Nesta semana, depois de quase quatro anos sem qualquer manifestação mais intensa, finalmente o Sol disparou contra a Terra a primeira forte emissão de raios-X do atual Ciclo Solar 24.
© NASA (erupção solar registrada pelo satélite SDO)
A emissão eletromagnética foi produzida por uma forte explosão ocorrida junto ao grupo de manchas solares 1158, apontadas diretamente na direção do nosso planeta. Além da radiação, a explosão produziu uma grande ejeção de massa coronal que recentemente alcançou a alta atmosfera da Terra.
Essa massa de partículas é composta de bilhões de toneladas de gás ionizado que se desloca a mais de 2 milhões de quilômetros por hora. Quando atinge a camada mais alta da atmosfera, excitam os átomos de oxigênio e nitrogênio, provocando as fantásticas auroras boreais.
© NOAA (fluxo solar de raios-X)
A linha vermelha no gráfico acima mostra o fluxo de raios-X registrado pelo satélite GOES15 no comprimento de onda entre 1 e 8 angstrons. Dentro desta região do espectro, os flares solares produzem picos que permitem classificar a intensidade da tempestade solar.
Picos superiores a 10-5 já são considerados tempestades. Maiores que 10-4 são tempestades de classe X, bastante intensas.
Do lado direito do gráfico existe a correlação entre os flares solares e o fluxo de raios-X. Flares de classe X podem provocar blackouts de radiotransmissão que podem durar diversas horas ou até mesmo dias.
As rajadas da classe M são de tamanho médio e também causam blackouts de radiocomunicação que afetam diretamente as regiões polares. Rajadas de classe C ou inferiores são fracas e pouco perceptíveis aqui na Terra.
De acordo com dados registrados pelo satélite geoestacionário GOES15, o fluxo de raios-X atingiu o nível X da escala de intensidades. Como as ondas eletromagnéticas se propagam muito mais rápido que as partículas que ainda estão se aproximando, o nível da emissão no comprimento de onda dos raios-X permite estimar o tamanho da tempestade geomagnética que atingiu a Terra.
© NOAA (índice Kp da atividade solar)
O gráfico acima mostra o Índice Kp de atividade solar, onde os valores são derivados do tradicional Índice K, informados por uma série de magnetômetros instalados principalmente no Canadá e EUA. O índice retrata diretamente a intensidade do fluxo solar e as perturbações causadas na alta atmosfera terrestre, principalmente a ionosfera.
O Índice Kp varia conforme a hora do dia, época do ano e também com a posição da Terra em relação ao Sol. Também existe relação direta com a quantidade de manchas solares. Quanto mais alto o índice, mais ruidoso está o Sol e mais radiação ionizante atinge a Terra.
Quando o índice Kp está abaixo de 5 as condições da ionosfera estão calmas. Acima desse número já ocorrem tempestades geomagnéticas, sendo que números acima de 6 já são considerados preocupantes e diversas empresas e instituições são alertadas sobre a possibilidade de interferências e danos em equipamentos.
Quando a emissão é muito intensa, as tempestades geomagnéticas também podem causar danos em equipamentos eletrônicos sensíveis e até mesmo provocar problemas no fornecimento de energia elétrica caso as correntes elétricas sejam induzidas nas linhas de transmissão. Por exemplo, foi constatada interrupção nas comunicações de rádio na China.
O Sol está intensificando suas atividades após anos de calmaria. Essa mudança já era prevista e faz parte de um ciclo de 11 anos. Os cientistas estimam que o pico das atividades solares, como as erupções, ocorra em 2013.
Fonte: NASA/SDO (Solar Dynamics Observatory)
nos vamos morrer
ResponderExcluirNão vamos morrer por causa disso!
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