol, porém maiores que planetas, foram vislumbradas com 20 confirmações. Uma galáxia superluminosa, localizada a 10 bilhões de anos-luz e provável consequência da fusão de galáxias que colidiram, também foi objeto das investigações do WISE.
Fonte: NASA

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Hubble registra cauda em exoplaneta gigante

Pesquisadores usando o Telescópio Espacial Hubble confirmaram a existência de um objeto que pode ser classificado como um "planeta cometário". O gigante gasoso, chamado HD 209458b, orbita tão perto de sua estrela que a atmosfera aquecida está fugindo para o espaço.
exoplaneta HD 209458b
© NASA (ilustração da cauda de HD 209458b)
Observações feitas com o instrumento do Hubble chamado Espectrógrafo Origens Cósmicas (COS, na sigla em inglês) indicam que potentes ventos estelares varrem o material eliminado pela atmosfera para trás do planeta, moldando os gases eliminados numa cauda como a de um cometa.
"Desde 2003 que cientistas teorizam que a massa perdida está sendo empurrada para trás numa cauda, e já há cálculos de como ela deve ser", afirmou o astrônomo Jeffrey Linsky, líder do estudo. "Acredito que temos a melhor evidência observacional para apoiar essa teoria. Medimos o gás que deixa o planeta em velocidades específicas".
O planeta, localizado a 153 anos-luz da Terra, tem uma massa pouco menor que a de Júpiter, mas a distância que o separa da estrela é apenas 1% da que existe entre Júpiter e o Sol. Este é um dos planetas extrassolares mais longamente estudados, porque foi um dos primeiros planetas descobertos a fazer trânsitos, isto é, cortar a linha de visão entre sua estrela e a Terra.
Durante um trânsito, astrônomos têm a oportunidade de estudar a estrutura e a composição química da atmosfera planetária, a partir da luz estelar que se filtra por ela.
O COS detectou elementos pesados, carbono e silício, na atmosfera superaquecida de quase 1.100º C. Essa detecção revelou que a estrela está aquecendo a atmosfera por inteiro, arrastando para o alto os elementos mais pesados e permitindo que escapem para o espaço.
O instrumento também mostrou que o material que deixa o planeta não parte todo na mesma velocidade.Foi encontrado gás escapando a altas velocidades, com uma grande parte fluindo a mais de 30.000 km/h. Esse grande fluxo de gás é arrastado pelo vento estelar para formar uma cauda que segue o planeta.
Observações do Hubble em 2003 já sugeriam a existência de uma cauda em Osíris. Contudo, a Nasa afirma que a confirmação pode ocorrer apenas com a combinação de alta sensitividade em ultravioleta e uma boa resolução do espectro.
O planeta HD 209458b  ainda levará um bom tempo para ser totalmente destruído, o novo estudo estipula que isso leve cerca de 1 trilhão de anos.
Fonte: The Astrophysical Journal

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Maior explosão de raios-X detectada cega telescópio orbital

O feixe de raios X mais brilhante  já detectado vindo de fora da região da Via Láctea cegou, temporariamente, a câmera do Observatório Espacial Swift, da Nasa.
GRB 100621A
© Swift/NASA (fonte de raios X da GRB 100621A)
Os raios X viajaram pelo espaço por 5 bilhões de anos antes de atingir e sobrecarregar o telescópio de raios X do Swift, em 21 de junho. O feixe de radiação veio de uma explosão de raios gama, uma violenta erupção de energia gerada pela transformação de uma estrela em buraco negro.
"Esta explosão de raios gama é, de longe, a mais brilhante fonte de luz  nos comprimentos de onda dos raios X já vista a distâncias cosmológicas", disse David Burrows, principal cientista encarregado do telescópio de raios X do Swift.
Embora o satélite tenha sido projetado para estudar explosões de raios gama, seus instrumentos não foram criados para tolerar um feixe de raios X tão brilhante.
A explosão, batizada GRB 100621A, foi a fonte de raios X mais intensa já detectada pelo Swift desde o início das observações nessa faixa do espectro, em 2005.
"A explosão foi tão brilhante que quando irrompeu nosso software de análise de dados desligou-se", disse Phil Evans, que criou partes da programação do satélite. "Havia tantos fótons bombardeando o detector a cada segundo que ele simplesmente não era capaz de contá-los com velocidade suficiente".
O software voltou a funcionar pouco depois, capturando a evolução da explosão ao longo do tempo, e Evans recuperou os dados do período "cego". Os cientistas conseguiram então determinar que o fluxo de fótons, no brilho máximo, foi de 143.000 por segundo, mais de 140 vezes o brilho máximo da maior fonte contínua de raios X conhecida no céu, e que é uma estrela de nêutrons localizada muito mais perto da Terra que o ponto de origem da explosão.
Explosões de raios gama tipicamente começam com um flash súbito de raios gama e raios X, e em seguida perde intensidade até deixar para trás apenas um brilho tênue em frequências mais baixas, como o ultravioleta. Surpreendentemente, a explosão recorde em raios X teve apenas intensidade média em luz visível e ultravioleta.
Fonte: NASA

