À procura de outra Terra? Uma equipe internacional de pesquisadores identificou quais dos mais de 4.000 exoplanetas descobertos pela missão Kepler da NASA são mais suscetíveis de serem semelhantes com o nosso planeta.
© Danielle Futselaar (ilustração do exoplaneta Kepler-186f)
A pesquisa descreve 216 planetas localizados na "zona habitável", a área em torno de uma estrela na qual a superfície de um planeta pode abrigar água líquida. Desses, listam 20 que são os melhores candidatos a planetas rochosos habitáveis como a Terra.
"Este é o catálogo completo de todas as descobertas do Kepler que estão na zona habitável das suas estrelas hospedeiras," afirma Stephen Kane, professor associado de física e astronomia da Universidade Estatal de São Francisco e autor principal do estudo. "Isto significa que podemos focar-nos nos planetas do estudo e realizar acompanhamento para aprender mais sobre eles, inclusive se são realmente habitáveis."
© Chester Harman (zona habitável de estrelas e exoplanetas)
Esta tabela mostra a zona habitável de estrelas com diferentes temperaturas, bem como a posição de candidatos planetários de tamanho terrestre e planetas confirmados do Kepler descritos na nova pesquisa. Alguns dos planetas rochosos do Sistema Solar são também mostrados para comparação.
A pesquisa também confirma que a distribuição dos planetas Kepler dentro da zona habitável é a mesma que a distribuição daqueles fora dela, uma evidência adicional de que o Universo está repleto de planetas e luas onde a vida pode potencialmente existir.
Os limites da zona habitável são críticos. Se um planeta está demasiado perto da sua estrela, sofre um efeito de estufa descontrolado, como Vênus. Mas se está demasiado longe, qualquer água aí presente congela, como em Marte. Kane e colegas ordenaram os planetas consoante uma interpretação mais conservativa da zona habitável. Em seguida, ordenaram-nos novamente por tamanho: planetas pequenos e rochosos vs. gigantes gasosos.
As quatro categorias têm o objetivo de ajudar os astrônomos na sua investigação. Aqueles que procuram luas potencialmente habitáveis podem estudar exoplanetas nas categorias de gigantes gasosos, por exemplo.
Os 20 planetas na categoria mais restrita - superfície rochosa e uma zona habitável conservadora - são os mais propensos a serem parecidos com a Terra. Kane já começou a recolher dados adicionais sobre esses planetas, bem como de outros nas restantes categorias.
O estudo e o levantamento de mais de 4.000 exoplanetas levou mais de três anos e envolveu pesquisadores da NASA, da Universidade Estatal do Arizona, do Caltech, da Universidade do Havaí, da Universidade de Bordeaux, da Universidade de Cornell e do Centro Harvard-Smithsonian para Astrofísica.
"É emocionante ver a enorme quantidade de planetas que existem por aí, o que nos faz pensar sobre a probabilidade de vida em outros lugares," afirma Michelle Hill, aluna australiana que estuda na Universidade Estatal de São Francisco e que esteve envolvida no estudo.
"Existem muitos candidatos planetários e o tempo de telescópio para os estudar é curto," comenta Kane. "Esta pesquisa é realmente um grande marco em direção a responder as perguntas fundamentais de quão comum é a vida no Universo e quão comuns são os planetas como a Terra."
A pesquisa detalhada será publicada num artigo da revista The Astrophysical Journal.
Fonte: San Francisco State University
Nenhum comentário:
Postar um comentário