Se você lançar os olhos na direção da constelação do Cisne, você estará olhando na direção do maior planeta já descoberto em torno de um sistema estelar duplo.
© Lynette Cook (ilustração de um eclipse estelar e um trânsito planetário simultâneo)
É muito fraco para ser visto a olho nu, mas uma equipe liderada por astrônomos do Goddard Space Flight Center da NASA em Greenbelt, Maryland, e da Universidade Estadual de San Diego (SDSU) na Califórnia, usaram o telescópio espacial Kepler da NASA para identificar o novo exoplaneta, o Kepler-1647b.
O Kepler-1647 está a 3.700 anos-luz de distância da Terra e possui cerca de 4,4 bilhões de anos, quase a mesma idade que a Terra. As estrelas deste sistema são semelhantes ao Sol, com uma delas um pouco maior do que o Sol e a outra um pouco menor. O exoplaneta tem uma massa e raio quase idênticos à de Júpiter, tornando-se o maior planeta em trânsito circumbinário já encontrado.
Planetas que orbitam duas estrelas são conhecidos como planetas circumbinários, ou às vezes planetas "Tatooine", o mundo de Luke Skywalker em "Star Wars".
Usando dados do Kepler, foram observadas pequenas quedas de brilho que sugerem a possibilidade de um planeta estar passando ou que transitam na frente de uma estrela, bloqueando uma pequena quantidade de luz da estrela.
"Mas encontrar planeta circumbinário é muito mais difícil do que encontrar planetas em torno de estrelas individuais", disse o astrônomo William Welsh, da SDSU. "Os trânsitos não são regularmente espaçados no tempo e eles podem variar em duração e até mesmo profundidade."
© Lynette Cook (comparação dos tamanhos relativos de vários planetas circumbinários)
O exoplaneta leva 1.107 dias para orbitar suas estrelas hospedeiras, o período mais longo de qualquer trânsito de um exoplaneta encontrado até agora. O exoplaneta também está muito mais longe de suas estrelas do que qualquer outro planeta circumbinário, rompendo com a tendência de que planetas circumbinários têmr órbitas próximas. Curiosamente, sua órbita coloca o exoplaneta na zona habitável.
Como Júpiter, no entanto, Kepler-1647b é um gigante gasoso, tornando o planeta improvável para hospedar vida. No entanto, se o planeta tem grandes luas, elas poderiam potencialmente ser adequadas para a vida.
O astrônomo Laurance Doyle do Instituto SETI, notou uma volta de trânsito em 2011. Mas mais dados e vários anos de análise são necessários para confirmar o trânsito causado por um planeta circumbinário. Uma rede de astrônomos amadores utilizando o telescópio Kilodegree Extremely Little ajudou os pesquisadores estimarem a massa do exoplaneta.
A descoberta foi anunciada esta semana, em San Diego em uma reunião da American Astronomical Society.
A pesquisa foi aceita para publicação no periódico Astrophysical Journal.
Fonte: Goddard Space Flight Center
Muito legal, acompanho o blog com frequência.
ResponderExcluir