Quando uma estrela morre, ela dá origem a outra. Os restos da antiga acabam por fazer parte de uma nova. O "ciclo da vida" estelar ocorre há bilhões de anos e é responsável pela criação de novos elementos, desde as primeiras estrelas de hidrogênio e hélio até as atuais que possuem elementos mais pesados, como carbono, ferro e oxigênio.
© NASA (anel de gás brilha gerado por uma supernova)
Além de ter papel fundamental na criação da maioria dos elementos que compõem os nossos corpos, um novo estudo indica que esse ciclo também pode ter sido o "estopim" do surgimento do sistema solar, há cerca de 4,5 bilhões de anos.
Segundo os pesquisadores, um modelo indica que a onda de choque de uma supernova (explosão ocorrida no fim da vida de uma estrela supermassiva) a muitos anos-luz provavelmente deu início ao colapso da nuvem de moléculas que viria a formar o Sol e os planetas do nosso sistema.
Astrofísicos encontraram as "impressões digitais" de radioisótopos de vida curta, que há muito tempo se tornaram elementos mais estáveis, em meteoritos primitivos. Segundo os cientistas, esse radioisótopos só poderiam ter sido incorporados pelos primeiros corpos do sistema solar se eles chegassem a esses corpos por um cataclisma próximo, como uma explosão estelar ou uma estrela que "jogasse" esse material para cá.
Alguns pesquisadores criaram a hipótese de que esses isótopos de vida curta chegara em uma onda de choque forte o suficientes para colapsar a nuvem de moléculas pré-solar, dando início à formação do sistema e injetando novos materiais sintetizados pela estrela morta. Contudo, os modelos iniciais falharam em simular como teria ocorrido uma "entrega" de matéria suficiente para o sistema nascente.
O pesquisador Alan Boss, coautor do estudo, e sua equipe então começaram a testar diversos parâmetros de como esse choque teria ocorrido. Segundo Boss, a incorporação no modelo de ondas de choque mais finas e controladas resolveu o problema. Além disso, o modelo indica que o "gatilho" da criação do sistema solar pode ter sido criado tanto por uma supernova quanto pelo material ejetado por uma estrela do ramo gigante assintótico (AGB, na sigla em inglês).
Segundo o cientista Gary Huss, da Universidade do Havaí, nos EUA, o estudo reforça diversos estudos anteriores que aponta para uma massiva supernova como a fonte dos elementos de vida curta nos primórdios do sistema solar.
Os pesquisadores pretendem agora passar o modelo de duas para três dimensões, o que exige uma capacidade computacional maior, mas resulta em melhores pistas para entender a formação do nosso sistema.
Fonte: Scientific American
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