terça-feira, 13 de julho de 2010

Hubble captura imagem de estrela morrendo

O telescópio Hubble capturou imagens raras de uma estrela em seus últimos dias. À medida que estrelas parecidas com o Sol envelhecem, elas se transformam em gigantes vermelhas. E quando essa fase chega ao fim, elas começam a lançar sua atmosfera no espaço. Os arredores da estrela acumulam poeira quando ela ainda está relativamente fria. Nessa altura do processo, a nuvem de poeira brilha ao refletir a luz do centro da estrela, e a poeira quente emite radiação infravermelha.
nebulosa iras 19475 3119
© ESA/NASA (nebulosa planetária capturada pelo telescópio Hubble)
Foi essa radiação que o satélite Iras detectou em 1983, atraindo a atenção de astrônomos para a nebulosa Iras 19475+3119. A nebulosa, localizada na constelação do Cisne, fica a cerca de 15 mil anos luz da Terra, no mesmo plano da Via Láctea. Os jatos do objeto criam lobos ocos em ângulos diferentes, eventos raros e efêmeros.
O prosseguimento do envelhecimento estelar, com mais atmosfera e materiais sendo lançados no espaço, faz com que o núcleo mais quente da estrela passe a ser revelado. A radiação ultravioleta liberada nesse processo faz com que a poeira brilhe fortemente, criando uma nebulosa planetária, porém não há planetas envolvidos.
A imagem do Hubble foi criada pela composição de imagens obtidas pelo canal de alta resolução do telescópio. A luz vermelha foi capturada por um filtro que deixa passar as luzes amarela e vermelha e a luz azul foi grava por meio de um filtro azul padrão. A camada verde da imagem foi criada pela combinação das imagens vermelha e azul.
Os tempos de exposição total da imagem foram 24 segundo, para a luz vermelha, e 245 segundo, para a luz vermelha.
Fonte: ESA e NASA

domingo, 11 de julho de 2010

Eclipse do Sol na ilha de Páscoa

Milhares de turistas e cientistas assistiram neste domingo a um eclipse solar total na Ilha de Páscoa, na costa do Chile, famosa por suas misteriosas estátuas.
eclipse solar
© AFP (eclipse do Sol)
O único fenômeno do tipo deste ano pode ser visto apenas de algumas ilhas do Pacífico Sul, a partir das 15h15 (de Brasília). Ele chegou à Ilha de Páscoa às 17h11, antes de terminar em algumas regiões no sul da Argentina e do Chile.
A população da ilha chilena dobrou por causa do eclipse solar, chegando a 8 mil pessoas, mas desde cedo, o tempo nublado já dava mostras de que o espetáculo não seria completo.
O eclipse solar acontece quando o Sol e a Lua se alinham com a Terra. Como o Sol é cerca de 400 vezes maior do que a Lua, mas também está a uma distância cerca de 400 vezes maior da Terra, quando os corpos celestes se alinham, em certas regiões da Terra, a Lua parece tapar o Sol.
O efeito durou pouco menos de cinco minutos na Ilha de Páscoa. Antes o acontecimento, o tempo estava nublado, mas pouco antes do eclipse, as nuvens se dissiparam, deixando o céu azul à mostra.
O eclipse cruzou cerca de 11 mil km da Terra, mas a maior parte da sombra ficou sobre o Pacífico. O momento mais longo do elipse, de quase 5,5 min, aconteceu no meio do oceano.
O governo da ilha chilena afirmou que estava preparado para receber o grande número de pessoas e reforçou a segurança no sítio arqueológico em que ficam as estátuas de pedra de 3 mil anos.
A Ilha de Páscoa foi parcialmente evacuada em fevereiro, por causa do terremoto que sacudiu o Chile, mas segundo as autoridades, quer mostrar que está de volta ao mapa do turismo mundial.
Fonte: BBC Brasil

