Um grupo de astrônomos acaba de mostrar a receita para que um buraco negro seja capaz de emitir poderosos jatos de energia. Basta que esse estranho objeto cósmico esteja posicionado no centro de uma galáxia e gire no sentido contrário ao das estrelas que espiralam ao seu redor.
© Nasa/JPL/Caltech (buraco negro, concepção artística)
A descoberta anunciada por David Garofalo, do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, em Pasadena, tem implicações importantes para a compreensão da evolução das galáxias. O trabalho está descrito em estudo no periódico acadêmico "Monthly Notices of the Royal Astronomical Society".
Buracos negros são objetos que concentram uma quantidade brutal de massa no espaço de um ponto com dimensão zero. Aqueles que habitam os centros de galáxias são os mais poderosos, alguns deles com centenas de vezes a massa do Sol.
O gás contido no disco de matéria que circula no centro dessas galáxias pode ser capturado de uma maneira especial, rodopiando em torno do buraco negro e depois escapulindo pela vertical. O grupo de Garofalo tinha elaborado já a teoria de que, se o buraco negro gira no sentido contrário ao disco de matéria, esse efeito se acentua. Só agora, porém, a hipótese foi confirmada por observações.
Usando telescópios para estudar as ondas de rádio emitidas pelo gás ejetado dos centros de galáxias, o astrônomo conseguiu comparar aquelas de atividade fraca com as de atividade forte. O resultado das observações reforçou a tese de que a direção de rotação está diretamente ligada à força dos jatos.
Além disso, Garofalo mostrou que, ao longo do tempo, os buracos negros que giram em sentido contrário ao de suas galáxias tendem a reverter sua rotação para rodar junto com o resto do material a seu redor. Isso ficou claro quando o pesquisador se deu conta que a amostra de buracos negros mais distantes, portanto mais antigos, tinha um número maior de sistemas girando "na contramão".
Segundo o novo estudo, os buracos negros em sentido inverso de rotação emitem jatos mais fortes porque a borda interna do disco de matéria que o alimenta costuma ser mais larga. Dentro desse espaço é que surgem as correntes magnéticas que impulsionam as partículas do jato.
Fonte: NASA
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