A astrônoma Sukanya Chakrabarti, da Universidade da Califórnia em Berkeley, nos Estados Unidos, afirma ter encontrado um método para encontrar galáxias satélites de outras maiores, possíveis de serem observadas pelas perturbações em nuvens de hidrogênio de conjuntos de estrelas espirais como a Via Láctea.
© S. Chakrabarti (distribuição de hidrogênio na galáxia M51)
A imagem acima mostra a distribuição de hidrogênio na galáxia Whirlpool (M51), que possibilita predizer a localização de galáxias satélites, especialmente aquelas compostas por matéria escura.
Segundo a especialista, a técnica matemática já possibilitou estimar que uma galáxia satélite existe no lado oposto da posição da Terra na Via Láctea. O conjunto de estrelas não foi previsto anteriormente por conta da interferência da poeira e do gás no disco da galáxia nas observações a partir de nosso planeta.
A "galáxia X" estaria a 300 mil anos-luz de distância e teria 50 mil anos-luz de comprimento. A astrônoma Barbara Whitney já requisitou tempo de pesquisa com o Telescópio Espacial Spitzer, especializado em observações com radiação infravermelha, para tentar confirmar o suposto conjunto de estrelas.
"Minha esperança é que esse método possa servir como uma ferramenta para desvendar galáxias satélites, da mesma forma que a lente gravitacional é, atualmente, uma forma de descobrir galáxias muito distantes", afirma Chakrabarti.
Os astrônomos acreditam que corpos grandes como a Via Láctea tenham galáxias satélites, algumas com luz muito fraca para serem observadas. Elas seriam dominadas também por energia e matéria escuras, componentes de 85% do Universo. A existência desses integrantes do Universo ainda não foram comprovadas por instrumentos de detecção. A seguir a imagem mostra uma simulação da evolução da galáxia M51 e sua satélite NGC 5195 num período de 875 milhões de anos.
© S. Chakrabarti (evolução da galáxia M51 e sua satélite NGC 5195)
As duas galáxias satélites da Via Láctea mais conhecidas são a Grande e a Pequena Nuvens de Magalhães, visíveis a olho nu em locais com pouca poluição luminosa no hemisfério sul terrestre. Elas orbitam a nossa galáxia a uma distância de 160 mil e 200 mil anos-luz, respectivamente.
© NASA (Pequena e Grande Nuvem de Magalhães respectivamente)
A procura pela galáxia X por meio de perturbações em outros astros lembra o caso da caça ao planeta X, um astro tido erroneamente, há mais de 100 anos, como um possível décimo planeta do Sistema Solar, detectável por oscilações na órbita de Netuno.
Fonte: NASA
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