Uma equipe internacional de astrônomos utilizou o telescópio espacial James Webb da NASA para estudar o disco de gás e poeira em torno de uma estrela jovem de massa muito baixa.
Os resultados revelam o maior número de moléculas contendo carbono observado até à data num disco deste tipo. Estas descobertas têm implicações na potencial composição de quaisquer planetas que se possam formar em torno desta estrela. Os planetas rochosos têm maior probabilidade do que os gigantes gasosos de se formarem em torno de estrelas de baixa massa, o que os torna os planetas mais comuns em torno das estrelas mais comuns da nossa Galáxia.
Pouco se sabe sobre a química destes mundos, que podem ser semelhantes ou muito diferentes da Terra. Ao estudar os discos a partir dos quais estes planetas se formam, os astrônomos esperam compreender melhor o processo de formação planetária e as composições dos planetas resultantes. Os discos de formação planetária em torno de estrelas de massa muito baixa são difíceis de estudar porque são menores e mais tênues do que os discos em torno de estrelas de massa elevada.
Um programa chamado MIRI (Mid-Infrared Instrument) Mid-INfrared Disk Survey (MINDS) tem como objetivo usar as capacidades únicas do Webb para construir uma ponte entre o inventário químico dos discos e as propriedades dos exoplanetas. Estas observações não são possíveis a partir da Terra, porque as emissões do disco são bloqueadas pela nossa atmosfera.
Num novo estudo, a equipe explorou a região em torno de uma estrela de massa muito baixa conhecida como ISO-ChaI 147, uma estrela com 1 a 2 milhões de anos com apenas 0,11 vezes a massa do Sol. O espectro revelado pelo MIRI do Webb mostra a química de hidrocarbonetos mais rica observada até hoje num disco protoplanetário, um total de 13 moléculas diferentes de carbono.
As descobertas incluem a primeira detecção de etano (C2H6) fora do nosso Sistema Solar, bem como de etileno (C2H4), propino (C3H4) e o radical metilo CH3. Estas moléculas já foram detectadas no nosso Sistema Solar, como em cometas: o 67P/Churyumov-Gerasimenko e o C/2014 Q2 (Lovejoy). Isto é profundamente diferente da composição que vemos nos discos em torno de estrelas do tipo solar, onde dominam as moléculas que contêm oxigênio, como a água e o dióxido de carbono.
A seguir, a equipe pretende expandir o seu estudo a uma amostra maior de discos deste tipo em torno de estrelas de massa muito baixa, para desenvolver a sua compreensão de quão comuns ou exóticas são estas regiões de formação planetária terrestre ricas em carbono.
Um artigo foi publicado na revista Science.
Fonte: Max Planck Institute for Astronomy
Nenhum comentário:
Postar um comentário