O aglomerado globular brilhante chamado UKS 1 domina o lado direito da primeira das novas imagens infravermelhas do telescópio de rastreio VISTA do ESO, situado no Observatório do Paranal, no Chile.
© ESO (aglomerados globulares VVV CL001 e UKS 1)
No entanto, se desviarmos por um momento os olhos deste objeto brilhante, uma surpresa aflora neste campo rico em estrelas - um aglomerado globular mais tênue descoberto nos dados do VISTA. Para distinguir este aglomerado estelar é necessária uma observação atenta. Este objeto, chamado VVV CL001, consiste numa pequena coleção de estrelas visível na metade esquerda da imagem.
O VVV CL001 é apenas o primeiro das descobertas globulares do VISTA. A mesma equipe descobriu um segundo objeto, VVV CL002, que aparece na imagem abaixo.
© ESO (aglomerado globular VVV CL002)
Este pequeno e tênue grupo de estrelas pode ser também um aglomerado globular, o mais próximo do centro da Via Láctea conhecido até agora. A descoberta de um novo aglomerado globular é muito rara, sendo que o último foi descoberto em 2010 e que apenas eram conhecidos 158 na nossa galáxia antes destas novas descobertas.
Estes novos aglomerados são as primeiras descobertas do rastreio do VISTA intitulado Variáveis na Via Láctea (VVV), que estuda de modo sistemático as regiões centrais da Via Láctea no infravermelho. A equipe VVV é liderada por Dante Minniti (Pontificia Universidad Católica de Chile) e por Philip Lucas (Centre for Astrophysics Research, University of Hertfordshire, RU).
Além de aglomerados globulares, o VISTA também está encontrando muitos aglomerados abertos ou galácticos, os quais contêm geralmente estrelas mais jovens e em menos quantidade do que os aglomerados globulares e são muito mais comuns. Outro aglomerado recentemente anunciado, VVV CL003, parece ser um aglomerado aberto que se encontra na direção do centro da Via Láctea, mas muito mais longe, ou seja cerca de 15.000 anos-luz além do centro.
© ESO (aglomerado globular VVV CL003)
Este é o primeiro aglomerado deste tipo a ser descoberto do lado de lá da Via Láctea.
Devido ao brilho fraco dos novos aglomerados encontrados, não é de admirar que estes tenham permanecido escondidos durante tanto tempo. Até há cerca de alguns anos atrás o UKS 1, que eclipsa totalmente em brilho estes objetos, era o aglomerado globular mais tênue conhecido na Via Láctea. Devido à absorção e avermelhamento da radiação estelar por efeito da poeira, estes objetos apenas podem ser observados no infravermelho e consequentemente o VISTA, o maior telescópio de rastreio do mundo inteiro, está idealmente preparado para procurar novos aglomerados que se encontrem escondidos por trás de poeira nas regiões centrais da Via Láctea.
Uma possibilidade interessante é que o VVV CL001 esteja gravitacionalmente ligado ao UKS 1 - tornando estes dois grupos estelares no primeiro par binário de aglomerados globulares na Via Láctea.
Fonte: ESO
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