Os astrônomos relataram uma segunda lua gigante, em órbita de um exoplaneta do tamanho de Júpiter, localizada além do nosso Sistema Solar.
© H. V. Widerström (ilustração de exolua com seu exoplaneta)
Se confirmado, este avistamento pode significar que as exoluas são tão comuns no Universo quanto os exoplanetas, e que as luas, grandes ou pequenas, são uma característica dos sistemas planetários.
Mas pode ser uma longa espera. O primeiro avistamento de uma exolua, há quatro anos, ainda está à espera de confirmação e a verificação desta nova candidata pode ser igualmente longa e controversa.
A equipe avistou a candidata a exolua gigante em órbita do planeta Kepler-1708b, um mundo a 5.500 anos-luz da Terra na direção das constelações de Cisne e de Lira. Esta nova candidata é cerca de um-terço menor do que a lua do tamanho de Netuno que foi encontrada anteriormente em órbita de um planeta semelhante a Júpiter, Kepler-1625b.
Ambas as candidatas a superlua são provavelmente feitas de gás que se acumulou sob a atração gravitacional provocada pelo seu enorme tamanho. Se a hipótese estiver correta, as luas podem até ter começado a sua vida como planetas de pleno direito, apenas para serem puxadas para a órbita de um exoplaneta ainda maior como Kepler-1625b ou 1708b. Ambas as luas estão localizadas longe da sua estrela hospedeira, onde há menos gravidade para puxar os planetas e para despojá-los das suas luas.
Os pesquisadores procuraram planetas gigantes gasosos e frios em órbitas largas na sua busca por exoluas precisamente porque os análogos no nosso Sistema Solar, Júpiter e Saturno têm, entre eles, mais de cem luas.
As exoluas fascinam os astrônomos pelas mesmas razões que os exoplanetas. Têm o potencial de revelar como e onde a vida pode ter surgido no Universo. No presente estudo, os pesquisadores analisaram a amostra de planetas gigantes gasosos e mais frios captada pela missão Kepler da NASA. Depois de analisarem detalhadamente 70 planetas, encontraram apenas um candidato, o Kepler-1708b, com um sinal semelhante ao de uma exolua.
Avistar uma lua ou até um planeta a centenas ou a milhares de anos-luz da Terra não é simples. As luas e os planetas só podem ser observados indiretamente à medida que passam em frente das suas estrelas hospedeiras, fazendo com que a luz estelar diminua intermitentemente. Captar um destes sinais fugazes de trânsito, com um telescópio, é complexo, assim como a interpretação dos dados da curva de luz. As luas são ainda mais difíceis de detectar porque são menores e bloqueiam menos luz.
A descoberta foi publicada na revista Nature Astronomy.
Fonte: Columbia University
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