Há pouco mais de duas décadas, nenhum planeta havia sido detectado fora do Sistema Solar.
© Instituto SETI (vários planetas descobertos pelo Kepler)
Agora, mais de mil planetas extrassolares já foram confirmados, e a equipe do telescópio espacial Kepler anunciou um lote de mais 833 novos candidatos a planetas na na Conferência Científica Kepler em Moffett Field, Califórnia.
Essa vastidão de riquezas está muito além do que cientistas ousavam esperar antes de a NASA lançar a missão Kepler, em 2009. O telescópio, orbitando o Sol, identifica planetas ao observá-los passar na frente de suas estrelas reduzindo brevemente a luz das estrelas.
Na realidade, o Kepler descobriu mais de 3.500 candidatos a exoplanetas em seus três primeiros anos, incluindo planetas grandes e pequenos, mundos rochosos e gasosos, e um total de 647 possíveis planetas que parecem ter o tamanho da Terra.
Com base nas descobertas do Kepler, pesquisadores estimam que nossa Via Láctea, sozinha, poderia abrigar cerca de 140 bilhões de planetas. Algum deles abriga vida? A melhor aposta para encontrar vida como a conhecemos é procurar ambientes habitáveis que compartilhem as confortáveis ofertas terrestres: muita água líquida, atmosferas protetoras, e uma estrutura estável, rochosa, com a quantidade certa de luz solar. Astrônomos definiram “a zona habitável” como várias distâncias ao redor de estrelas, com base na temperatura, que tem maior probabilidade de oferecer essas amenidades. Até agora o Kepler encontrou 104 candidatos que parecem residir nas zonas habitáveis de suas estrelas, sendo que 10 deles têm menos de duas vezes o raio da Terra. Para saber se qualquer um desses mundos realmente tem as coisas certas para a vida, serão necessárias observações feitas com a próxima geração de telescópios.
Enquanto isso, as estatísticas do Kepler fornece uma ideia melhor a respeito das tendências gerais em relação ao zoológico planetário da galáxia. Entre estrelas semelhantes ao Sol, cerca de 22% devem abrigar um planeta com o tamanho da Terra na zona habitável.
Muitos dados do quarto ano de observações do Kepler estão sendo vasculhados para obtenção de mais sinais planetários. Os planetas mais parecidos com a Terra provavelmente serão descobertos nesse último lote de dados, porque suas órbitas lentas significam que o Kepler precisava de mais tempo para observar seus trânsitos repetidos.
Apesar do Kepler ter observado 1/400 do céu, o observatório descobriu que cerca de 70% das estrelas têm planetas, o que significa que a Via Láctea é um lugar movimentado.
Fonte: Scientific American
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