sábado, 10 de julho de 2010

Sonda Rosetta mostra asteroide a 450 milhões de km da Terra

A sonda europeia Rosetta passou neste sábado, por volta das 12h (horário de Brasília) a 3,2 mil km do asteroide Lutetia, situado entre as órbitas de Marte e de Júpiter, indicou a ESA (agência espacial europeia).
asteroide lutetia
© ESA (asteroide Lutetia)
A sonda, que perdeu, como era previsto, seu sinal de rádio com a Terra até 12h05, voltou a ter contato às 12h45, indicou o diretor de operações da nave, Andrea Accomazzo, durante uma transmissão pela internet a partir do Centro Europeu de Operações Espaciais (ESOC), em Darmstadt (Alemanha). "Concluímos a fase de sobrevoo", declarou.
Como Rosetta encontra-se a 450 milhões de km da Terra, são necessários 25 minutos para que os sinais enviados cheguem aos centros de controle. Durante a fase de sobrevoo, Rosetta deveria fazer imagens do asteroide, um objeto maciço de mais de 100 km de diâmetro que poderá dar informações sobre o passado do sistema solar.
lutetia e saturno
© ESA (asteroide Lutetia e o planeta Saturno)
Após a análise das informações, as primeiras imagens foram apresentadas por cientistas da ESA neste sábado.
Durante a transmissão, as imagens tiradas quando Rosetta ainda estava a 80 mil km de Lutetia, para onde se dirigia a uma velocidade de 55 mil km/h, mostraram a presença de crateras em sua superfície.
Rosetta, lançada em 2004 no encalço do cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko com o qual deverá se encontrar em 2014, já havia feito uma primeira incursão em 2008 no principal cinturão de asteroides, que reúne milhares de rochas de formas e tamanhos diferentes.
O asteroide Lutetia foi descoberto em 1852 em Paris e foi batizado com o nome latino da capital francesa.
Fonte: ESA

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Descobertas realizadas por sonda lunar

