Uma equipe internacional de astrônomos confirmou a descoberta da supernova mais distante já detectada, uma enorme explosão cósmica que ocorreu há três-quartos da idade do próprio Universo.
© NASA (ilustração de uma supernova)
A estrela explosiva, de nome DES16C2nm, foi detectada pelo Levantamento DES (Dark Energy Survey), uma colaboração internacional para mapear centenas de milhões de galáxias a fim de descobrir mais informações sobre a energia escura, a misteriosa força que se acredita estar provocando a expansão acelerada do Universo.
Conforme detalhado num novo estudo, a luz do evento levou 10,5 bilhões de anos para alcançar a Terra, tornando-se na supernova mais antiga já descoberta. Pensa-se que o próprio Universo tenha 13,8 bilhões de anos.
Uma supernova é a explosão de uma estrela massiva no final do seu ciclo de vida. A DES16C2nm está classificada como uma supernova superluminosa, a classe mais brilhante e mais rara de supernova, descoberta pela primeira vez há dez anos, que se pensa ser provocada pela queda de material no objeto mais denso do Universo, uma estrela de nêutrons de rotação rápida, recém-formada na explosão de uma estrela massiva.
A luz ultravioleta das supernovas superluminosas informa-nos sobre a quantidade de metal produzido na explosão e sobre a temperatura da própria explosão, que são fundamentais para compreender o que provoca e impulsiona estas explosões cósmicas.
A DES16C2nm foi detectada pela primeira vez em agosto de 2016 e a sua distância e brilho extremo confirmados em outubro deste ano usando três dos telescópios mais poderosos do mundo, o VLT (Very Large Telescope) e o Magalhães no Chile, e o Observatório Keck no Havaí.
O levantamento DES envolve mais de 400 cientistas de mais de 25 instituições de todo o mundo, um projeto de cinco anos que começou em 2013.
A colaboração construiu e está aplicando uma câmara digital extremamente sensível de 570 megapixéis, a DECam, acoplada ao telescópio Blanco de 4 metros no Observatório Inter-Americano de Cerro Tololo, no alto dos Andes Chilenos.
Ao longo de cinco anos (2013-2018), a colaboração DES está usando 525 noites de observação para realizar um levantamento profundo e abrangente a fim de registar informação sobre 300 milhões de galáxias que estão a bilhões de anos-luz da Terra.
A pesquisa está captando imagens de 5.000 graus quadrados do céu do hemisfério sul através de cinco filtros ópticos para obter informações detalhadas sobre cada galáxia. Uma fração do tempo de observação é usada para observar regiões menores do céu, aproximadamente uma vez por semana, para encontrar e estudar milhares de supernovas e outros eventos astrofísicos transientes.
O novo estudo foi publicado na revista The Astrophysical Journal.
Fonte: University of Portsmouth
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