Esse conjunto de estrelas brilhantes e de poeira escura, é uma galáxia espiral anã, conhecida como NGC 4605, localizada a cerca de 16 milhões de anos-luz de distância, na constelação da Ursa Maior.
© Hubble (galáxia NGC 4605)
Essa estrutura espiral da galáxia não é óbvia nessa imagem, mas a NGC 4605 é classificada como uma galáxia do tipo SBc, significando que ela possui braços soltos e espalhados, e uma barra central de estrelas cortando o seu centro.
A NGC 4605 é um membro do grupo de galáxias Messier 81, um agrupamento de galáxias brilhantes incluindo a própria Messier 81 e a bem conhecida Messier 82. Grupos de galáxias como esse, normalmente contêm cerca de 50 galáxias, todas elas unidas pela gravidade. Esse grupo é famoso por seus membros incomuns, muitos dos quais formados pela colisão entre galáxias. Com uma forma incomum, a NGC 4605 se ajusta muito bem com a família de galáxias perturbadas no grupo M81, embora a origem dessa característica anormal não é clara ainda.
O grupo M81 é um dos grupos mais próximos do nosso Grupo Local, que abriga a Via Láctea e alguns de seus vizinhos bem conhecidos, incluindo a Galáxia de Andrômeda e as Nuvens de Magalhães. Os grupos de galáxias fornecem ambientes onde as galáxias podem desenvolver por meio interações como colisões e fusões. Esses grupos de galáxias são, por sua vez, reunidos em agrupamentos ainda maiores conhecidos como aglomerados e superaglomerados de galáxias. Os grupos Local e M81, ambos pertencem ao Superaglomerado de Virgem, uma grande e massiva coleção de cerca de 100 grupos ou aglomerados de galáxias.
Com tantas galáxias ao redor, a NGC 4605 pode parecer insignificante. Contudo, os astrônomos estão usando essa galáxia para testar o nosso conhecimento da evolução estelar. As estrelas recém-formadas na NGC 4605 estão sendo usadas para investigar como as interações entre as galáxias afetam a formação, evolução e o comportamento das estrelas em seu interior, como brilhantes berçários estelares se juntam para formar aglomerados de estrelas e associações de estrelas e como essas estrelas se desenvolvem com o tempo.
E isso não é tudo, a NGC 4605 está fornecendo também um local propício para teste da matéria escura. Nossas teorias sobre esse hipotético tipo de matéria têm tido sucesso em descrever como o Universo se parece e se comporta em grandes escalas; por exemplo, no nível de superaglomerados de galáxias, mas quando olhamos galáxias individuais, elas têm apresentado alguns problemas. Observações da NGC 4605 mostram que a maneira com a qual a matéria escura está espalhada pelo seu halo não é tranquila como predizem os modelos. Enquanto são intrigantes, as observações nessa área ainda são inconclusivas, deixando os astrônomos pensativos sobre os conteúdos do Universo.
Fonte: ESA
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