Uma nova pesquisa, liderada pela Universidade de Leeds, fornece uma explicação para a discrepância entre o tamanho e idade da cavidade central da Nebulosa Roseta e o tamanho e idade das suas estrelas centrais.
© U. Keele/IPHAS/Nick Wright (Nebulosa Roseta)
A imagem mostra a Nebulosa Roseta, com base em dados obtidos como parte do INT Photometric H-Alpha Survey (IPHAS) do Plano Galáctico Norte.
A Nebulosa Roseta encontra-se na Via Láctea, a aproximadamente 5.000 anos-luz da Terra, e é conhecida pela sua forma de rosa e pelo seu distintivo orifício no centro. A nebulosa é uma nuvem interestelar de poeira, hidrogênio, hélio e outros gases ionizados com várias estrelas gigantes agrupadas dentro do seu núcleo.
Os ventos estelares e a radiação ionizante destas estrelas massivas afetam a forma da nuvem molecular gigante. Mas o tamanho e a idade da cavidade observada no centro da Nebulosa Roseta são demasiado pequenas quando comparadas com a idade das suas estrelas centrais, algo que intriga os astrônomos há décadas.
Através de simulações computacionais foi descoberto que a formação da Nebulosa envolve, provavelmente, uma nuvem molecular fina em vez de uma forma esférica ou de um disco espesso, como algumas fotografias podem sugerir. Uma fina estrutura em forma de disco, focada nos ventos estelares longe do centro da nuvem, pode explicar o tamanho comparativamente pequeno da cavidade central.
O autor principal do estudo, o Dr. Christopher Wareing, da Escola de Física e Astronomia, afirma: "As estrelas massivas que compõem o aglomerado central da Nebulosa Roseta têm alguns milhões de anos e encontram-se a meio do seu ciclo de vida. Durante o período de tempo que os seus ventos estelares têm fluído, esperaríamos uma cavidade central até dez vezes maior."
"Nós simulamos o escoamento do vento estelar e a formação da nebulosa em vários modelos de nuvens moleculares, incluindo uma esfera grumosa, um disco filamentar e grosso e um disco fino, todos produzidos a partir da mesma nuvem inicial de baixa densidade. Foi o disco fino que reproduziu a aparência física - tamanho da cavidade, forma e alinhamento do campo magnético - da Nebulosa, numa idade compatível com as estrelas centrais e as forças dos seus ventos."
"Tivemos também a sorte de poder aplicar dados do levantamento Gaia aos nossos modelos, uma vez que uma série de estrelas brilhantes na Nebulosa Roseta fazem parte deste estudo. A aplicação destes dados aos nossos modelos deu-nos uma nova compreensão dos papéis que as estrelas individuais desempenham na Nebulosa Roseta. Vamos agora estudar os muitos outros objetos semelhantes da nossa Galáxia para ver se também conseguimos determinar a sua forma."
As simulações foram realizadas com o centro Advanced Research Computing em Leeds. As nove simulações exigiram cerca de meio milhão de horas de CPU, o equivalente a 57 anos num computador normal.
A pesquisa foi publicada na revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.
Fonte: University of Leeds
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