Novos estudos indicam que as estrelas mais massivas do Universo podem se formar basicamente em qualquer lugar, mesmo sem a presença de outras estrelas nas proximidades, ou seja, também podem surgir fora dos densos berçários estelares.
© ESO (NGC 3603 - região de ativa formação estelar)
Os astrônomos julgavam que as dimensões das estrelas supermassivas, cuja massa pode variar entre 20 e 150 vezes a massa do Sol, podem ser determinadas pelo meio ambiente onde se formam, em geral, os densos aglomerados estelares. Pensava-se que quanto maior o aglomerado, mais gás e poeira estariam disponíveis para construir as estrelas gigantes.
Agora, novas observações feitas a partir do Telescópio Espacial Hubble apoiam uma teoria fundamentalmente oposta: as estrelas mais massivas podem nascer de forma aleatória em todo o Universo, incluindo locais remotos e aglomerados estelares muito pequenos.
De fato, são as estrelas mais massivas que conduzem a evolução das galáxias. O vento estelar e a radiação que emitem dão forma ao gás interestelar e promovem o nascimento de novas estrelas. Suas violentas explosões de supernovas criam todos os elementos pesados, essenciais para a vida. Os astrônomos ainda estão tentando compreender como essas raras estrelas se formam, pois se trata de um processo mais complexo devido à sua curta duração e seus potentes ventos.
No novo estudo, foi empregado o Hubble para dar um zoom em oito estrelas que a partir dos telescópios na superfície da Terra, parecem estar sozinhas no espaço. Estas estrelas residem na Pequena Nuvem de Magalhães, uma galáxia anã vizinha bem próxima da Via Láctea.
© J. B. Lamb (estrelas alvo da pesquisa)
As imagens acima foram capturadas pelo telescópio espacial Hubble das 8 estrelas alvo da pesquisa, com a identificação da estrela do catálogo Azzopardi & Vigneau (1975). O círculo corresponde a um raio de 1 parsec. As duas imagens dos painéis inferiores são das estrelas fugitivas.
Mesmo a partir do ponto de vista do Hubble, 5 das estrelas não possuíam vizinhos grandes o suficiente para serem resolvidos. As outras 3 pareciam estar em grupos pequenos de 10 estrelas ou menos, de acordo com o estudo, que é o mais detalhado já realizado sobre estas estrelas massivas.
Os pesquisadores reconheceram a possibilidade de que algumas das estrelas migraram a partir das vizinhanças onde nasceram. De fato, duas estrelas dentro da amostra examinada foram reconhecidas como estrelas fugitivas que foram expulsas dos seus grupos de nascimento.
Mas em vários casos, os astrônomos encontraram evidências da existência de restos de gás nas proximidades, o que reforça a possibilidade de que as estrelas estão ainda nos lugares isolados em que nasceram.
Fonte: Astrophysical Journal
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