As explosões de estrelas, conhecidas como supernovas, podem ser tão brilhantes que ofuscam as suas galáxias hospedeiras.
© STScI (NGC 4790 e SN 2012au)
As explosões de estrelas demoram meses ou anos para desaparecer e, às vezes, os remanescentes gasosos colidem com gás rico em hidrogênio e tornam-se temporariamente brilhantes novamente, mas será que podem permanecer luminosas sem qualquer interferência externa?
É o que Dan Milisavljevic, professor assistente de física e astronomia da Universidade de Purdue, acredita ter visto seis anos depois da explosão da supernova SN 2012au.
"Nunca tínhamos visto uma explosão deste tipo, numa escala tão tardia de tempo, permanecer visível a não ser que tivesse algum tipo de interação com o hidrogênio gasoso deixado para trás pela estrela antes da explosão. Mas não há um pico espectral de hidrogênio nos dados, outra coisa estava energizando o objeto," comenta Milisavljevic.
À medida que as estrelas grandes explodem, os seus interiores colapsam até um ponto no qual todas as suas partículas se tornam nêutrons. Se a estrela recém-nascida tiver um campo magnético e girar rápido o suficiente, pode acelerar partículas carregadas próximas e tornar-se uma nebulosa de vento pulsar.
Este é um momento fundamental em que a nebulosa de vento pulsar é brilhante o suficiente para agir como uma lâmpada que ilumina o material expulso e exterior da explosão.
Já se sabia que a SN 2012au era extraordinária e estranha de muitas maneiras. Embora a explosão não fosse brilhante o suficiente para ser apelidada de supernova "superluminosa", era extremamente energética, de longa duração e tinha uma curva de luz similarmente lenta.
Milisavljevic prevê que se os pesquisadores continuarem monitorando os locais de supernovas extremamente brilhantes, podem ver transformações semelhantes.
"Se realmente existe um pulsar ou nebulosa de vento magnetar no centro da estrela que explodiu, pode empurrar de dentro para fora e até acelerar o gás. Se voltarmos a alguns destes eventos alguns anos depois e fizermos medições cuidadosas, podemos observar o gás rico em oxigénio a sair da explosão ainda mais depressa," explica Milisavljevic.
As supernovas superluminosas são um tema quente da astronomia transiente. São fontes potenciais de ondas gravitacionais e buracos negros, que podem estar relacionadas com outros tipos de explosões, como as de raios gama e Fast Radio Bursts (FRBs). Os cientistas querem compreender a física fundamental por detrás, mas são difíceis de observar porque são relativamente raras e ocorrem muito longe da Terra.
Somente a próxima geração de telescópios terão a capacidade de observar estes eventos em detalhe.
Muitos dos elementos essenciais à vida vêm de explosões de supernovas, por exemplo, o cálcio nos nossos ossos, o oxigênio que respiramos e o ferro no nosso sangue.
Os resultados foram publicados no periódico The Astrophysical Journal Letters.
Fonte: Purdue University
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