Os pesquisadores Youichi Ohyama (Academia Sinica, Taiwan) e Ananda Hota (Centro UM-DAE para Excelência nas Ciências Básicas, Índia) descobriram auma estrela supergigante azul muito distante na constelação de Virgem.
© GALEX (imagem em ultravioleta da galáxia IC 3418)
Usando observações ópticas e ultravioletas dos telescópios Subaru da National Astronomical Observatory of Japan (NAOJ), do telescópio Canada-France-Hawaii (CFHT) e do Galaxy Evolution Explorer (GALEX) da NASA, a dupla identificou o que pode ser a estrela mais distante já observada espectroscopicamente, localizada a cerca de 55 milhões de anos-luz de distância.
O objeto é chamado SDSS J122952.66+112227.8, uma fonte compacta formada por uma bolha brilhante e azulada na cauda gasosa e grumosa da galáxia IC 3418. Ela é uma galáxia pequena que colapsa em direção ao aglomerado de galáxias de Virgem com velocidade de 1.000 km/s, formando uma trilha de 55.500 anos-luz de comprimento e é provavelmente formada devido à pressão dinâmica do plasma quente, que arranca o gás frio galáctico.
O brilho da cauda em comprimentos de onda ópticos e ultravioletas sugere que as estrelas estão se formando dentro dos seus invólucros, e por isso Ohyama e Hota decidiram observá-los em mais detalhe. Usando o espectrógrafo FOCAS (Subaru Telescope's Faint Object Camera and Spectrograph) acoplado ao Telescópio Subaru e imagens de telescópios terrestres e espaciais, foi descoberto que o objeto não tem muitas das linhas de emissão esperadas numa região de formação estelar. Em vez disso, as suas impressões digitais espectrais coincidem com a emissão de uma supergigante azul, uma estrela do tipo-O, massiva e quente, que chegou ao fim da sua fase de fusão de hidrogênio.
É impossível determinar se a sua emissão é proveniente de uma ou várias estrelas, mas os autores pensam que uma única supergigante azul seria brilhante o suficiente para explicar as características. A confirmação vai demorar: os instrumentos atuais simplesmente não têm a resolução necessária, por isso os astrônomos terão que esperar pelo telescópio Thirty Meter sendo planejado para o futuro.
O estudo mostra claramente que a espectroscopia estelar de estrelas muito luminosas vai ser viável às distâncias do enxame de Virgem, onde as condições são muito diferentes das que temos na nossa Via Láctea.
Normalmente, a formação de estrelas ocorre em nuvens moleculares gigantes, vastos complexos gasosos e frios, onde nós densos colapsam sob a sua própria gravidade para formar estrelas. As caudas amontoadas da IC 3418 e um punhado de outras galáxias são diferentes.
O plasma nestas nuvens possuem temperaturas superiores a um milhão de graus. Nestes ambientes a turbulência pode ser mais importante do que a gravidade, com remoinhos formando densas pepitas gasosas que podem arrefecer rapidamente e colapsar para formar estrelas. O estudo da IC 3418 e ambientes similares pode ajudar os astrônomos a melhor compreender a formação estelar nestes locais excêntricos.
Fonte: NAOJ
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