A sonda Orbital de Reconhecimento Lunar (LRO, na sigla em inglês) completou no dia 23 de junho um ano na órbita do nosso satélite natural. Para comemorar, a Nasa (agência espacial americana) elegeu as dez observações mais interessantes do equipamento. Os registros vão de "riachos" lunares aos primeiros passos do homem na Lua.
lado distante da lua
© NASA (o lado distante da Lua)
O lugar mais frio do sistema solar
No ano passado, a sonda encontrou um lugar na Lua, no fundo da cratera Hermite, onde a temperatura chega a -248°C. Esse é o local mais frio conhecido no Sistema Solar. Para se ter uma ideia, a superfície do planeta anão Plutão chegua a -184°C. Outros locais extremamente frios foram encontrados no fundo de crateras no polo sul do satélite natural.
Os primeiros passos de astronautas
Em 20 de julho de 1969, os astronautas Neil Armstrong e Buzz Aldrin entraram para a história ao dar os primeiros passos na Lua. Eles passaram cerca de duas horas e meia para tiras fotografias e realizar alguns experimentos científicos, antes de retornar ao módulo e iniciar o retorno à Terra. A sonda da Nasa conseguiu registrar imagens do local do pouso da Apollo 11, inclusive de parte do módulo que ficou na Lua, rastros deixados pelos astronautas e outros equipamentos deixados para trás.
As marcas da Apollo 14
A Apollo 14 tinha como uma das missões coletar amostras da borda da cratera Cone. Contudo, após 1,4 mil m de caminhada em direção à cratera, o controle da missão notou que Alan Shepard e Edgar Mitchell estavam com batimentos cardíacos muito acelerados devido ao desgaste. Além disso, a agenda apertada da missão fez com que a Nasa determinasse que os astronautas retornassem, desistindo da empreitada. A LRO encontrou o local de pouso e os rastros da Apollo 14 e descobriu que os astronautas precisavam caminhar apenas mais 30 m para chegar à borda da cratera.
Sonda russa perdida
A sonda robótica russa Lunokhod 1 percorreu cerca de 10 km da superfície lunar em 1970. Cerca de 10 meses depois, em 1971, os cientistas da Rússia perderam contato com a sonda e tentaram encontrá-la lançando lasers em seus espelhos refletores, que retornam o laser na mesma direção. Cerca de 40 anos depois, em março, a LRO conseguiu encontrar a sonda desaparecida. Testes com laser confirmaram que era o equipamento russo e que seus espelhos refletores ainda funcionavam perfeitamente, com cinco vezes mais precisão que os do Lunokhod 2, que foram utilizados durante anos por cientistas em experimentos. A Lunokhod 1 estava a quilômetros de distância de onde a equipe de busca dos anos 70 acreditava.
O lado negro da Lua ou o lado distante da Lua
A ação da gravidade da Terra fez com que a rotação da Lua diminuísse tanto que ela sempre mostra apenas uma face ao nosso planeta. Segundo a Nasa, se referiu de maneira errada à face "escondida" de "lado negro", mas o correto é chamá-la de "lado distante" da Lua, já que ela recebe tanta luz do Sol quanto a face próxima. A agência afirma que a LRO está registrando muitos dados dessa metade do satélite natural, ela descobriu, por exemplo, que ela tem mais crateras e algumas dos lugares mais interessantes da Lua, como as maiores crateras do sistema solar.
Contagem de crateras e pedras
Segundo a Nasa, a câmera do LRO tem uma resolução 10 vezes maior que qualquer outra sonda ou nave que se aproximou da Lua. Essa capacidade levou ao registro de detalhes nunca vistos anteriormente, principalmente de crateras e pedras lunares, algumas com apenas alguns metros de diâmetro. Os cientistas estudaram os tamanhos, formas e distribuição para comparar as regiões da Lua e também compará-las com lugares como a Terra e Marte. Os astrônomos afirmam que esse tipo de estudo ajuda a entender a história natural do sistema solar. O projeto Moon Zoo (www.moonzoo.org) ainda permite que qualquer pessoa contribua com esse trabalho ao ajudar na contagem de crateras e rochas.
Montanhas
Enquanto na Terra as montanhas levam milhões de anos para serem formadas, através de uma lento e gradual processo de colisão de placas tectônicas, na Lua mesmo o mais alto monte se forma em minutos. A diferença é que no nosso satélite natural a geografia é mais afetada por asteroides e cometas que se chocam contra a superfície e formam picos que rivalizam em tamanhos com os do nosso planeta. Durante testes de câmera no ano passado, a LRO pôde registrar a superfície lunar por outro ângulo. Imagens da cratera Cabeus, por exemplo, mostram o terreno montanhoso do satélite natural. Além disso, a sonda pôde registrar o momento do impacto da missão LCROSS, que foi enviada à cratera. A LRO foi posicionada de uma maneira que conseguiu registrar tanto a nuvem de gás quanto o calor gerados pelo impacto.
"Riachos"
Os "riachos" são longas e estreitas depressões na superfície lunar que se assemelham, no seu formato, aos rios na Terra. Algumas são retas, outras são curvas e até sinuosas. Eles são visíveis às imagens de radar, que também podem ser registradas pela LRO. Os cientistas ainda tentam entender como essas estruturas se formaram no nosso satélite natural. Uma das hipóteses é de que eles tenham se formado por rios de magma. Os astrônomos acreditam que as observações da sonda ajudarão a compreender melhor os "riachos".
Fossos lunares
A LRO está registrando as mais detalhadas imagens de pelo menos dois fossos lunares, que são gigantescos buracos na superfície lunar. As observações levaram a Nasa a acreditar que esses buracos foram criados pela ação de tubos de magma, possivelmente aliados ao impacto de um meteorito. Segundo a Nasa, um dos fossos, o Marius Hills, tem 65 metros de diâmetro e profundidade estimada entre 80 e 88 metros.
Áreas constantemente iluminadas pelo Sol
Um dos principais objetivos da LRO é pesquisar a iluminação solar na Lua, que tanto fornece calor como é uma fonte de energia. Com os registros da sonda, os astrônomos conseguiram criar um mapa detalhado da iluminação, descobrindo que algumas áreas que chegam a ficar 243 dias recebendo luz do Sol e nunca tem um período de total escuridão maior que 24 horas.
Fonte: NASA e Portal Terra

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Bolha gigante criada por buraco negro

