As estrelas que observamos hoje nem sempre foram serenas como parecem ser, flutuando solitárias na escuridão da noite. A maior parte das estrelas, provavelmente incluindo o nosso Sol, cresceram em um turbilhão cósmico, como ilustrado na imagem abaixo obtida pelo telescópio espacial Spitzer da NASA.
© Spitzer (Cygnus X)
A imagem mostra uma das regiões mais ativa e turbulenta de nascimento de estrelas na nossa galáxia, a Via Láctea. A nuvem de gás e poeira localiza-se a 4.500 anos-luz de distância da Terra na constelação de Cygnus, o Cisne. Essa região é o lar de milhares de estrelas massivas que têm o tamanho do Sol ou um pouco menores. O Spitzer captou uma visão infravermelha da região mostrando toda a região borbulhando com formação de estrelas.
“O Spitzer registrou uma grande variedade de atividades acontecendo nessa violenta nuvem de nascimento de estrelas”, disse Joseph Hora do Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics em Cambridge, que apresentou esses resultados no encontro da American Astronomical Society em Austin no Texas. “Nós podemos ver bolhas cavadas pelas estrelas massivas, pilares de novas estrelas, filamentos escuros delineados com embriões estelares e muito mais”.
Acreditasse que a maioria das estrelas se formem em imensas regiões de formação de estrelas como a Cygnus X. Com o passar do tempo as estrelas se dissipam e migram para longe dessa região. É bem possível que o nosso Sol uma vez ficou empacotado junto com outras estrelas massivas numa região similarmente caótica apesar de menos extrema de formação de estrelas.
As nuvens turbulentas de formação de estrelas são marcadas com bolhas, ou cavidades geradas pela radiação e pelos ventos das estrelas mais massivas. Essas estrelas massivas inundam a nuvem com material que pode acabar por finalizar a formação de algumas estrelas enquanto dispara o nascimento de outras.
“Uma das questões que nós queremos responder é como esse processo violento pode levar tanto ao nascimento como à morte das estrelas”, diz Sean Carey, parte da equipe do Spitzer Science Center da NASA no Instituto de Tecnologia da Califórnia em Pasadena. “Nós ainda não sabemos como exatamente as estrelas se formam em um ambiente tão violento como esse”.
Os dados infravermelhos do Spitzer estão ajudando a responder questões como essas dando aos astrônomos uma janela para observar as partes mais empoeiradas e mais complexas. A luz infravermelha consegue atravessar a poeira onde a luz visível é bloqueada. Por exemplo, estrelas embrionárias encobertas por poeira podem ser observadas com o Spitzer. Em alguns casos as jovens estrelas estão mergulhadas em pilares de poeira que marcam as cavidades e apontam na direção de estrelas centrais e massivas. Em outros casos essas estrelas podem ser vistas delineando filamentos muito escuros formados por uma espessa poeira.
Foram notadas evidências de estrelas massivas disparando o nascimento de novas estrelas nos filamentos escuros, em adição aos pilares. Porém, ainda existem detalhes para serem decifrados de como esses pilares e filamentos estão relacionados.
Fonte: NASA
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