terça-feira, 18 de janeiro de 2022

Uma superlua localizada além do Sistema Solar

Os astrônomos relataram uma segunda lua gigante, em órbita de um exoplaneta do tamanho de Júpiter, localizada além do nosso Sistema Solar.

© H. V. Widerström (ilustração de exolua com seu exoplaneta)

Se confirmado, este avistamento pode significar que as exoluas são tão comuns no Universo quanto os exoplanetas, e que as luas, grandes ou pequenas, são uma característica dos sistemas planetários. 

Mas pode ser uma longa espera. O primeiro avistamento de uma exolua, há quatro anos, ainda está à espera de confirmação e a verificação desta nova candidata pode ser igualmente longa e controversa.

A equipe avistou a candidata a exolua gigante em órbita do planeta Kepler-1708b, um mundo a 5.500 anos-luz da Terra na direção das constelações de Cisne e de Lira. Esta nova candidata é cerca de um-terço menor do que a lua do tamanho de Netuno que foi encontrada anteriormente em órbita de um planeta semelhante a Júpiter, Kepler-1625b.

Ambas as candidatas a superlua são provavelmente feitas de gás que se acumulou sob a atração gravitacional provocada pelo seu enorme tamanho. Se a hipótese estiver correta, as luas podem até ter começado a sua vida como planetas de pleno direito, apenas para serem puxadas para a órbita de um exoplaneta ainda maior como Kepler-1625b ou 1708b. Ambas as luas estão localizadas longe da sua estrela hospedeira, onde há menos gravidade para puxar os planetas e para despojá-los das suas luas. 

Os pesquisadores procuraram planetas gigantes gasosos e frios em órbitas largas na sua busca por exoluas precisamente porque os análogos no nosso Sistema Solar, Júpiter e Saturno têm, entre eles, mais de cem luas. 

As exoluas fascinam os astrônomos pelas mesmas razões que os exoplanetas. Têm o potencial de revelar como e onde a vida pode ter surgido no Universo. No presente estudo, os pesquisadores analisaram a amostra de planetas gigantes gasosos e mais frios captada pela missão Kepler da NASA. Depois de analisarem detalhadamente 70 planetas, encontraram apenas um candidato, o Kepler-1708b, com um sinal semelhante ao de uma exolua.

Avistar uma lua ou até um planeta a centenas ou a milhares de anos-luz da Terra não é simples. As luas e os planetas só podem ser observados indiretamente à medida que passam em frente das suas estrelas hospedeiras, fazendo com que a luz estelar diminua intermitentemente. Captar um destes sinais fugazes de trânsito, com um telescópio, é complexo, assim como a interpretação dos dados da curva de luz. As luas são ainda mais difíceis de detectar porque são menores e bloqueiam menos luz.

A descoberta foi publicada na revista Nature Astronomy.

Fonte: Columbia University

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