Astrônomos afirmam ter descoberto o mais poderoso par de jatos já observado no espaço. Os jatos são resultantes de um pequeno buraco negro. O objeto, também conhecido como microquasar, criou uma enorme bolha de gás quente e partículas com uma dimensão de 1 mil anos-luz, o que indica que ele é duas vezes maior e dezenas de vezes mais poderoso que qualquer outro microquasar conhecido.
buraco negro e bolha de gás
© ESO (bolha de gás criada por buraco negro, concepção artística)
"Ficamos espantados com a quantidade de energia ejetada no gás pelo buraco negro", diz o autor principal da pesquisa, Manfred Pakull. "Este buraco negro tem apenas algumas vezes a massa do Sol, mas é uma verdadeira versão em miniatura dos mais poderosos quasares e radiogaláxias, os quais contêm buracos negros com massas de alguns milhões de vezes a massa do Sol", afirma.
Os astrônomos basearam a pesquisa em observações do telescópio de raio-X Chandra, da Nasa, e do Telescópio Muito Grande (VLT, na sigla em inglês), do ESO (Observatório Europeu do Sul).
Os buracos negros são conhecidos por libertarem enormes quantidades de energia enquanto absorvem matéria. Acreditava-se que a maior parte dessa energia era liberada sob a forma de radiação, principalmente as que podem ser registradas por raio-X. Mas o novo estudo indica que alguns buracos negros podem libertar tanta energia, e talvez até mais, sob a forma de jatos colimados de partículas em alta velocidade.
Esses jatos se chocam contra o gás interestelar, aquecendo e causando sua expansão. A bolha criada contém gás quente e partículas super-rápidas a diferentes temperaturas. Observações em diferentes comprimentos de onda (como raio-X, rádio e ótico) ajudam a medir essa temperatura. Ao observar as regiões onde os jatos e o gás se chocam, é possível calcular que essa bolha cresce a uma velocidade de aproximadamente 1 milhão de km/h.
ngc 7793
© NASA/Spitzer (NGC 7793)
"O tamanho dos jatos na NGC 7793 é impressionante quando comparado com o tamanho do buraco negro a partir do qual são ejetados", diz o coautor da pesquisa Robert Soria. "Se o buraco negro fosse do tamanho de uma bola de futebol, cada jato iria se estender da Terra até além da órbita de Plutão."
Segundo o ESO, esse estudo ajudará em futuras pesquisas sobre semelhanças entre buracos negros pequenos formados de explosões de estrelas e os buracos negros supermassivos que se encontram no centro de galáxias.
O buraco negro observado fica a 12 milhões de anos-luz da Terra na periferia da galáxia espiral NGC 7793. Os cientistas acreditam, após calcular o tamanho e a velocidade de expansão da bolha, que esses jatos estão ativos há cerca de 200 mil anos.
Fonte: ESO

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Explosão de estrela iniciou o sistema solar

Quando uma estrela morre, ela dá origem a outra. Os restos da antiga acabam por fazer parte de uma nova. O "ciclo da vida" estelar ocorre há bilhões de anos e é responsável pela criação de novos elementos, desde as primeiras estrelas de hidrogênio e hélio até as atuais que possuem elementos mais pesados, como carbono, ferro e oxigênio.
anel de supernova
© NASA (anel de gás brilha gerado por uma supernova)
Além de ter papel fundamental na criação da maioria dos elementos que compõem os nossos corpos, um novo estudo indica que esse ciclo também pode ter sido o "estopim" do surgimento do sistema solar, há cerca de 4,5 bilhões de anos.
Segundo os pesquisadores, um modelo indica que a onda de choque de uma supernova (explosão ocorrida no fim da vida de uma estrela supermassiva) a muitos anos-luz provavelmente deu início ao colapso da nuvem de moléculas que viria a formar o Sol e os planetas do nosso sistema.
Astrofísicos encontraram as "impressões digitais" de radioisótopos de vida curta, que há muito tempo se tornaram elementos mais estáveis, em meteoritos primitivos. Segundo os cientistas, esse radioisótopos só poderiam ter sido incorporados pelos primeiros corpos do sistema solar se eles chegassem a esses corpos por um cataclisma próximo, como uma explosão estelar ou uma estrela que "jogasse" esse material para cá.
Alguns pesquisadores criaram a hipótese de que esses isótopos de vida curta chegara em uma onda de choque forte o suficientes para colapsar a nuvem de moléculas pré-solar, dando início à formação do sistema e injetando novos materiais sintetizados pela estrela morta. Contudo, os modelos iniciais falharam em simular como teria ocorrido uma "entrega" de matéria suficiente para o sistema nascente.
O pesquisador Alan Boss, coautor do estudo, e sua equipe então começaram a testar diversos parâmetros de como esse choque teria ocorrido. Segundo Boss, a incorporação no modelo de ondas de choque mais finas e controladas resolveu o problema. Além disso, o modelo indica que o "gatilho" da criação do sistema solar pode ter sido criado tanto por uma supernova quanto pelo material ejetado por uma estrela do ramo gigante assintótico (AGB, na sigla em inglês).
Segundo o cientista Gary Huss, da Universidade do Havaí, nos EUA, o estudo reforça diversos estudos anteriores que aponta para uma massiva supernova como a fonte dos elementos de vida curta nos primórdios do sistema solar.
Os pesquisadores pretendem agora passar o modelo de duas para três dimensões, o que exige uma capacidade computacional maior, mas resulta em melhores pistas para entender a formação do nosso sistema.
Fonte: Scientific American

