segunda-feira, 13 de maio de 2019

Os primeiros asteorides descobertos pelo satélite Gaia

Enquanto escaneia o céu para delinear bilhões de estrelas em nossa galáxia Via Láctea, o satélite Gaia da ESA também é sensível a corpos celestes mais próximos da Terra, como asteroides em nosso Sistema Solar.


© ESA/Gaia/DPAC (primeiros asteorides descobertos pelo satélite Gaia)

Esta imagem mostra as órbitas de mais de 14.000 asteroides conhecidos (com o Sol no centro da imagem) com base em informações do segundo lançamento do Gaia, que foi tornado público em 2018.

A maioria dos asteroides retratados nesta imagem, mostrados em tons vermelho vivo e laranja, são asteroides do cinturão principal, localizados entre as órbitas de Marte e Júpiter; Asteroides de Troia, encontrados ao redor da órbita de Júpiter, são mostrados em vermelho escuro.

A Terra circunda o Sol a uma distância de 1 UA (cerca de 150 milhões de km) e os asteroides próximos da Terra têm potencial para entrar em proximidade com o nosso planeta.

A maioria dos asteroides que o Gaia detectou já são conhecidos, mas de vez em quando os asteroides vistos pelo Gaia não correspondem a nenhuma observação existente. Este é o caso das três órbitas mostradas em cinza na imagem acima: estas são as primeiras descobertas de asteroides pelo Gaia.

Os três novos asteroides foram descobertos pelo Gaia em dezembro de 2018, e posteriormente confirmados pelas observações de acompanhamento realizadas com o Observatório de Haute-Provence, na França, que permitiram aos cientistas determinar suas órbitas. A comparação destas informações com as observações existentes indicava que os objetos não haviam sido detectados anteriormente.

Enquanto eles fazem parte do cinturão principal de asteroides, todos os três se movem ao redor do Sol em órbitas que têm uma inclinação maior (15 graus ou mais) em relação ao plano orbital dos planetas do que a maioria dos asteroides do cinturão principal.

A população de tais asteroides de alta inclinação não é tão bem estudada quanto aqueles com órbitas menos inclinadas, já que a maioria das pesquisas tende a se concentrar no plano onde reside a maioria dos asteroides. Mas o Gaia pode observá-los prontamente enquanto examina o céu inteiro de seu ponto de vista no espaço, então é possível que o satélite encontre mais objetos no futuro e contribua com novas informações para estudar suas propriedades.

Juntamente com o extenso processamento e análise dos dados do Gaia em preparação para posteriores lançamentos de dados, informações preliminares sobre as detecções de asteroides realizadas pelo Gaia são regularmente compartilhadas através de um sistema de alerta online, para que os astrônomos do mundo possam realizar observações complementares. Para observar estes asteroides, é necessário um telescópio de 1 m ou maior.

Uma vez que um asteroide detectado pelo Gaia foi identificado também em observações terrestres, os cientistas encarregados do sistema de alerta analisam a data para determinar a órbita do objeto. Caso as observações terrestres coincidam com a órbita com base nos dados do Gaia, as informações são fornecidas para o Minor Planet Center, que é a organização oficial mundial que coleta dados observacionais para corpos pequenos do Sistema Solar, como asteroides e cometas.

Este processo pode levar à novas descobertas, como os três asteroides com órbitas retratadas nesta imagem, ou melhorias na determinação das órbitas de asteroides conhecidos, que às vezes são muito pouco conhecidas. Até agora, várias dezenas de asteroides detectados foram observados do solo em resposta ao sistema de alerta, todos eles pertencentes ao cinturão principal, mas é possível que também os asteroides próximos da Terra sejam vistos no futuro.

Fonte: ESA

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