Astrônomos do Instituto de Tecnologia da Califórnia, o Caltech, e da Escola Politécnica Federal de Lausanne, na Suíça, descobriram o primeiro caso de uma galáxia distante cuja imagem é ampliada pela gravidade de um quasar, que atua como uma lente. A descoberta é publicada na edição mais recente do periódico Astronomy & Astrophysics.
© EPFL/Caltech/WMKO (quasar gera uma imagem dupla da galáxia)
Cientistas acreditam que quasares, objetos extremamente luminosos das regiões mais distantes do Universo, são alimentados pela energia de buracos negros supermassivos, no núcleo de galáxias. Um único quasar pode ser mais brilhante que uma galáxia inteira, o que torna o estudo das galáxias que abrigam esses objetos extremamente difícil. Mas a nova descoberta oferece uma janela para esse tipo de pesquisa.
"É meio como olhar para os faróis de um carro e tentar discernir a cor das bordas", disse Frédéric Courbin, de Lausanne, o principal autor do trabalho. Usando lentes gravitacionais é possível medir a massa das galáxias que hospedam quasares.
De acordo com a Teoria da Relatividade Geral, se uma grande massa, como uma galáxia, é posicionada na linha de visão entre a Terra e um outro objeto luminoso mais distante, parte da luz vinda dessa fonte vai se desviar. Por causa disso, um observador na Terra verá duas ou mais imagens do objeto de fundo, agora amplificado. A análise do fenômeno permite a dedução de propriedades do objeto que causa o efeito de lente.
Para descobrir a lente gravitacional de quasar, os astrônomos vasculharam uma grande base de dados acumulada pela Sloan Digital Sky Survey (SDSS). O melhor candidato, SDSS J0013+1523, foi encontrado a 1,6 bilhão de anos-luz. Ele estava distorcendo a luz de uma galáxia a 7,6 bilhões de anos-luz.
Fonte: Astronomy & Astrophysics
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