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Telescópio Planck revela radiação cósmica

Pesquisadores trabalhando com o telescópio europeu Planck, o maior experimento de cosmologia em quase uma década, divulgaram seu primeiro mapa celeste completo da radiação cósmica de fundo, a "luz mais antiga" do Universo.
radiação cósmica de fundo
© ESA/Planck (radiação cósmica de fundo)
O telescópio de 600 milhões de euros, que capta radiação com frequências abaixo do infravermelho (não visível), foi lançado no ano passado e levou seis meses para montar o primeiro mapa.
A imagem mostra a Via Láctea como uma linha brilhante atravessando horizontalmente todo o centro do mapa. Acima e abaixo dessa linha, podem ser vistas grandes quantidades de pontos amarelos. Esses pontos, tanto na Via Láctea, quanto acima e abaixo dela, representam gás e poeira cósmicas. Não são estrelas, pois o telescópio não registra luz visível.
Grande parte dessa radiação, acreditam os cientistas, originou-se 380 mil após o "Big Bang", quando a matéria havia se resfriado o suficiente para que a formação de átomos fosse possível.
Antes disso, o cosmos seria tão quente que matéria e radiação estariam acopladas, e o Universo seria opaco.
Um dos principais objetivos do projeto é encontrar evidências para a "inflação", uma do incipiente Universo a velocidades acima da velocidade da luz.
Segundo a teoria, se essa "inflação" ocorreu, ela deveria estar registrada na radiação cósmica de fundo e seria passível de detecção.
O telescópio Planck é uma das principais missões da ESA (agência espacial europeia). Lançado em 2009, encontra-se a mais de um milhão de quilômetros da Terra.
Ele carrega dois instrumentos para registrar o céu em nove bandas de frequência. O instrumento de alta frequência opera entre 100 e 857 GHz; o instrumento de baixa frequência opera entre 30 e 70 GHz.
Até 2012, o aparelho terá construído quatro mapas do Universo.
Fonte: ESA e New Scientist

