Quando nós observamos o céu noturno, nós somente observamos parte da história. Infelizmente, alguns dos mais poderosos e energéticos eventos no Universo são invisíveis aos nossos olhos, e invisíveis até para os melhores telescópios ópticos.
© ESA/XMM-Newton (vista do campo cósmico em raios X)
Felizmente, esses eventos não são perdidos, eles parecem brilhantes no céu de alta energia, fazendo-os visíveis para telescópios espaciais como o XMM-Newton, que observa o Universo na região dos raios X do espectro.
Essa imagem mostra uma parte do céu da pesquisa COSMOS, vista pelo XMM-Newton. O COSMOS é um projeto que estuda como as galáxias se formam e se desenvolvem, agrupando observações usando uma variedade de telescópios espaciais e de solo. Essa imagem solitária, apresenta cerca de dois mil buracos negros supermassivos, e mais de uma centena de aglomerados de galáxias.
Pequenas fontes pontuais através da imagem mostram buracos negros supermassivos que estão furiosamente devorando a matéria ao seu redor. Todas as galáxias massivas abrigam um buraco negro em seu núcleo, mas nem todos estão crescendo ativamente dragando matéria ao redor e lançando radiação de alta energia e poderosos jatos no processo. Como eles são muito energéticos, uma das melhores maneiras de caçar esses corpos extremos é usando telescópios de raios X.
As bolhas maiores nessa imagem, principalmente as em amarelo e em vermelho, revelam outra classe de monstros cósmicos: os aglomerados de galáxias. Contendo milhares de galáxias, os aglomerados de galáxias são as maiores estruturas cósmicas a serem unidas pela gravidade. As galáxias dentro desses aglomerados são envelopadas pelo gás quente, que lança um brilho difuso de raios X que podem ser detectados pelos telescópios como o XMM-Newton.
As observações do XMM-Newton são muito eficientes na localização e identificação de núcleos ativos de galáxias (AGNs) e aglomerados de galáxias. Um dos principais objetivos da pesquisa COSMOS é estudar a evolução de núcleos galácticos ativos em função de seu ambiente na teia cósmica.
A imagem acima combina dados coletados pelo instrumento EPIC a bordo do XMM-Newton que detectou 1.416 novas fontes de raios X em energias de 0,5 a 2 keV (em vermelho), de 2 a 4,5 keV (em verde) e de 4,5 a 10 keV (em azul), com limite de fluxo de 7 × 10-16 erg cm-2 s-1.
As observações foram feitas entre 2003 e 2005, e a imagem se espalha por cerca de 1,4 graus em cada lado, correspondendo a quase três vezes o diâmetro da Lua.
Essa imagem foi publicada pela primeira vez no artigo “The XMM-Newton Wide-Field Survey in the COSMOS Field. I. Survey Description” de G. Hasinger et al. em 2007.
Fonte: ESA
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