Uma equipe internacional de astrônomos descobriu um planeta da dimensão de Netuno, mais denso do que o aço, e pensam que a sua composição pode ser o resultado de um choque planetário gigante.
© Jingyao Dou (simulação do impacto)
A massa de TOI-1853b é quase o dobro da de qualquer outro planeta de dimensão semelhante conhecido e a sua densidade é incrivelmente elevada, o que significa que é constituído por uma fração de rocha maior do que seria de esperar a essa escala. No estudo, os cientistas liderados por Luca Naponiello, da Universidade de Roma Tor Vergata, sugerem que este fato é o resultado de colisões planetárias.
Estes enormes impactos teriam removido parte da atmosfera mais leve e da água, deixando para trás uma grande quantidade de rocha. Há uma enorme diversidade de planetas em sistemas exoplanetários; muitos não têm análogos no nosso Sistema Solar, mas têm frequentemente massas e composições entre as dos planetas rochosos e as de Netuno e Urano (os gigantes gelados). O estudo modelou impactos gigantes extremos que poderiam, potencialmente, remover a atmosfera mais leve e a água/gelo do planeta maior original, de modo a produzir a densidade extrema medida.
Foi descoberto que o corpo planetário inicial teria provavelmente de ser rico em água e sofrer um impacto gigante extremo a uma velocidade superior a 75 km/s para produzir TOI-1853b tal como é observado. Este planeta fornece novas evidências da prevalência de impactos gigantes na formação de planetas em toda a Galáxia.
Esta descoberta ajuda a ligar as teorias de formação de planetas baseadas no Sistema Solar à formação de exoplanetas. A descoberta deste planeta extremo fornece novos conhecimentos sobre a formação e evolução dos sistemas planetários.
Normalmente, espera-se que os planetas que se formam com esta quantidade de rocha se tornem gigantes gasosos como Júpiter, que têm densidades semelhantes à da água. O exoplaneta TOI-1853b é do tamanho de Netuno, mas tem uma densidade superior à do aço. Este trabalho mostra que isto pode acontecer se o planeta tiver sofrido colisões planeta-planeta extremamente energéticas durante a sua formação. Estas colisões retiraram parte da atmosfera mais leve e da água, deixando um planeta substancialmente rico em rocha e de alta densidade.
Um artigo foi publicado na revista Nature.
Fonte: University of Bristol
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