domingo, 4 de julho de 2010

Estrelas mais antigas da Via Láctea vieram de outras galáxias

Muitas das estrelas mais antigas da Via Láctea vieram de outras galáxias menores que foram dilaceradas por colisões violentas há cerca de 5 bilhões de anos. A afirmação é de um grupo internacional de cientistas, em estudo publicado no periódico Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.
simulação da via láctea
© Universidade de Durham (simulação mostrando a Via Láctea)
Essas estrelas anciãs são quase tão antigas como o próprio Universo. Os pesquisadores, de instituições da Alemanha, Holanda e Reino Unido, montaram simulações em computadores para tentar recriar cenários existentes nos primórdios da Via Láctea.
O estudo concluiu que as estrelas mais antigas na galáxia, encontradas atualmente em um halo de detritos em torno dela, foram arrancadas de sistemas menores pela força gravitacional gerada pela colisão entre galáxias.
Os cientistas estimam que o Universo inicial era cheio de pequenas galáxias que tiveram existências curtas e violentas. Esses sistemas colidiram entre eles, deixando detritos que eventualmente acabaram nas galáxias que existem hoje.
Segundo os autores, o estudo apoia a teoria de que muitas das mais antigas estrelas da Via Láctea pertenceram originalmente a outras estruturas, não tendo sido as primeiras estrelas a nascer na galáxia da qual a Terra faz parte e que começou a se formar há cerca de 10 bilhões de anos.
"As simulações que fizemos mostram como diferentes relíquias observáveis na galáxia hoje, a exemplo dessas estrelas anciãs, são relacionadas a eventos no passado distante", disse Andrew Cooper, do Centro de Cosmologia Computacional da Universidade Durham, no Reino Unido, primeiro autor do estudo.
"Como as camadas antigas de rochas que revelam a história da Terra, o halo estelar preserva o registro do período inicial dramático na vida da Via Láctea, que terminou muito tempo antes de o Sol ser formado", afirmou.
As simulações computacionais tomaram como início o Big Bang, há cerca de 13 bilhões de anos, e usaram as leis universais da física para traçar a evolução das estrelas e da matéria negra existente no Universo.
Uma em cada centena de estrelas na Via Láctea faz parte do halo estelar, que é muito mais extenso do que o mais familiar disco em espiral da galáxia.
O estudo é parte do Projeto Aquário, conduzido pelo consórcio Virgem, que tem como objetivo usar as mais complexas simulações feitas em computador para estudar a formação de galáxias.
Fonte: Royal Astronomical Society

sábado, 3 de julho de 2010

Supernovas não produzem átomos pesados

Uma análise de um novo modelo computacional sugere que os "ventos" de partículas emanados do núcleo de supernovas não são os responsáveis pela criação dos átomos pesados, como chumbo e urânio.
 sn1006c
© Chandra (Supernova SN1006c)
Os únicos elementos formados em abundância logo após o "Big Bang" foram hidrogênio e hélio. Elementos mais pesados foram formados pela fusão desses núcleos leves. As altas pressões e temperaturas dentro de estrelas comuns conseguem criar elementos até certo tamanho. Mas produzir elementos mais pesados que ferro, que possui um núcleo com 26 prótons, requer outro mecanismo.
É aí que entram as supernovas. Essas estrelas em estado explosivo jogam neutrinos de seu núcleo até sua superfície a velocidades próximas à da luz, retirando prótons e nêutrons de outros átomos ao longo do caminho. Isso cria um "vento" no qual prótons e nêutrons se fundem para formar núcleos de átomos menores. Mais prótons, nêutrons e átomos se unem, criando átomos maiores e mais pesados.
Mas átomos maiores que níquel, com 28 prótons, não aceitam novos prótons, pois a repulsão elétrica entre essas partículas carregadas positivamente é muito grande. Para criar esses átomos, é necessários que nêutrons também sejam incorporados ao núcleo e se transformem em prótons uma vez lá dentro, um processo conhecido como "captura rápida de nêutrons".
Acreditava-se que todos os elementos pesados poderiam ser criados dessa maneira. Agora Thomas Janka, do Instituto Max Planck, em Garching, Alemanha, e sua equipe dizem que a composição do "vento" gerado por neutrinos não poderia criar elementos pesados.
A equipe de Janka usou os mais recentes dados sobre energias e interações de prótons, nêutrons e neutrinos para produzir um modelo computacional de uma supernova pequena. A habilidade para produzir elementos grandes depende do número de nêutrons que podem entrar no núcleo, o que depende do número de nêutrons que não estão ligados a prótons. O modelo de Janka mostrou que o vento contem mais prótons que nêutrons, o que significa que não há nêutrons livres o suficiente para criar elementos muito maiores que estanho, elemento com 50 prótons.
"É um beco sem saída", diz Janka. "É o fim da captura rápida de nêutrons nesse ambiente". Em lugar disso, Janka sugere que as explosões ricas em nêutron que ocorrem durante a fusão de estrelas são as responsáveis pela criação dos elementos mais pesados, como ouro, chumbo e urânio.
A questão, porém, não está encerrada. Kohsuke Sumiyoshi, do Colégio Nacional Numazu de Tecnologia, no Japão, ressalva que grandes supernovas, devido a sua composição, podem explodir de maneira diferente comparadas a pequenas supernovas, como a modelada por Janka, e devem produzir uma proporção diferente de prótons e nêutrons. Janka, no entanto, acredita que o comportamento de grandes supernovas deve ser o mesmo.
O estudo foi publicado na revista "Physical Review Letters".
Fonte: New Scientist