Até antes do seu lançamento, a missão Lucy da NASA já estava a caminho de bater recordes ao visitar mais asteroides do que qualquer outra missão anterior.
© GSFC (ilustração do asteroide Polimela)
Agora, após uma surpresa resultante de uma longa campanha de observação, a missão pode acrescentar mais um asteroide à lista.
No dia 27 de março, a equipe da Lucy descobriu que o menor dos alvos troianos da missão, o asteroide Polimela, tem um satélite. Neste dia, esperava-se que Polimela passasse em frente de uma estrela, permitindo a observação da estrela piscando quando a bloqueava brevemente, ou ocultava.
Ao espalhar 26 equipes de astrônomos profissionais e amadores pelo percurso onde a ocultação seria visível, a equipe da Lucy planejou medir a localização, tamanho e forma de Polimela com uma precisão sem precedentes, enquanto era delineada pela estrela por detrás.
Estas campanhas de ocultação têm sido enormemente bem-sucedidas, fornecendo informações valiosas à missão sobre os seus alvos, mas neste dia houve um bônus especial. Notou-se na análise dos dados que duas das observações não eram como as outras, que detectaram um objeto a cerca de 200 km do asteroide Polimela.
Utilizando os dados da ocultação, a equipe avaliou que este satélite tem aproximadamente 5 km em diâmetro, em órbita de Polimela, que por sua vez tem mais ou menos 27 km ao longo do seu eixo maior. A distância observada entre os dois corpos era de cerca de 200 km. No momento da observação, Polimela estava a 770 milhões de quilômetros da Terra.
Seguindo as convenções de nomenclatura planetária, o satélite não receberá um nome oficial até que a equipe possa determinar a sua órbita. Como o satélite está demasiado próximo de Polimela para ser visto claramente por telescópios terrestres ou em órbita, sem a ajuda de uma estrela fortuitamente posicionada, esta determinação terá de esperar até futuras tentativas de ocultação ocorram ou até que a sonda Lucy se aproxime do asteroide em 2027.
Os asteroides contêm pistas vitais para decifrar a história do Sistema Solar, talvez até as origens da vida, e a resolução destes mistérios é de grande prioridade para a NASA. A equipe da Lucy planejou originalmente visitar um asteroide do cinturão principal e seis asteroides troianos, uma população anteriormente inexplorada de asteroides que lideram e que seguem a órbita de Júpiter em torno do Sol.
Em janeiro de 2021, a equipe usou o telescópio espacial Hubble para descobrir que um dos asteroides troianos, Euribates, tem um pequeno satélite. Agora, com este novo satélite, a Lucy está a caminho de visitar nove asteroides nesta incrível viagem de 12 anos.
Fonte: Southwest Research Institute
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